22- Porque eu ainda amo você.

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- Eu achei uma coisa, eu... eu acho que conheci ela- eu falei e ele pulou da cama.

- Sandra! Dispensa todo mundo, vocês podem tirar o dia de folga!- ele disse parado na frente da porta.

- Todo mundo?

- Todos. Mas, responde aqui, onde aquele povo foi?- Noah passou as mãos no cabelo, percebi que estava agoniado.

- Foram para o Rio de Janeiro, o senhor Hidalgo tem uma reunião importante e as senhoritas foram aproveitar a cidade.

Noah olhou para mim, sorri fraco por não saber o que ele queria que eu fizesse.

- Tá, ótimo. Pega suas coisas, deixa o café na mesa, dispensa o pessoal.

- Muito obrigada senhor Urrea!

Ouvimos a mulher sair batendo seus saltos, Noah pegou um short que estava jogado no chão e vestiu. Ele correu para o seu banheiro, ficou ali por mais ou menos dois minutos e depois saiu. Nem tive tempo para raciocinar, quando percebi Noah já estava em cima de mim me abraçando. Não contive a risada, quando o coração sorri tudo transborda.

- Noah- ri quando ele beijou meu ombro- Noah!

- Eu estava com saudade- ele levantou a cabeça e me encarou- não quero mais ficar sem você, nem um minuto sequer.

- Eu gostei das flores- escondi um sorriso, mas Noah não, ele fez questão de desenhar um belo sorriso no rosto- eu... não esperava.

- Gosto de te surpreender- Noah respondeu em tom mais baixo, olhando no fundo dos meus olhos antes e depois de falar.

Estar próxima dele era como chegar em casa depois de um dia cansativo, tirar os sapatos e sentir todo o corpo relaxando. Querendo ou não, Noah tem meu coração inteiro em suas mãos, ele ainda é o meu ponto de paz, onde eu posso ser quem eu realmente sou e não ter medo de perdê-lo por isso, porquê sei que ele vai ficar ali por mim, sempre foi assim.

- Noah?- sorri, finalmente conseguindo me desvencilhar dos olhos dele.

- Sim?- ele também sorriu, mudando a direção do olhar para a minha boca.

- Você ainda está em cima de mim- a princípio, Noah não se mexeu, mas alguns segundos depois abaixou a cabeça e levantou da cama, me estendo a mão para que eu fizesse o mesmo.

- Eu não sabia se você ia gostar das flores.

Ele se virou a janela e seus ombros ficaram firmes, como se ele estivesse com medo do que fosse ouvir ou não soubesse o que eu ia dizer. Ficamos em silêncio, porquê assim como ele, eu tinha medo do que podia sair da minha boca.

- Não sei se devo te dar espaço, não quero te dar espaço, mas talvez você precise. Agora você me diz que encontrou a minha irmã, eu achei que não tinha como te amar, estava enganado. É com você que eu...

Não conseguia mais escutar aquilo, meu coração se apertava muito por não poder dizer o que eu sinto assim como Noah faz. Então eu o interrompi:

- Linsey.

Ele se virou para mim, o rosto pálido e assustado, respirei fundo e continuei falando:

- Ela é loira, a pele dela é assim como a sua, só que ela é mais branca- Noah sorriu e eu pude ver seus olhos marejando- seu sorriso é bonito e os olhos são...

- Verdes?- ele perguntou esperançoso, afirmei balançando a cabeça- ela tem filhos? É casada? Estuda? Trabalha? Gosta de praia ou...

- Noah- ri- passei meia hora com ela em um elevador, não deu para fazer um interrogatório completo- ele riu, mas ainda estava nervoso.

Só 296 kmOnde histórias criam vida. Descubra agora