Capítulo 19 - O símbolo da mulher

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- Anita... Você fez meu útero se agitar... Em tamanha intensidade que nos devoramos... Eu me sinto até mais fértil e confiante.

- Falou como uma mulher selvagem... - Apalpei os seios medianos e suculentos da minha amada Luna.

- A força de uma mulher está toda na sua sexualidade, erotismo, a mulher é o próprio sexo, a representação do que é sagrado no sexo... Infelizmente essa sabedoria foi tirada das minhas mulheres, pelo mundo dos homens... Que eu também criei em meu útero.

- Luna se vingue dos homens devolvendo esse poder feminino... Que está perdido.

- Eu já consigo sentir a raiva das mulheres, mas, a raiva deverá ser apenas uma emoção de movimento e não uma arma para destruição, não é natural da energia feminina e nem da masculina a agressividade, isso infelizmente contaminou a mente dos humanos, agora sei porque senti tanta dor quando recebi todo o poder ancestral da Mãe Terra. Não posso interferir nas decisões dos, mas, posso influenciar...

- E como planejará isso? Falou como uma verdadeira deusa. - Beijei suas mãos suaves.

- Sabe as feministas de hoje? Pude sentir o sangue das minhas lendárias amazonas e bruxas, correndo nas veias delas... Na mitologia grega são chamadas assim, mas, na mitologia nórdica, são chamadas de valquírias. Eu irei influenciá-las para que continuem despertando umas as outras, através do antigo e sagrado conhecimento feminino.

- E que sagrado conhecimento feminino é esse? Estou encantada ainda mais com você, minha amada. - Luna alisou meu rosto, beijando rapidamente meus lábios.

Ela pegou minha mão.... E levou dois dedos meus a sua boca, umedecidos, Luna inseriu meus dedos dentro dela, e me olhou com uma expressão deliciosa.

- Esse é o sagrado... Onde seus dedos estão é a passagem, mas, o verdadeiro poder está no útero... Nos nossos ciclos menstruais.

- Ahhhh como você é intensa e quente... Me permita te provar mais uma vez?

- O sabor e cheiro que está em seus dedos não é o suficiente para você, minha beleza da noite? - Olhou com desejo.

- Você me enlouquece... Me faz perder a cabeça... É possível nosso amor durar além do tempo?

- O que é o tempo pra nós Anita? Conhecemos esse mundo por tantos séculos.... E todos esses séculos o nosso amor resistiu. Mas, temos o conflito que está para chegar... Não sei se é apenas o fato de envolver Sabrina... Sinto que tem mais coisas.

- O que é? Tente descobrir, Luna!

- Eu não sei o que é... E talvez seja por isso que nasceu essa preocupação em mim.

Ver Luna preocupada me deixava perturbada, sabia que ela sentia medo, farei de tudo para protegê-la, assim como ela me protegeu. Nos vestimos... Afinal como iríamos fazer sexo depois dessa conversa desanimadora?

- Eu vou sair para caçar... Mais tarde eu volto. - Comentei meio sem jeito.

- E eu vou até sua mãe para ver como está seu pai. Tome cuidado Anita... As minhas florestas não são mais seguras.

- O que quer dizer com isso?

- Caçadores não só de animais rondam essas florestas... Depois de você ter me salvado aquela vez na floresta, as pessoas começaram a falar sobre a volta do Drácula..

- E esses homens por acaso possuem alguma arma letal?

- Não para te matar, mas, mobilizar. E esse é o perigo. Então tome cuidado, não sei o que eu seria capaz de fazer se algo acontecesse de ruim a você.

Aproximei da testa dela e beijei, sai sorrindo, desaparecendo como um vulto. Tenho que ser rápida e ter estratégia para minha caça. Senti cheiro de um animal ferido, era um javali... Fui para cima dele, e quando encostei, era uma armadilha!! Uma rede de prata e cheia de alho.

- NAAAOOOOOO!!! - Meu grito saiu como um rugido feroz.

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- ANITA! - Grito rapidamente estando no quarto do senhor e senhora Draco.

- Anita?? O que houve com minha filha, Luna???

- Ela foi capturada... Por caçadores de vampiros... Eu ainda avisei dos riscos!!!

- Luna se concentre na solução, depois falaremos da teimosia da Anita. Você consegue senti-la?

- Não... Parece que a energia dela foi bloqueada. Mas, vou tentar me conectar com as raízes da floresta.... Precisamos ir ao jardim do castelo, venha!

Iona se despediu do Alexander e me seguiu rumo ao jardim do castelo. Preciso pegar na terra para me comunicar com as raízes das árvores. Eu ainda avisei aquela mulher! Como Anita foi descuidada!!! Aaaahhh! Que raiva dela!

- Raízes sagradas mostrem-me onde está minha Anita, agora!!

Segurei firme no solo fértil do Jardim, mas, as raízes não me respondiam, alguma coisa estava errada! E isso mais me deixava furiosa.

- Aaaaaaaaaaa!!! - Comecei a entrar em chamas e Iona pega na minha mão com intuito de me conter.

- Querida... Controle sua raiva, veja o que está acontecendo ao seu redor com o jardim...

As flores estavam começando a queimar também, juntamente das árvores. Não sabia que minha energia era capaz de influenciar o externo ao meu redor.

- Luna.... Você agora é a guardiã da Terra, e não apenas a filha dela igual antes. Sua energia irá influenciar as florestas, deve aprender a controlar suas emoções.

- Como vou controlar, se Anita precisa de nós! E está correndo perigo?

- Eu vou procurar minha filha, você não está com suas emoções equilibradas! E se você se desequilibrar novamente, toda a floresta daqui irá também se desestruturar, nós precisamos da energia sagrada da Terra, então fique aí!

Iona estava furiosa comigo, nunca a vi tão séria. Mas, não tenho culpa... Não tenho culpa de ter esse maldito poder! Eu não queria ter nada disso, só queria ser uma mulher normal.

- Eu não queroooo ser a guardiã, ouviram isso???! NÃOOO quero ser!!! Ahhhhhh!

Quando bati no chão, com raiva, o solo começou a tremer... Ai não... Eu acabo de provocar um terremoto!!

- Não, não... O que eu fiz... - Coloquei minhas duas mãos na boca.

RENASCIDA DAS CINZASWhere stories live. Discover now