Desordenado

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Tem uma coisa que dentro em mim está perdida.

Desordenado.

Mas ainda assim, surge algo.

Um poder, uma vontade, um temporal.

Não há o mal.

Estou seca. Acordei assim, com o sono a me faltar 

e o riso a me consolar.

Tenho uns poetas que trago, agora, no celular.

Não tenho obra.

Mas tenho uma alma de sobra.

Danço em linhas paralelas.

Mudo de cor, faço uma aquarela

com a minha própria balela.

Gosto de baleias, que são gordas

sereias negras, macias e brancas,

No seio azul e fundo do mar.

As palavras chegam, elas vêm.

São lindas palavras contidas,

bonitas.

Não gosto de gente,

gosto de palavras.

Gosto do tom, do som, 

da orquestra que o mundo toca

sem o seu maestro.

O maestro é Deus.

Pico e repico sentimentos.

Tomo uma dose de café e lamentos

e sigo caminhando.

Vou sempre

Com pressa, comprimida, reprimida.

Já fui balançada e pesada

Não presto.

Mas mesmo assim atesto

Todo dia minha existência.


Poesia DespropositadaWhere stories live. Discover now