Experiência Delirante

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Ele não me parou dessa vez. E eu vou aproveitar cada segundo.

Alec enganchou os dedos na barra da boxer preta, olhou mais uma vez para o namorado ofegante estirado na cama lhe encarando com paixão e desejo, sorriu maliciosamente e afundou a cabeça entre as pernas de Magnus. Daquela vez ele tinha certeza que não era sonho.

35 minutos antes

"Fiquei com medo de te perder por que você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida."

As palavras de Magnus ecoavam em sua mente a cada segundo; seu coração dava pulos eufóricos, exibindo uma felicidade jamais sentida antes. Cada sorriso, cada frase, cada olhar apaixonado que Magnus oferecia, para Alec era como um pouco de água no deserto, que ele levava aos lábios sedentos e sorvia cada gota ao mesmo tempo rápido e devagar no eterno temor que fosse apenas uma miragem. Estar apaixonado era uma área nova e assustadora para Alec, mas ao lado de Magnus ele sentia como se fosse especialista no assunto e a cada dia tudo o que queria era ser sempre merecedor da reciprocidade do namorado.

Quando terminaram de descer as escadas, Magnus entrelaçou suas mãos firmemente e lhe roubou um segundo beijo.

Ele está louco para me beijar. O estudante pensou. O toque rápido deixado em seus lábios demonstrava o quanto ele estava arrependido e desesperado para voltar ao que eles eram antes de Camille tentar azedar a relação deles.

- Ei, eu já disse, nada de beijos - Alec avisou enquanto eles seguiam para sala, onde Isabelle e Simon conversavam.

Ele já tinha esquecido o infeliz ocorrido de mais cedo. Soube no instante em que abriu a porta e viu Camille atracada em Magnus como uma jiboia asquerosa, que tudo era armação da garota. Alec já tinha lido livros suficientes para saber como aquele tipo de cena acabava. O cara tenta dar um fora na garota falsa sem ser um canalha, mas bem na hora sua verdadeira paixão flagra o momento claramente suspeito, chora, grita e sai correndo sem olhar para trás.

Alec não negou que seu primeiro impulso fora agir como uma personagem dos romances que adorava, mas levado exatamente por esses romances, nos quais a vilã sempre era desmascarada, que ele resolveu pular essa fase e acertar as contas de uma vez. Ele jamais bateria em uma garota, apesar de vontade não ter faltado, por isso sua amada e protetora irmã ficou com a parte da força bruta. Alec ainda ficava chocado toda vez que lembrava de sua entrada impetuosa na sala. A surpresa, medo e fascínio nos olhos verdes do namorado foram o empurrão final para ele deixar todo o pudor de lado e o tomar de maneira possessiva e violenta.

Não era do feitio do rapaz agir daquela forma, ele praticamente agarrara Magnus a força, e as palavras ousadas que jorraram sem controle de sua boca quase o mataram de vergonha. Ele sabia que estava sendo vulgar, como a própria Camille dissera, sabia que Magnus poderia se sentir ofendido e humilhado, mas naquele momento, com a fúria dominando suas ações, ele não pensou em nada que não fosse afastar a garota oferecida de uma vez por todas.

No restante das aulas, a mágoa permaneceu em seu peito e por isso resolvera afastar Magnus para não falar palavras que pudessem ferir os dois. Mas quando chegou em casa, a saudade do namorado fora tanta que não restou espaço para nenhum sentimento negativo. Tudo já tinha sido superado, mas deixar Magnus penar só um pouquinho, por mais cruel que fosse, estava sendo divertido.

- Tudo bem – Magnus soltou um muxoxo.

- Ainda – Alec completou com uma piscadinha provocadora recebendo um olhar desejoso do namorado – vamos ficar um minuto aqui, tudo bem?

- Claro.

Eles sentaram no sofá ao lado do quase casal que levou um susto ao notar a presença dos dois.

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