Cartas para Ninguém

18💙

39 dias antes....

A noite de ontem foi um sonho. Cantei até que minha voz ficasse rouca, mesmo não sabendo cantar bem, e até dancei ao som da voz linda de Laís. Gabriel [um completo maluco] animou  o passeio com suas palhaçadas sem fim [ele tem grande semelhança com um garoto chamado Léo, de um dos meus livros favoritos, ''O herói perdido''] e quis nos induzir a ir para um bar, mas todos recusamos e preferimos o bom e velho sorvete.

Cheguei em casa cedo, e tive um sonho leve como as nuvens, algo como comer algodão doce até que a barriga doer.

Tudo parecia perfeito, e está até agora, se não perfeito, pelo menos bem, leve. Eu precisava desse descanso de acontecimentos, descobertas e crises, e finalmente o tive.

Eu e minha mãe resolvemos preparar algo diferente para o almoço hoje. É fato que o almoço não é nossa mais importante refeição em um dia normal, sempre investimos mais no jantar, mas o dia hoje pede comida diferente, apesar de não ser feriado, ou qualquer outra data comemorativa. Ele pede mais especificamente...macarrão ao molho.

- Isso tá muito bom - digo para minha mãe sentada à minha frente. Meu pai está trabalhando, então hoje somos apenas nós. Ela concorda e pergunta:

- Thomas virá aqui hoje?

- Ele vinha para o almoço - digo - mas ao que parece foi encurralado para um almoço em família. - acrescento dando uma garfada em meu macarrão.

- Coitado. - diz ela com pesar, pois a coloquei a par de como os pais de Thomas são...hum...complicados.

- Mas ele virá a tarde, certamente.