Capítulo 11

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Deslizei o dedo sobre o cartão, e o abri.

" Cléozinha a gente ficou, mesmo assim eu não tiro você da cabeça."

Safado. Entrei fechei a porta, e como não sorri? Peguei um papel e uma caneta na mesa de centro e escrevi:

"Gamado."

Colei na porta dele, mas nem bati. Quando entrei:

- Ai que lindas. Quem te deu?

- Meu vizinho mãe Cida.

- Nossa princesinha, mal chegou e já tá arrasando corações.

  Sorri, admirando minhas flores. Tirei uma foto e mandei pra Duda.

- Cida me arruma um jarro pra eu por e não murchar por favor.

  A Cida foi pegar o jarro e quando olhei pro lado, as meninas saíram do quarto e eu me senti no 'the walking dead', pareciam zumbis.

- "Êh" bom dia meninas, vamos dar um jeito de arrumar essas carinhas.

- Ai Cléo, tô passando mal preciso de um remédio.- Falou a Ju.

- Tem ali no balcão.

- Que isso? Flores ? Quem deu? Hmmmmm danada.

- Foi meu vizinho, fofo né?

- Que invejinha branca amiga. Tem cartão? - Falou Analu.

- Tem, aqui. - Entreguei a ela.

  As meninas leram o cartão e ficaram cheias de picaretagem.

Almoçaram, marcaram um dez e depois foram pra casa, na Lapa. Cida foi ao mercado e fiquei sozinha de novo. Até a mamãe chegar.

- Oi filha. - Falou ela me abraçando.

  Dei um oi seco e nem a abracei de volta, peguei o cartão e fui pro meu quarto.

  Sei que sou mimada, mas é que sou carente da atenção dos meus pais, de passeios em família, mas eles só pensam em trampar. Sei também que é o meu sustento, mas queria ser mais importante que isso. Botei os fones de ouvido e dormi. Dormi não, entrei em coma porque quando acordei já era dia seguinte e meu celular despertou às 6h da manhã, no horário da escola, aff, da nova escola.

  Levantei, tomei banho. Vesti uma calça destroyed, a blusa de uniforme e um tênis vans preto. Peguei meu óculos e botei. Minha mochila já tava arrumada desde a mudança. É vermelha e florida na parte do bolso da frente. E sai.

Quando saí do quarto a mãe tava me esperando. Me deu um abraço e disse que me amava muito, me desejou um bom dia de aula e disse que no sábado faríamos nosso passeio e que já estava tudo combinado com o pai.

- Também te amo mãezinha. - Falei toda entusiasmada.

  Tomei um café da manhã e quando saí do flat meu vizinho tava saindo do seu.

- Oi Cléozinha. - Falou ele sorrindo.

- Oi João. - Quando olhei pro uniforme dele, era igual ao meu. - Nossa! Mesma escola.

- Então, será que posso te dar uma carona?

- Pode sim. - Sorri.

  Descemos até o estacionamento e entramos no carro.

- Pronta pra escola nova Cléozinha?

- Pronta.

- Lá é legal você vai gostar.

  Ele ligou o rádio e ficamos cantando  last hope feito loucos enquanto ele dirigia.

- Pronto, chegamos.

- Uau, que grande. - A estrutura do Colégio era como a de um castelo, pelo menos por fora.

  João abriu a porta pra mim, quando eu desci do carro, me senti no BBB, todas as caras olhando pra nós, desci jogando o cabelo, mas não foi um gesto planejado.

- Vem, vamos. Ali a galera. - O João disse.

  Quando olhei, percebi que a turma toda que estava no luau estudava ali. Chegamos lá cumprimentando a todos.

- Chegou o casal 10. - Falou a Gil.

  Eu ri sem graça demais, tecnicamente não éramos um casal. Ainda não.

- Então Cléo qual é a sua turma? - Perguntou a Diana, minha best.

- É, pera aí deixa eu ver. 3009.

- Ah então você tá na minha turma, da Gil e do Ric. - Ela respondeu.

- Legal bom que não fico sozinha.

O sinal tocou e então entramos. Me despidi do João, ia dar beijo na bochecha, mas ele virou e acabou se tornando um selinho. Safado.

A Gil como sempre foi me apresentando as pessoas da turma que andava com ela.

- Esse é Max. - Max era um tom mais afeminado, se é que vocês me entendem. - Ana, Paulo e Victoria.

  Entrou uma loira na sala. Jogando o cabelo, com três meninas  seguindo-a e eu perguntei:

- E aquela ?

- Beatriz, ela namorava o JP.

- Namorava é? hmmm, interessante.

Flat 83Where stories live. Discover now