E P Í L O G O
4 anos depois...
Da sacada do quarto avisto pai e filhos correrem pela grama verde do jardim, brincando de pega-pega. O sorriso surge de forma espontânea em meu rosto e é inevitável sentir aquele friozinho na barriga de felicidade ao vê-los tão felizes.
Aperto a caixa com a surpresa e enxugo a lágrima solitária que rola por meu rosto, deixo o quarto pensando em como tenho sido absurdamente feliz ao lado do Fernando e tudo o que já conquistamos juntos. Consegui fazer o exame da Ordem dos Advogados, e hoje atuo na minha área, área na qual minha mãe sempre sonhou em me ver trabalhando, vestida como advogada e fazendo que eu sempre sonhei.
Fernando recebeu e ainda recebe diversos prêmios pela construtora ser uma das melhores do ramo, a mais sustentável e mais rentável também.
Flora e William possuem um ano de diferença apenas, mas são como unha e carne. E são a grande razão das nossas vidas. Mesmo sabendo que a família irá aumentar, eu sei que eles serão ainda mais unidos e o papai irá chorar emocionado. Pois Fernando é coração e emoção, tudo junto. E o resultado é um dos homens mais emotivo, sensível e maravilhoso. Dando o seu charme perfeito.
Assim que chego ao jardim, ele deixa as crianças brincando e vem ao meu encontro.
— Acho que fiquei cego. – Diz ofegante, devido a corrida. — Sua beleza me cegou. – Conclui sua cnatada barata me fazendo rir e revirar os olhos. — Após quatro anos de casados você já deveria saber onde essa sua má riçao irá nos levar, não é mesmo senhora medeiros? – Fernando muda seu tom de voz brincalhão para o sensual, passando seus braços ao redor da minha cintura.
Sorrio para ele em repsosta e lhe dou um breve selinho.
— Não é que eu não sei, é por que eu adoro o ugar e o que fazemos quando estamos nesse lugar. – Dou uma piscadinha e ele aperta os braços a minha volta.
— Não brinque com fogo, minha enrenca. Eu não sou de prometer e muito menos de ficar esperando...
Eu sei que não.
Prometeu que teríamos um time de futebol e estamos a caminho disso.
— Não vamos brincar agora, querido. – Ergo a caixa na altura dos seus olhos e ele me encara confuso.
— Hoje não é meu aniversário.
— Abra logo, homem!
— Okay, okay. – Ele pega a caixa branca e dá dois passos para trás.
Abre-a e observa atentamente o que tem dentro dela.
Ergue os olhos negros marejados e me encara com um sorriso largo nos lábios. Aquele sorriso que faz meu coração aquecer e acelerar ao mesmo tempo.
— Uma menina, meu amor? – Assinto enquanto ele ergue os sapatinhos rosa de dentro da caixa.
Fernando senta-se sobre a grama e começa a chorar emocionado, de cabeça baixa segurando os sapatinhos da nossa menina que já está a caminho.
Descobri a gravidez recentemente, no início do segundo mês, segundo a doutora Marina, por ter o período irregular, eu sempre descubro quando elas já começam a dar os seus sinais, exatamente como aconteceu com as minhas outras duas gestações.
— Mamãe, o que o papai tem? – William pergunta, sentando-se ao lado do pai.
— Papai, o que a mamãe fez com o senhor? Ela revirou os olhos de novo? – Flora chega logo em seguida e abaixa-se na frente dele, fazendo carinho em seu cabelo. Ergue os olhos azuis, como os meus e parece chateada. — Mamãe, o papai é sensível, esqueceu? Ele sempre hora por tudo. – A pequena atriz pisca para mim e eu seguro o riso.
Como pode uma criança parecer tanto com a mãe desse jeito? Na verdade, se eu fosse alguém de fora, uma desconhecida, eu diria que ela e o Fernando possuem o mesmo sangue. Já me disseram que a convivência nos assemelha a quem amamos e hoje acredito que seja realmente verdade, pois ambos se parecem na cara de pau – herdada da minha parte, eu sei. – O sorriso brincalhão e as atitudes intensas e precisas. Flora é inegavelmente filha dele e ai de quem diga o contrário.
— O papai está chorando de felicidade, meus amores. – Fernando ergue a cabeça e sorrir em meio as lagrimas para os filhos. Levanta a roupinha para eles e os dois rapidamente entendem o que estava acontecendo.
— Uma irmãzinha! – Comemoram animados.
— Sim, meus amores. Uma irmãzinha. – Respondo emocionada.
Fernando me oferece a mão direita e sento-me ao seu lado, juntos observamos as crianças correrem alegres, comemorando a nossa irmã, enquanto admiramos também um lindo pôr do sol.
Do jeitinho que sempre sonhei, que sempre pedi em minhas orações ainda quando menina. Que um dia encontrasse alguém que fosse meu parceiro, amigo, amante e cuidador.
Fernando na só foi tudo isso, como virou me porto seguro, exatamente como ele me prometeu quando me pediu em casamento. É um pai zeloso, e antes de tudo isso, me apresentou o grande amor. O Deus de amor. A razão para a nossa união repentina e por todo cuidado que recebi durante toda a minha primeira gravidez. Ele sempre esteve comigo.
Me mostrou que com Ele eu poderia recomeçar, virar a página de todo o sofrimento que já tive, e caminhar ao seu lado para o nosso lar. Pois como Fernando me diz alguns anos atrás, somos estrangeiros nessa terra, aqui não é o nosso lar. Hoje caminho om a minha família, segurando nas mãos do nosso Pai celestial, rumo ao nosso lar. O nosso destino final.
Fernando me abraça de lado e eu coloco minha cabeça em seu peito, admirando nossos filhos e agradecendo por nossa herança ser muito além daquilo que pedimos ou imaginamos.
— Eu te amo. – Digo baixinho, com a voz embargada.
— Eu te amo muito mais, meu amor. Não sei se já agradeci a vocês vezes suficientes. Mas muito obrigado por ser uma companheira de vida maravilhosa, uma mãe incrivelmente maluca e carinhosa e por ser você mesma sempre. Obrigado por ser o porto onde retorno todos os dias, e que fico contando as horas para voltar.
Em lagrimas ergo a cabeça e o beijo de forma apaixonada, demonstrando através desse gesto tudo o que estou sentindo, e garanto que não é pouca coisa.
— Sou eu quem agradeço por me amar e cuidar de nós. Por ser esse ser humano de coração nobre e um marido delicioso... quer dizer, maravilhoso. – Fernando gargalha e deposita um beijo rápido em meus lábios.
— Vou mostrar a você mais tarde o que é ser delicioso. – Diz de forma maliciosa e eu retribuo, pois sei que será muito melhor do que espero.
Ele sempre melhora.
— Vou esperar ansiosa.
Levanto-me rapidamente e ofereço minha mão a ele.
— Vamos brincar com as crianças, depois nós brincamos só nós. – Ele sorri em resposta e levanta-se, me abraça de lado e juntos seguimos me direção aos nossos filhos, com o coração transbordando de alegria e muito amor.
Pois esse é o início de um lindo recomeço que Deus tem nos proporcionado diariamente.
THE END.
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Vamos aos agradecimentos?
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O Recomeço [CONCLUÍDA]
SpiritualObra Concluída. ✔ Luísa Garcia 23 anos. ( uma jovem humilde, desbocada, alegre , GRÁVIDA do ex namorado cretino e de bem com a vida.) Perdeu a mãe aos 18 e passou pela pior fase ao ter que enfrentar o mundo sozinha, para colocar comida dentro de cas...