Conturbado

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Nos dias que se seguiram percebi o quão apegado a Jeon Jungkook eu já estava ficando. Estava me adaptando de verdade com a companhia dele no meu dia a dia, ao ponto de ouvir o tempo inteiro de Seokjin o quão apaixonado estou. Não nego isso, porque também acho que estou, mas ainda acho cedo para definir mesmo como paixão. Um encanto tudo bem, mas paixão?

— Mas como eu ia dizendo, ele se distanciou um pouco nos últimos cinco dias, nem foi para as aulas de piano da faculdade ou as que teria comigo. — Resmunguei com Jin, afundando mais no colchão da minha cama. — Estou preocupado.

— Encurrala ele e pergunta.

— Jinnie, eu não o enxergo para poder fazer isso. — Minha carranca deve apenas ter aumentado. — E não é como se eu ao menos pudesse exigir alguma coisa dele.

Realmente não podia nem se quisesse, isso me incomoda e me frustra muito, mas eu não tenho o que fazer. Sim, Jungkook e eu nos tornamos amigos, mas até que ponto essa amizade vai? Até que ponto eu posso ir? Não sei o quanto ele confia em mim, o quanto gostaria que eu demonstrasse minha verdadeira preocupação para com ele.

Jin e eu ficamos por muito tempo ainda conversando, tinha a ligeira impressão de estar sentindo um cheiro diferente nele e até perguntei sobre isso, mas Kim Seokjin é o rei quando se trata de escapar de assuntos sobre os quais não deseja falar, e como respeito aguardaria que ele se abrisse comigo.

Mas eu realmente acho que esse cheiro seja de um serzinho bem pequenino que possa estar se desenvolvendo dentro dele!

E no dia seguinte mais uma vez havia sido presenteado de forma triste com a solidão na universidade. Jungkook não deu as caras até o presente momento, não senti seu cheiro inconfundível pelos corredores, nem ouvi falar em algo que fosse sobre ele. Isso me preocupava demais!

Não tinha seu número ou endereço, nem poderia pedir ajuda a Seokjin. Não tinha nada que pudesse fazer para acabar com o incômodo que se apoderava cada vez mais do meu peito.

Ouvi coisas desagradáveis enquanto estava debaixo da árvore no intervalo, e passei por uma situação bem ruim também. Um idiota tentou roubar minha guia, mas é tão tonto que acabou tropeçando em meus pés e, acredito que, levou um belo tombo. Pelo menos foi o que as risadas em minha volta demonstraram.

E eu não conseguia mais prestar atenção nas aulas quando voltei para sala, tampouco prestei atenção quando fui para as de piano. Não queria mesmo tocar, estava me sentindo muito para baixo e, não sei, a música me parecia agitada e alegre demais para o momento.

Minha mãe me buscou como sempre naquela tarde, alegou que tinha uma surpresa me esperando em casa e tudo que eu mais desejava era a companhia para tocar piano. Sim, eu queria que essa surpresa se tratasse de Jeon Jungkook.

Conversamos um pouco ao longo do caminho, minha mãe sempre gostava de desenvolver uma boa conversa e eu gostava de seus assuntos. Ela é uma ômega muito inteligente, a minha preferida — que Seokjin não me ouça — e por algum motivo me identifico com muitas coisas que ela fala, mesmo que muitas vezes eu não entenda o motivo.

Ao que adentrei meu quarto um forte e doce cheiro de jasmim se fez presente, e eu queria poder correr até o dono de tal cheiro para abraçá-lo e nunca mais lhe soltar. Mas não é como se eu soubesse em que direção ele estava.

— H-Hyung... — A voz quebrada, demonstrando tristeza chegou aos meus ouvidos me enchendo de uma mágoa que sempre me dominava quando pensava que Jungkook não estava bem.

— Jungkook... você sumiu. — Murmurei, sendo praticamente atacado por Jungkook, que se jogou em meus braços antes que eu pudesse me preparar para isso.

Alpha | jjk + pjmWhere stories live. Discover now