Capítulo V: O Julgamento de Kallion.

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The Chant of Dwarfhome é uma composição de Rafael Hofstadter e é a trilha sonora do Palácio dos Eremitas.


Ayven

Ayven desejava perguntar o que era aquela casca de árvore para Ifir, mas se conteve com o silêncio que o túnel proporcionava, túnel qual tomou iluminação breve por causa de ramos de folhas que desciam pela saída como uma cortina leve.

Caminharam através da mata indo em direção da estrada novamente, mas algo começou a incomodar Ayven, ela sentia Gorguinik agitado em suas mãos, e sua mão voltará a arder mais forte que da última vez, uma fagulha de dor nascerá contraindo seus músculos.

"Você esta bem?'' Perguntou Ifir percebendo a mudança repentina no caminhar de Ayven.

"Eu..." Começou a falar, mas foi interrompida por um berro feminino na floresta. Um grito de dor por clemencia, estava próximo, depois dos arbustos e das arvores grossas na direita deles. Ifir saltou de susto para tras de Ayven encarando o lugar de origem do grito.

"Vamos embora, Ayven" Falou Ifir, temeroso.

"Estamos cercados Ifir" Respondeu limpando o suor em sua testa.

- Me solte no chão, Ayven- Disse Gorguinik, mas forá tarde demais. Arqueiros surgiram por todos os lados encurralando-os e logo depois soldados com espadas em mãos.

"Soldados de Ered Edrus. Ficaremos bem." Afirmou Ifir. Os arbustos se movimentaram novamente e um grunhido surgiu e uma mulher foi arremessada no meio do círculo formado pelos soldados.

Era a última das três mulheres que os assaltou na estrada. Sua roupa estava rasgada, mas nudez não era evidente. Seu lábio estava avermelhado por um filete de sangue que escorria no canto de sua boca. Ela ergueu o olhar ao cair de costas na grama e avistou os dois. O olhar de desespero modificou se um por um cheio de esperança e alívio.

"FORAM ELES !!'' Gritou desesperada. Um cavaleiro afastou com a manopla os arbustos encarando-os. Ele não portava elmo como os outros e sua armadura era pesada, feita de malaquita pura com ligamentos de prata, em seu peitoral a imagem de um Quetzal de cauda longa descia pelo seu abdômen. A cauda do animal se transformava em uma corrente grossa que enroscava a cintura do cavaleiro e consigo carregava uma bainha de couro negro, onde uma espada curta era portada.

"Aquele machado foi a arma usada. Estou desarmada, você pode ver." Continuou a falar a mulher morena ao chão, amparando suas lágrimas.

"Largue o machado!!" Gritou um arqueiro que se adiantou na linha circular que se formava ao redor deles.

- Se renda, Ayven- sugeriu Gorguinik em sua mente. A garota lançou o machado aos pés do cavaleiro da malaquita.

"Tragam o corpo." Gritou ele.

"Sim senhor, Alto Quetzal." Falou um soldado à sua direita que indicou algo com a mão atrás de si. Em um pano negro o corpo da primeira mulher que Ayven havia assassinado foi posicionado em frente do cavaleiro. O corpo quase partido em diagonal foi averiguado pelo cavaleiro que teve dificuldade em levantar o gume do machado, ele encarou Ayven de longe com confusão no rosto. Sobre a fenda no tronco do defunto ele passou os dedos e depois olhou o machado.

"Soldados... Aprisione essa mulher. Ela é a assassina da princesa de Ered Edrus." Disse severo. Um sorriso nasceu no rosto da mulher, sorriso qual não durou muito, pois a manopla de malaquita se embolou em seus cabelos de forma indelicada.

"Levaremos você como testemunha. Qual seu nome ?''

"Me chamam de Trezirel, vossa senhoria." Respondeu cerrando os dentes em dor. Sua cabeça foi largada com violência e seus pulsos foram tomados por uma algema indiferente a seus sentimentos de desconforto.

Vínculo da FeridaWhere stories live. Discover now