Capítulo 33

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ALERTA DE GATILHO: ANSIEDADE
S/n pov:

Chegamos em casa e colocamos os bebês no quarto. Eu me joguei na cama, mesmo estando desesperada por um banho. Fechei os olhos e não deu um segundo e já ouvi um choro. Me levantei e corri pro quarto deles, me deparando com Noah acalmando Louis. Não resisti e comecei a filmar com o celular. Noah nem percebeu que eu tava quase babando por aquela cena linda. Só parei quando Noah o colocou de volta no berço e veio em direção a porta, reclamando:
- S/n...
- Você vai me agradecer depois.

Ele ia reclamar, mas Diana começou a chorar e acordou Louis. Nós dois corremos pra lá e não conseguimos por nada. Fraldas limpas, barriga cheia, nenhum machucado. Até que eu tive uma ideia:
- Aqui, põe eles juntos.

Colocamos os em nossa cama e eles logo se juntaram e pararam de chorar. Saímos, fechamos a porta e Noah disse:
- Você quer o sofá ou o tapete?

Mais tarde, recebi uma mensagem no insta.

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Ele me pediu meu número e eu dei

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Ele me pediu meu número e eu dei. Uns minutos depois, ele me ligou.
- Alô?
- Oi, é o Louis.
- Uau.
- O quê?
- Só tô surpresa, só isso.
- Ué, por quê?
- Porra, olha pra quem tá me ligando, né more? Nunca que eu imaginei nem que fosse te conhecer, imagina uma possível amizade.
- Eu não penso em mim como tão impossível pra se conhecer assim.
- Desculpa, eu não pensei.

- Não tem nada. Como tá o seu Louis?
- Me dando trabalho. Ele e a Diana são inseparáveis, se eu só tentar pegar pra amamentar um, o outro chora.
- Parece exaustivo. E fofo.
- Vem aqui cuidar deles pra você ver como é fofo (risada)
- (risada) Eu lembro como foi difícil com o meu, quando ele era pequeno. Enfim, vai lá descansar que eu sei que você tá doida pra se jogar na cama.
- Você leu minha mente. Tchau.
- Tchau.

Eu tava seguindo um cronograma de amamentação e meu celular apitou. Diana tava acordada e quieta, como se não quisesse acordar o irmão. Eu a peguei, sentei na cadeira de balanço e comecei a amamentar. Noah entrou no quarto e ficou me olhando. Eu cochichei:
- Você tá olhando pro meu peito?
- Não... Só um pouco...
- Noah!

Ele riu baixinho e disse:
- Eu tive uma ideia.

No mesmo momento, Louis o chamou com um "a" e Noah o pegou. Eu perguntei:
- Qual a ideia?
- Juntar os berços.
- Vai ficar solto no meio, eles vão se afastar e os bebês vão cair.
- Eu vou aparafusar.
- E o colchão? Não vende em loja colchão desse tamanho.
- A gente encomenda.
- Tá, é possível. E quanto tempo demora pra chegar?
- Não sei.
- Você devia pesquisar tudo antes de tentar convencer alguém de alguma coisa.
- Tá bom, a gente dorme com eles na nossa cama. Só até chegar.
- Tá bom. E quem vai juntar os berços? Você achou um marceneiro?
- Eu faço.
- Não me faça rir que o Lou tá quase dormindo.
- Não tô vendo a graça.
- Amor, eu te conheço. Você vai tentar, vai se machucar e desistir e vai acabar chamando alguém pra fazer.
- Não vou. Confia em mim.
- Tá. Eu confio que eu vou rir. Muito.

Ele deitou Lou no berço e saiu se fingindo de bravo.

No outro dia, colocamos os bebês nos bebês-conforto e eu e eles ficamos assistindo o Noah bater a cabeça com a montagem do berço. Eu virei pras crianças e disse, com voz fofa:
- O papai é muito teimoso. É sim, ele é sim.

