Capítulo 12

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Estou de frente ao portão da mansão, aviso no interfone para que possam me deixar entrar, assim que ele se abre sou sugada pelo verde das árvores, não parece, mas eu fiquei basicamente a tarde toda na cidade, já são mais de 17 horas e o céu ainda não está escuro, mas o dourado do entardecer está se alastrando e por conta dos galhos altos retorcidos e as folhas longas das árvores o caminho até a mansão se torna mais sombrio, as poucas frestas de luzes que conseguem alcançar o interior do bosque o deixam ainda mais medonho.

Se é por causa do momento alucinógeno que sofri mais cedo da biblioteca ou aspecto do bosque que me deixa receosa sinto que há algo me observando. Não está frio, mas acabo vestindo o meu moletom como uma maneira de me proteger, eu sei que é ineficaz, mas já algo para o meu cérebro não criar outras paranoias, decido também colocar o meu fone, até o farfalhar das folhas estão me fazendo suar frio, abraço o livro fortemente contra o meu peito e vou em direção ao casarão.

Durante o trajeto vou olhando para o chão eu sei que estou sendo insensata, no entanto o medo não me deixa raciocinar com clareza, estou andando aproximadamente cerca de 15 minutos e já é possível ver o casarão da distância que me encontro, a música estridente no meu ouvido me acalma levemente a ponto de me fazer desacelerar os meus passo e a olhar o bosque, o que foi um enorme erro.

No interior do bosque havia uma figura deformado agachado no chão, que rapidamente se pendurou nos galhos das árvores se escondendo nas folhas, sua fisionomia quando ficou em pé era esguia e alta a matéria do seu corpo parecia não como carne viva se remexendo e sim neblina maciça, como isso é possível?

Nesse instante meu coração gelou, a ponto que todo os meus músculos também parassem de funcionar me deixando estática no lugar a única coisa que se mexem são as minhas mãos, com uma tremedeira imensa me fazendo esquecer que estou segurando o livro e a música alta ainda estar tocando nos meus ouvidos, o suor frio escorre pelas minhas costas como sinal claro de pavor e a única coisa que se passa na minha mente é: tem que ser outra alucinação!

Mas isso cai por terra quando eu sinto uma presença atrás de mim com uma respiração quente e entrecortada. Mal percebi que a coisa atrás de mim se tornou um gatilho para que meu corpo voltasse a funcionar me fazendo correr loucamente, nenhum momento olho para trás o meu instinto de fugir é o que me domina.

Meu Deus eu vou morrer!

Por mais que corro sinto que a coisa está me perseguindo pelos galhos das árvores, meu corpo mostra sinais de fraqueza a fadiga já está se tornando perceptível, mas não paro.

Finalmente consigo chegar no jardim da frente o jardineiro que estava pegando suas ferramentas me olha assustado:

_ Senhorita, senhorita está tudo bem? - pergunta preocupado.

Meu olhos estão esbugalhados o tremor nos meus membros não me deixa ficar nem mais um segundo em pé me fazendo sentar no chão, coloco as mãos sobre a cabeça em uma inútil tentativa de absorver tudo o que passei, mas meus cabelos caem sobre meus olhos me impedindo de raciocinar, eu não consigo reassumir o controle do meu corpo.

_ Senhorita, senhorita me conta o que aconteceu? - ele volta a me perguntar segurando nos meus ombros num esforço falho de me acalmar.

Seguro seus pulso quase implorando para que me ajude.

_ Seu Omar tem algo no bosque eu vi algo no bosque. Tem alguma coisa ali. - aponto em direção ao bosque para que ele consiga ver.

_ Senhorita não há nada ali somente árvores. - ele olha na direção em que meu dedo está apontado e não consegue ver nada.

_ Por favor acredite em mim, há algo nas árvores, era esquisito e sem forma.

_ Pode ser macacos senhorita, há bastantes nessa área, você deve ter se confundido.

Violetas da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora