REVERBERATE

Porque eu quero...

Era uma noite de lua cheia, e a lua brilhava no céu como se não houvesse amanhã. O contraste de sua cor com o céu escuro, repleto de nuances, era deslumbrante. Eu a observava enquanto o elevador de vidro na parte externa do prédio de 40 andares me levava até a cobertura.

Por um momento, desviei o olhar para a avenida lá embaixo, que estava agitada, afinal, era sexta-feira à noite. O elevador finalmente parou e emitiu um som anunciando: "Você chegou ao seu andar". Era a cobertura...

Saí tranquilamente, usando um vestido de seda longo na cor bordô, com uma fenda na minha perna esquerda que oferecia uma visão fascinante das minhas tatuagens para quem se atrevesse a observar. Meus saltos Louboutin eram pretos, e o toque final, a pulseira que Blake havia me dado.

Ao entrar na festa, fiz uma análise rápida. Havia, no máximo, cinquenta pessoas naquele momento. Meus olhos percorreram o ambiente em busca do meu alvo, mas antes disso, virei de costas para ele e peguei meu celular para enviar uma mensagem ao senhor Sartori.

Contato: Blake 💩— Já localizei ele 😝
— Ok, não seja tão confiante 🙄.
— Não estou confiante, contudo ele parece um alvo fácil 😂.
— Foco.

Assim que li a mensagem, vi-o sair do elevador e percebi que ele havia escolhido roupas com cores semelhantes às minhas. Ele usava uma camisa preta simples sob um blazer bordô, combinando com calças pretas e, é claro, suas joias extravagantes.

Caminhei até o bar para iniciar o que tínhamos planejado, e a bartender me encarou imediatamente, perguntando:

— O que deseja?

— Hmm... Sex on the Beach? – Respondi de maneira hesitante, mas ela já começou a preparar a bebida. — É a noite perfeita para este coquetel.

— Concordo. – Sua voz rouca e seu sotaque ecoaram em meus ouvidos, mas mantive minha postura. — No entanto, eu quero uma dose de whisky. – Blake disse assim que a bartender entregou meu drink.

— Aproveite sua bebida, senhor. – Eu o medi e me afastei, caminhando de uma forma que o nosso alvo pudesse me notar. Na medida que aproximava, ficava evidente o interesse que as mulheres ao seu redor tinham, em sua beleza ou seu dinheiro, ou ambos. Não é da minha conta. Seu olhar passou por mim, mas eu continuei meu caminho, indo até o guarda-corpo de vidro para admirar a vista. Era alto, e se não fosse pela música alta, diria que não era possível ouvir os ruídos da avenida. A noite estava deslumbrante.

— Não sei o que é mais bonito. – Uma voz masculina e suave com um tom provocante disse, parando perto de mim. Olhei de soslaio, era ele, então lembrei do que Blake havia me dito... "Certamente vai se aproximar, ele flerta com todas, mas tem uma queda nas que são difíceis de conquistar...". — Esta noite ou a mulher ao meu lado. – Ele concluiu, dando um gole em sua taça de vinho branco.

— Já usou essa com quantas mulheres hoje? – Indaguei sem olhar para ele.

— Se isso ajuda, você é a primeira a não agradecer o elogio. – Ele disse com um toque de humor, mostrando sua personalidade.

— Esta geração está escassa de elogios, nunca vi um tão ruim como esse. – Retruquei de forma perspicaz, e ele soltou um riso sem graça.

— Peço desculpas se o ofendi, não era minha intenção. – Ele respondeu com cortesia. — Prazer, Lucian.

— Quando você usa a mesma cantada em todas as mulheres em uma noite, parece que tem total intenção de ofender, Lucian. – Ironizei, olhando para ele, e ele fixou seu olhar em mim. — Obrigada pelo desprazer de te conhecer. – Saí andando antes que ele pudesse responder, ouvi um resmungo distante que não consegui entender.