Quíntuplos

EXTRA - Parte 2

Minseok se sentia aflito. Ainda que agora soubesse que os filhos estavam seguros na casa da Juíza e que eles a escolheram como ama, ainda assim se sentia preocupado. Tinha conversado longamente com os maridos por telefone e depois de Tin ter lhe garantido que estava tudo bem e que ele tinha acertado tudo com ela, ainda não conseguia dormir, queria falar com os filhos. Ele se sentia... Preocupado.

Não eram os primeiros filhos que entravam em um relacionamento, mas eram os primeiros que saíam de casa, de certa forma. Ele tinha se divorciado anos atrás, não queria sentir a mesma perda ou a sensação de ter errado de algum modo. Ele esteve incumbido de cuidar dos quíntuplos e foi em seu turno que eles fugiram no meio da noite.

Respirou pesado, sabia que não era sua culpa, mas ainda sentia que falhou de algum modo.

Estava sentado aos pés da cama opulenta imaginando se os quíntuplos já estavam dormindo ou ainda acordados... Os maridos jamais diriam que ele errou, mas ele tinha errado, claro...

— Seok, baby.

Kim Minseok levou um susto ao perceber que ouvia a voz clara do Can. Mas... Mas...?

Então as mãos do marido tocaram seus ombros e ele se virou. Era o Can, em carne e osso parado ao lado dele.

— Can!

Seok abriu a boca chocado.

Sabia que o marido era silencioso como nada mais poderia ser, e sabia disso há muitos anos, afinal ele não só fazia parte de uma seita secreta de freiras guerreiras do Vaticano, como também... Era uma das rainhas de uma ordem ou algo assim, ele nunca entendeu direito, de mundos paralelos e que enfim, tinha muita magia, mistério e coisas inexplicáveis no meio daquilo tudo. Ae dizia que era melhor deixar os detalhes de lado ou ia pirar e Seok acabou acatando a prática. Can também podia atravessar distâncias através de espelhos, se Jiliard abria as portas... Jili era o espelho mágico do marido. Não apenas um espelho físico, mas uma entidade de um mundo de espelhos que foram criados com a explosão de uma estrela e mais outras coisas.

Enfim, era sempre melhor não pensar nos detalhes.

— Oi Baby, eu vim em uma missão secreta – Então ele piscou e beijou sua bochecha – Temos um encontro de casais hoje, vamos?

Seok queria perguntar mais sobre aquele súbito compromisso ao mesmo tempo em que sentia desejo de gracejar sobre o marido usar de magia para algo que não era 'assuntos mágicos oficiais' como ele dizia.

Mas não fez. Estava agradecido, precisava mesmo estar com o marido e ter certeza de que estava tudo bem. Can sabia de tudo e se ele dissesse que estava tudo bem, então estaria tudo bem.

Seguiu o marido até o closet do quarto real e então viu Jili diante do espelho de troca de roupas embutido. Jiliard tinha acolhido sua aparência e Seok se sentia lisonjeado por isso. Soube da história e do porquê ele tinha preferido seu rosto na ocasião embora o estilo de ambos era bem distinto.

Seok gostava do espelho, sempre gostou, desde a primeira vez.

— Oi, alteza!

Jili deu um tchauzinho animado e Seok arqueou as sobrancelhas. Aquilo parecia algo...Ilegal?

— Can, paixão, vocês vão fazer algo contra as regras?

Seu marido deu uma risadinha e negou.

— Na verdade não, como eu disse é um encontro de casais embora tenha sido decidido um pouco em cima da hora. Você vivia dizendo que tinha curiosidade sobre o mundo dos espelhos, não é mesmo? Então hoje é sua noite de sorte. Você não só vai atravessar um espelho como vai conhecer outras rainhas – Então Can pegou suas mãos – Eu quero que se divirta e fique feliz, hun? Está com preocupações desnecessárias nessa mente genial, mas essa é minha sina, meus maridos pensam demais, são inteligentes demais, e especiais. Tenho que trabalhar em turnos intensos.