Chega a poesia cética.
A minha depressão e agonia direta em som de piano.
Rezo pela morte e a sorte de que ela seja tranquila.
Viver.
Cada um sabe como.
Acendo a luz do elevador que me levou até o terraço dos meus sentimentos.
Talvez eu seja o seu café e amada em outro universo.
Por isso olho pra estrelas, para destilar a amargura.
O bom senso e o humor que se desapegaram.
Lembro dos nomes das flores e da juventude que se despediu.
Lembro-me da coragem de dizer bobeiras, de fazer perguntas de fuligem.
Lembro-me daquela árvore amarela e do seu brilho no céu quente de novembro.
Ainda assim, te desejo. Mesmo com toda a inteligência e beleza que nunca tive.
Você me evita porque o que posso oferecer é apenas contos infantis.
E poeira virtual de coisas que li e entendi mal.
Não sou nada.
Vou passar como o vento, mas você insiste em dizer que não.
A adorar a gratidão.
Mas não é ela que encontro pela manhã.
É o desespero ardente e duro.
É a dureza do chão frio.
E vou para onde a vida me levar porque é tudo ilusão.
Até o que falo para mim mesmo para acabar um dia e esperar melhores ventos.
Ainda invejo os que morrem abruptamente.
Os enterros que não vou. As piadas que não conto.
Olho para trás e todos os meus sonhos são algodão doce despedaçado.
Tudo que sonhei é algo que foi.
O piano toca no fundo.
A ave voa no alto.
E eu estou aqui.
Catando engasgos e tentando lembrar de noites mais leves.
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Poesia Despropositada
PoetryAlgumas palavras. Frases. Poesias. Poemas. Pensamentos. Aforismos Sem propósitos. Algumas tentativas. Ensaios. Fluxos criativos de energia em palavras.