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40 dias antes

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40 dias antes...

- Ah Kath, como eu te amo.

Estamos eu e Kath sentados no sofá da sala de sua casa. É um dia ensolarado, e ela me chamou para que lhe fizesse companhia. Sua exatas palavras na ligação foram, "Quero alguém para compartilhar o outro lado do fone de ouvido", ela sabia que eu viria
correndo.

É incrível pois realmente estamos apenas sentados, aconchegados no abraço um do outro, dividindo um fone de ouvido. A melodia nos acalma, chega a nos deixar sonolentos. Ah, a música é a melhor coisa que já foi inventada de fato.

Mas desconfio que não seja apenas a música que nos deixa nesse estado. A companhia um do outro  é o melhor que há ali, sem dúvidas.

Já se passaram alguns dias desde que Kath chegou do hospital, alguns dias depois de meu singelo pedido de namoro. As coisas têm corrido bem, mas sei que estou apenas adiando, adiando e adiando uma conversa que uma hora ou outra vai vir. Não posso deixar que se passe, sem ser resolvido ou pelo menos conversado um assunto como esse, é para o bem de Kath, o bem de todos nós. Sei que não posso evitar que momentos ruins venham, mas posso tentar impedi-los dando o máximo de mim.

Nesse meio tempo, algumas conversas mal sucedidas foram tidas, mas não com Kath, com meus pais.

Tentei fazer com que me deixassem estudar aqui, mas sem revelar o real motivo. Não queria que eles soubessem de Kath agora, não sabia qual seria a reação deles e acho que Kath não precisa de mais preocupações agora. Meus pais podem ser um tanto indelicados às vezes, e suas reações poderiam ser diversas. Meu pai poderia querer perguntar sobre a condição financeira de sua família antes mesmo de perguntar seu nome, bem como poderia agir normalmente e ficar feliz por mim, (o que acho um pouco difícil). Minha mãe se alegraria, penso eu. Nunca gostou dos meus amores passageiros, de um dia, uma noite, ou uma hora. O problema disso tudo, é que, seja qual for a decisão deles de como reagir a isso (talvez eu esteja exagerando, mas é melhor não criar expectativas), tudo recairia sobre Kath.

Sim, confesso que me assustei com sua crise.

Por mais que minhas tentativas tenham sido corajosas, meus pais não cederam, e isso me preocupa muito, além do que eu imaginei.

Um namoro a distância não é algo impossível de se manter, o problema é que não quero me afastar, conheci a paz, alcancei a calmaria e ela se chama Kath, ela é meu porto seguro agora, e saber disso me trás uma sensação de segurança, pois sei, que por mais que a mesma tenha seus momentos ruins, posso contar com ela quando o céu ameaçar desabar sobre mim. Ela é minha âncora.

- Kath - digo -me prometa por favor, que não há de me deixar.

- Thomas... - diz ela olhando para mim - claro que prometo. Mas por que tá me perguntando isso agora?

- Por nada, meu amor - digo e beijo sua bochecha - só não quero te perder.

- Você não vai me perder - diz ela me abraçando apertado.

Oiiieee querido leitor, vim aqui interromper sua leitura brevemente, para torná-la mais prazerosa. Aconselho a ler o restante do capítulo ouvindo "So what!". Link: https://youtu.be/mfXB5l3hyKg
Obrigadinha, boa leitura💙

A música anterior acaba e começa a tocar a próxima. É uma música que gosto, ela é real e tem uma melodia boa, é meu estilo. Seu nome é "So What!", e eu nunca imaginei que a mesma pudesse estar dentro da playlist de Kath. Me surpreendo ainda mais quando a mesma começa a cantar.

- Esses pensamentos na minha mente assumem o controle, mas quando eu estou triste imploro por mais...eu imploro por mais...

Sorrio para ela que parece constrangida e contínuo:

-  E eu estive pensando em você a noite toda, eu não quero brigar, todas essas outras garotas aleatórias estão tentando destruir minha vibe...

Ela ri e começa novamente, dessa vez mais animada.

- Que perda de tempo...

Canto junto com ela.

- E daí? Estou quebrado e meu coração congelado, todas as minhas palavras estão me sufocando estou tão farto da vida...

- E daí? Estou quebrado, saiba que esse amor era veneno, todas essas feridas estão abertas, estou tão triste essa noite...

Acabamos o refrão e como se não houvesse mais ninguém no bairro, começamos a cantar alto feito loucos.

- Exausto, é tóxico, você pegou uma linha e atravessou, não sinta minha falta, você está comprometida, é uma merda que você seja tão bonita....

- Você está saindo pela porta e se despedindo, Ptsd me deixando no meu túmulo...não estou bem...

- E daí? Estou quebrado e meu coração congelado, todas as minhas palavras estão me sufocando estou tão farto da vida...

- E daí? Estou quebrado, saiba que esse amor era veneno, todas essas feridas estão abertas, estou tão triste essa noite...

- Ela disse que tudo é culpa minha, toda minha...

- Vocês são desafinados demais - diz Gabriel para minha surpresa entrando pela porta com Laís, amiga de Kath, e estragando totalmente a minha vibe.

- Dá pra ouvir vocês lá do final da rua - diz ela, e começamos a rir.

- Hilário - digo. - Iai - troco um high Five com Gabriel.

- Pensei em sairmos hoje - diz Laís se sentando do outro lado de Kath e sorrindo para ela.

- Nada de festas - diz minha namorada. - toda vez que Laís me chama pra sair para festas algo da errado.

- Nada de festas - concordo e rimos novamente, enquanto Lais se finge de ofendida.

- Sorvete e Karaokê então? - pergunta Gabriel.

- Vocês acabaram de falar que somos desafinados! - exclamo.

- E por que estão juntos? - pergunta Kath - não sabia que eram amigos.

- Nos conhecemos. - diz Laís e cora baixando a cabeça.

- Ahram...

- Não sei não hein - digo interrompendo a conversa - Karaokê?

- Ah vamos lá cara - diz ele e passa um braço pelos meus ombros. - a vida é só uma não é mesmo?

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Cartas para NinguémWhere stories live. Discover now