O silêncio durou alguns segundos após a pergunta da mulher para o jovem assustado. Eu estava aflita, com medo da resposta, já que tinha me simpatizado com o garoto que havia sido protegido pelo meu filho.
Katsuki percebeu minha inquietude e se aproximou, as costas de nossas mãos se tocaram levemente antes que ele cruzasse seus dedos com os meus. Tal atitude me tranquilizou um pouco.
— Eu não fiz nada. — O garoto disse. — Eu juro que não fiz nada. Me deixe ir por favor, eu preciso ir embora.
— Voltamos à estaca zero. — A detetive Izumi diz se sentando numa cadeira que havia ali.
O silêncio prevaleceu no cômodo enquanto Liedy fazia mais algumas perguntas para o jovem. Minutos depois, a mulher abandona o interrogatório e se dirige até a pequena sala onde estávamos a esperando.
— Ele está mentindo... — Liedy diz ao entrar na sala.
— O que...? — O restante de nós dizemos em uníssono.
— É brincadeira. Ele está dizendo a verdade! — Liedy diz e começa a rir de nossas expressões.
— Eu não consigo imaginar o inferno que seria ao juntar essa mulher com a esposa do Aizawa. — Bakugou balbucia para mim e eu solto um pequeno riso.
— Realmente, seria bem difícil conviver com Liedy e Miss Joke no mesmo cômodo. — Falei.
>><<
— Tá tudo bem? — Perguntou Yuki ao perceber a inquietação de seu amigo durante o jantar.
— Desculpe, Akayuki. — Aokami respondeu.
— Já se passaram três dias desde o interrogatório e você está do mesmo jeito. — O de cabelos brancos fala.
— Cada um tem seu tempo, Yuki. — Eu digo. — Eu sei como é difícil, já que passei por isso.
— Já passou por isso...? — Os olhos azuis acidentados do garoto pousam sobre mim, ansiando pela continuidade do que eu estava falando.
— Meus avós de sangue eram vilões. E quando eles morreram toda a culpa caiu em cima da mamãe. — Yuki responde por mim, já que tal história o despertava muito interesse.
— E você não quis matá-los? — Perguntou Aokami, deixando o restante de nós na mesa incrédulos com seu repentino questionamento descabido.
— Do que está falando? — Katsuki pergunta.
— Não quis se vingar dos heróis por terem dado as costas pra você? — Perguntou ele.
— Por que está falando isso, Hoshi? — Yuki pergunta.
Eu e Katsuki nos encaramos enquanto o garoto ainda aguardava uma resposta.
— Vamos terminar o jantar. — Katsuki diz, afastando o assunto.
Continuamos a comer em silêncio, o clima pesado pairou sobre a sala de jantar durante o resto da refeição. Quando acabamos de comer, Katsuki guiou Akayuki para o andar de cima, para que o menor pudesse escovar os dentes, terminar as atividades escolares e se preparar para dormir. Enquanto isso, eu lavava a louça com ajuda de Aokami, que secava os objetos e os guardava em seus devidos lugares.
— Você não vai responder a minha pergunta? — Ele fala.
Eu pressiono os lábios diante o peso de seu questionamento.
— Eu nunca quis matar ou fazer mal a herói algum.
— Mas todos te abandonaram, não foi? Akayuki me contou várias coisas...
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Can I be a Hero? • [Boku No Hero]
Teen FictionApós finalmente terminar o seu 1° ano na escola de heróis UA, Iwasaki Shiro vê sua vida desmoronar diante de seus olhos quando é acusada da morte de seus pais. Ela some no mundo, vivendo na rua entre becos por 2 anos. Mas um encontro inesperado c...