Noah riu e olhou "irritado" pra mim. Chegou num ponto que eu decidi levantar e tirar a parafusadeira da mão dele. Juntei os berços com os parafusos e deixei tudo reto. Testei o peso com uns livros e o berço não caiu. Fiquei muito angustiada pra colocar meus filhos lá, então fomos os quatro pra cama.

Noah pov:

Acho que um mês depois, chamaram S/n pra falar sobre o álbum dela. Ela me disse que tinha tanta coisa acontecendo que ela nem lembrou que tinha que fazer imprensa e gravar clipe. Assim que ligaram, ela disse:
- Eu preciso ver, vocês sabem que eu acabei de ter filhos, eu não posso simplesmente sair e trabalhar agora. Eu retorno com uma resposta.

Ela virou pra mim e disse:
- Eu não vou.
- Por quê?
- Não dá, Noah. Tá muito cedo.
- Você espera o tempo de uma licença maternidade.
- Ainda assim, é pouco tempo.
- É só gravação de clipe e imprensa em LA. E eu não tô fazendo nada no momento, eu cuido das crianças.
- Noah, você não vai conseguir ficar parado. E outra, LA é outra cidade, eu não posso ficar viajando esse tanto de vezes.
- E se a gente se mudar pra lá?
- Você tá se precipitando. Pensa bem. Eu gosto da ideia, mas a gente não tem dinheiro pra isso.
- Amor, olha pros números do seu álbum. As vendas e os streams. Já tem gente fazendo covers no YouTube, baby.
- Eu não sabia disso.
- Eu sei, porque você tá só prestando atenção nos gêmeos. O que é lindo, mas a sua carreira tá nascendo agora e você precisa fazer ela crescer. É a sua vez agora.

Ela abriu a boca pra responder, mas Lou estava chorando. Ela começou a correr pro quarto, mas eu a segurei e disse:
- Eu vou.

Enquanto eu ninava Louis, fiquei pensando se S/n realmente acha que eu não vou conseguir ficar só cuidando dos gêmeos. Será que ela acha que eu vou me entediar ou algo assim? Isso me magoou, profundamente. Os olhos brilhantes de Lou me distraíram dos dilemas e estamparam um leve sorriso em meu rosto. Eu o coloquei de volta no berço e voltei pra sala, onde S/n estava sentada no sofá.

Sua perna estava tremendo, sinal de que estava prestes a ter uma crise de ansiedade. Eu sentei ao seu lado e a abracei forte. Senti seu corpo inteiro tremer, sua respiração ficar difícil e seu coração, acelerado. Eu a orientei:
- Você já sabe. Inala. 1, 2, 3. Segura. 1, 2, 3. Exala. 1, 2, 3. Segura. 1, 2, 3.

Continuamos nesse padrão até ela começar a respirar normalmente e me olhar nos olhos. Os seus tinham uma grande pontada de medo e angústia. Eu respondi:
- Do que você tá com medo?
- Eles vão me odiar.
- Por quê?
- Se eu ficar esse tempo todo longe, eles vão. Eu não quero ser como a minha... Como a mulher que me criou. Olha isso! Eu não quero ser chamada assim por eles! Não quero que exista um motivo pra eles me odiarem.
- Não vai existir, amor. Você é uma das melhores mães, você sempre cede por eles, desde a gravidez. Não é egoísta fazer uma coisa por si mesma. E isso também é pro futuro. Nosso futuro.

Ela me encarou, uma lágrima rolando por sua bochecha direita. Ela deitou a cabeça no meu ombro e eu passei o braço por seus ombros. Por um milagre, nenhum dos gêmeos acordou pelo resto da noite e nos dois dormimos em paz, coisa que não fazíamos há muito tempo.

Dizem Que Não Dá- Fic interativa- Noah Urrea- Now UnitedDonde viven las historias. Descúbrelo ahora