Capítulo 3

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   Acordei tão cedo que nem acreditei, 7 horas e minha mãe e meu pai já estavam se arrumando pra trampar, eu ficaria sozinha em casa, em flat, aaah sei lá, tanto faz, dei um beijo nos meus pais e tomamos café lá mesmo, nem descemos, só umas torradas e um suco de caixinha, tava doida pra tomar um capuccino, mas a gente tava sem açúcar, fala sério, tinha chantilly, mas não tinha açúcar, cometi a besteira de comentar com minha mãe.

- Queria tanto um capuccino, mas não tem açúcar.

- Aah filha vai lá em baixo e compra um. - Disse minha mãe

- E a preguiça a gente bota aonde?

- Então pede pro vizinho. É, faz isso, é bom que você interage com as pessoas.

Mal sabe ela que eu já interagi até demais.

- Não mãe, que idéia de girino essa sua.

- Vai logo Cléo, agora eu tô mandando.

A minha mãe é meio louca, às vezes eu acho que ela só faz essas coisas por prazer, tipo mandar uma coisa sem noção, eu falar que não porque é sem noção e ela mandar eu ir porque eu falei não. Fala sério parte dois.

- Aah mãe! Eu vou pra você não encher a minha linda, louca e mimada paciência.

- Ham ?

- Música de gente JOVEM. Deixa pra lá.

- Vai Cléo!!!!

Então vai eu colocar uma roupa descendente, sai de casa, e quando ia bater na porta do 84 meu vizinho a abriu, quase que o toc toc foi no rostinho lindo dele.

- Ei gata, bom dia, quer um açúcar emprestado.

  Não fiquei vermelha não, só arco íris.

- Bom dia. Na verdade é.- Ri sem graça. - Será que vc podia emprestar ?

O João começou a gargalhar e disse:

- Entra aí.

- Na verdade eu prefiro ficar aqui fora se não for pedir muito.

- Claro que não Cléozinha, pera aí.

  Cléozinha? Ele me chamou de Cléozinha?

- Prontinho. Aqui está Cléozinha. - sim ele chamou. - Parece que arrumei um apelidinho diferente também.

- É parece que sim. - disse pegando o açúcar. - É, obrigado João.

Dei uma piscadinha e me retirei, antes que eu agarrasse meu querido e gato vizinho alto, forte, moreno com a barba por fazer e com olhos azuis lindos. Só pra ficar claro que ele é bem lindo.

- Pronto mãe aqui tá o a... Ué vocês já vão ?

- É filhotinha da mamãe, temos que ir.

  Me deram um beijo e saíram.

- Pois é, sozinha de novo pra variar. - Falei sozinha e ri quando me dei conta.

   Não entendo pra que minha mãe não liberou meu intercâmbio, se eu sempre fico sozinha no fim das contas.

  Botei um biquíni porque queria curtir essa última sexta das férias e fui dar uma volta no clube, as pessoas lá eram chiques de nariz em pé e eu apesar de gostar de me vestir bem, tava mais despojada com um biquíni branco, como sou morena eu fico muito bem de branco, uma saia jeas e hawainas, fui no quiosque do clube e pedi um suco. Tudo que eu gasto vai pra conta do papai, é tipo um hotel, só que condo, coisa de gente rica. Na Lapa não era rica, só tinha excelentes condições, só que agora papai tá ostentando, consequentemente, eu também.

- Cleozinha!

- Opa, eai tudo bem João ?

- Se esses acasos vinherem sempre acompanhados de uma gata assim como você, sempre bom.

  Nossa essa foi péssima, sério se ele não fosse gato, eu sairia de lá.

- Mas e vc como está cleozinha ?

- Bem, tô tentando conhecer aqui, mas nem sei por onde começar.

- Posso te mostrar se quiser.

- Aah seria ótimo, eu não conheço muito, tô precisando mesmo de um guia. - Senti malicia no meu tom, mas fui tratando de parar.

- Tem um lugar legal, acho que você vai gostar, vem cá.

  Foi ele me puxando, até que saímos do clube e paramos em frente ao OásisPlay.

- Vamos jogar ? - perguntei.

- Vamos tocar !

  Apareceu uma enorme interrogação na minha cabeça até que entramos e vi que o local se tratava de um estúdio musical, muito irado, muito mesmo, lá tinha uma rapeise jovem bem legal.

- Então cleozinha, tá afim de conhecer meu escritório ?

- Ham ?

  Ele riu.

- Meu estúdio pessoal.

  Nas caixas de som tava tocando a música wiggle wiggle do Jason Derulo e ficou meio que uma cena de filme a gente passeando pelo local, que como posso explicar? Era tipo um projac, tinha vários estúdios no OásisPlay, tinha um enorme social por qual passamos e alguns particulares. Chegamos no dele e ele apertou um botão e abriu uma porta de garagem e apareceu vários instrumentos de som na garagem, como se a banda tocasse na garagem saca? Uma banda de garagem estilo States, tinha até ferramentas de garagem, pra parecer uma garagem, mas pra também parecer um estudio. Eu olhava tipo uau, e o João me olhando com prazer em ver que eu curti a parada.

- Meu sonho é ter uma banda de garagem, então eu montei esse estúdio com alguns amigos. O mais incrível que só faltava uma vocalista Cléozinha.

- E porque você não canta? Você canta tão bem.

- Prefiro só tocar meu baixo e fazer um back. Mas e aí que fazer um som?

- Só nós dois?

- A rapeise tá chegando aí, mas podemos começar.

- Podemos.- Falei o encarando nos olhos azuis que faziam com que eu me perdesse no espaço tempo.

Flat 83Where stories live. Discover now