Capítulo Trinta e Três

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Heyoon

Esperei a tarde chegar e convidei Lamar para tomar um café. Resolvi ouvir a Sina. Ela estava certa, precisamos conversar. Cheguei um pouco mais cedo, e como não tinha roupas tive que usar as da Sina. A largura não foi um problema, já que ela também está grávida mas bom... O comprimento é outra história. Eu pareço uma anã perto da Sina!

- Heyoon. - a voz embargada de Lamar me chama. Engulo seco e olho em sua direção. Ele estava bonito, com um paletó preto e uma gravata azul marinho.

- Lamar. - o cumprimento abaixando a minha cabeça. Ele se senta na minha frente e eu sinto o nervosismo tomar conta de mim. Não sei o que falar, nem por onde começar.

- Me desculpe por ter usado você. Me desculpe por ter escondido essas coisas, eu não deveria ter feito isso. E também, me desculpe por ter sido um tremendo babaca com você. Eu cometi um grande erro, e assumo isso. 

- Você que escondeu aquilo no cofre? - pergunto.

- Sim fui eu. Sinto muito. - ele faz um sinal para a garçonete que vem atendê-lo.

- Um café preto, sem açúcar. - ele diz me fazendo arregalar os olhos.

- E a senhorita que algo? - ela me pergunta. Era a primeira vez que uma mulher não me olhava com nojo, ou me chamava de senhorita.

- Quero um suco de laranja, por favor. - ela anota os nossos pedidos e me dá um sorriso.

- Pedidos anotados. - abaixo minha cabeça em agradecimento e volto minha atenção a Lamar.

- Café preto é? 

- Quis algo diferente hoje. - murmuro um "hm" e Lamar pega em minha mão, chamando minha atenção.

- Você me perdoa?

- Eu perdoo, mas eu não acho que seja uma boa ideia voltar para casa. Eu te perdoei mas o que você fez me magoou muito e eu... Preciso de um tempo. 

- Como quiser. Não vou insistir. Mas acho melhor você voltar para a casa, não ficaria melhor para você? - ele me pergunta e eu penso um pouco.

- Hm... Acho que tem razão. Noah e Sina também precisam ficar sozinhos, ainda mais esperando uma criança. 

- O seu café, e o seu suco senhorita.- ela coloca na nossa frente as bebidas e dá um sorriso.

- Obrigado. - Lamar agradece e pega o seu celular. 

- Vou precisar de você aqui. Venha logo. - ele diz rapidamente e coloca o celular na mesa ao lado de seu café. 

- Com quem você estava falando? - pergunto e ele me olha.

- Desculpa eu... Não quis ser indiscreta.

- Com meu motorista. Era com ele que eu estava falando. Não precisa ficam com ciúmes amor. - ele responde de forma debochada.

- Não tem porque ficar com ciúme de você. - dou um gole no meu suco.

- Claro que não. - ele dá um sorriso de lado. Dou outro gole no meu suco, dessa vez acabando com o mesmo.

- Pelo visto você tem uma garganta profunda não é? - Lamar me pergunta me fazendo esgasgar.

- Eu... Eu quis dizer porque você bebeu tudo de uma vez. - ele se embaralha com as palavras fazendo com que eu segurasse a risada.

- Eu não quis dizer que... Você me entendeu. - ele bufa frustrado.

- Sim, eu entendi. - dou uma risada fraca e o meu celular começa a tocar.

'Jaden' aparece no visor da tela.

- O que você quer? - pergunto irritada.

- Conversar. Me desculpe por parecer um maluco, e por agir igual um idiota. Podemos ao menos ser amigos?

- É... Tudo bem. Nos falamos depois. - desligo o telefone sem esperar por sua resposta. Eu não queria ter a amizade dele, "tudo bem" significava: de jeito nenhum. O nosso término foi o melhor a se fazer, e eu não queria ter nenhum outro tipo de relacionamento com ele.

- Quem era? - Lamar me pergunta.

- Jaden. Ele disse que queria falar comigo.

- E o que você respondeu?

- Tudo bem. - Lamar cerra os punhos. Seu ciúme ficou nítido.

- Vamos para casa. - ele pega na minha mão e me puxa para o lado de fora.

- Você nem pagou o café! Na verdade você nem o tomou! - exclamo.

- Eu tenho pessoas para fazer as coisas por mim. - o mesmo dá uma piscada de olho para mim e eu reviro os olhos.

- Burguês.



𝑪𝑨𝑺𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶 𝑭𝑶𝑹𝑪𝑨𝑫𝑶 • 𝘩𝘦𝘺𝘮𝘢𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora