Capítulo II: Habitantes de Neknus Ká.

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Entre os campos de Loukor e a Floresta de Neknus Ká, a violência dos três sóis torturavam o dia. Nenhuma nuvem vagava sobre o céu para bloquear a luz que se derramava sobre o mundo, no entanto, brisa leve, e afetuosa viajava entre campina e arvoredo, levantando brumas de poeira e folhas secas. Caminhavam sem paciência, pouca água ainda se mantinha presente em seus odres e a fome já os agarrava, como fera em sua presa.

" Ele cria as próprias flechas e também criou essas daqui especialmente para mim, são chamadas de ferpas, podem causar um estrago se eu atingir o alvo" Discursava Ifir, sobre um amigo.

" Esse Envyx é o caçador de recompensas que você falou ontem ?'' Perguntou não tão interessa no assunto.

" É ele mesmo, ele nasceu em Aruon assim como eu, bem, eu nasci nos arredores e não possuo sangue de Aruon, mas ele sim."

Ayven nunca conheceu outros reinos e isso era algo que lhe chamava a atenção.

" Como é Aruon ?'' Perguntou, mas no ócio de transparecer tédio, invés de interesse.

" Tão grande quanto Zasturalem e somente as casas sagradas, catedrais e o castelo do rei olham em direção do mar, é um dos únicos lugares do leste qual é permitido piratas. O governo possui um antigo acordo com os lordes piratas do Oceano do Mundo Rompido e..." Algo na estrada o chamou a atenção. " É o Peity"

O mar e suas areias nunca preencheram o horizonte de Ayven, seus encantos e beleza eram distantes feito contos sussurrados, e as palavras de Ifir alimentou um chama de desejo que ardia em se aventurar, no interior da garota. Sonhou em saborear o ar de Aruon e caminhar em suas ruas e falar com seu povo. Povo distante de Zasturalem.

Direcionou seu olhar adiante e avistou um rapaz sentado sobre um tronco abaixo de uma sombra atraente, de uma árvore de copa larga.

Peity, um rapaz penalizado pelas temperaturas do centro e a poeira abundante da estrada, se mantinha inerte com uma perna esticada e outra dobrada, se apoiando com as mãos sobre a grama rasteira. Consigo carregava uma bolsa volumosa, uma espada curta maltratada pela falta de cuidados e um casaco de peles que uma vez cobria seu corpo vigoroso.

Quando avistou Ifir se ergueu sem expressão aparente, teve uma dificuldade em se levantar, demonstrava cansaço, aquele de peregrinos insatisfeitos. Era manco de uma perna, e seu caminhar era hesitante, vacilante, como folha que despenca de galho.

" O que faz aqui ?" Perguntou Ifir comprimentando-o.

" Eu estava voltando de Loukor, a mãe de um dos mestres Cepdo faleceu e deixou um pedaço de terra para ele no Império de Sanguínea." Contou Peity.

O nome do rapaz forá uma coincidência estranha para Ayven e mais lembranças se chocaram contra mente, mas ela ignorou e o comprimentou. Sem muito compreender, julgou Peity com alguém justo e de confiança, mesmo que a origem de seu nome fosse de completa oposta natureza.

Reparou em uma cicatriz que se iniciava um pouco abaixo do seu lábio inferior e se alastrava fina e incômoda na pele, até a bochecha do rapaz, onde barba era escassa, feito rio que força caminho em mata profunda.

" Essa é Ayven, Peity, minha guarda passos." Apresentou ela a ele.

" Espero que meu amigo não a vem incomodando com todas suas histórias, aliás, belo machado." Disse o rapaz, sua voz era profunda mesmo falando quase aos sussurros, e ele sabia desse fato, por isso pronunciava suas palavras serenamente sem alteração ou pressa alguma. Ayven notou seu sotaque, mais aparente nas sílabas tônicas das palavras cedidas. Sua origem era nortenha, ela possuía certeza.

" Obrigada, e sim ele vem falando sem parar." Foi direta, encarando Ifir sorrindo, esperou que Peity sorrisse, mas permaneceu sério, sua expressões eram bem escondidas.

Vínculo da FeridaWhere stories live. Discover now