Dos | Si tuviera un dólar cada vez

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          Queria acreditar que o dia anterior foi um puta sonho bizarro. Desejei por tudo o que é mais sagrado acordar no meu apartamento em Nova Iorque, ouvindo o som dos carros, vizinhos e continuar a ser intoxicado aos poucos pelo índice de poluição que o estado apresenta.

Mas é claro, que o mundo me odeia, e sim, eu estou no fundo do poço, e aparentemente cagaram na minha cabeça.

– Jimin, eu já disse que não vou sair daqui! – gritei, sentado no chão do quarto escorado na porta, apenas para poder ouvi-lo melhor.

Ora, e essa agora.

Jimin sendo o meu melhor amigo, deveria entender o meu pequeno surto e respeitar esse meu momento de paranoia. Onde eu claramente, suponho que irei esbarrar em Hoseok a cada esquina que virar. Sendo assim, me rendendo à ele nas primeiras duas palavras que este soltar em castelhano.

Minha força de vontade não é nada, perto do poder que esse homem tem sobre mim.

– Abre essa porta agora, ou eu juro por deus, Taehyung, que eu vou lá na recepção dizer que você está morto aí dentro – gritou ao mesmo tempo em que esmurrava a porta.

Francamente, que amizade tóxica essa que eu fui arranjar.

– Você não tem coragem – soltei um riso fraco.

– Ah, não? – perguntou em provocação – Espera para ver.

Permaneci quieto, podendo ouvir seus passos ao se distanciar e então, o perfeito silêncio. Ele não tem coragem.

O silêncio prosperou, comecei a me sentir nervoso. Me levantei devagar, mordendo o lábio antes de criar coragem para abrir a porta.

Ele não seria louco de fazer uma coisa dessas.

Forcei a vista pelo olho mágico, encontrando o corredor vazio. Senti o estômago gelar só de pensar na vergonha que Jimin me faria passar se realmente fizesse o que ameaçou fazer.

Que merda eu estou pensando? É claro que ele teria coragem.

Até parece que eu não o vi perseguir o cara que roubou o celular de Jungkook, pular o muro de um cemitério e, no fim, ainda voltar com o aparelho em mãos.

Abri de vez a porta, pronto para correr atrás dele e quem sabe, negociar uma possível trégua, mas assim que pus os pés para fora do quarto, fui agarrado por trás.

– Peguei ele! – Jungkook gritou, pressionando a palma da mão contra a minha boca, ao mesmo tempo em que me imobilizava com o braço livre.

Eu deveria ter me dedicado mais aos treinos na academia.

Avistei Jimin ao lado da escadaria, acenando para que Jeon me levasse até lá.

Tentei me soltar, me debati feito um peixe fora d'água, o que foi totalmente em vão. Vi o senhor crossfit tirar da porta o cartão que à abria, antes de bate-la com força e como se eu não pesasse nada, ele me jogou sobre os ombros.

– Qual o problema de vocês! – gritei, tentando me segurar nele para que não acabasse indo de cara no chão – Me solta, Jungkook – pedi, sendo totalmente ignorado – Jungkook!

Ele se manteve fingindo que não estava me ouvindo. Enquanto a mente diabólica por trás de tudo isso começara a falar:

– Tae, meu anjo, vamos à praia hoje – avisou Jimin em um tom de voz sereno, nem parecia que estavam me sequestrando.

– Não posso sair daqui.

– Me poupe, Porto Rico é enorme, acha mesmo que pode esbarrar no Hoseok em qualquer lugar que for?

Bésame | VhopeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora