Capítulo 1

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Lá vem o alarme

Eu vi isso acontecer, eu deixei acontecer

Meus instintos vão me dizer, "eu te avisei"

Mas eu estava tão intrigada pelo seu estilo, menino

Eu estava sendo uma otária por um menino selvagem

Eu sou melhor do que isso, eu sei o meu valor

Talvez eu esteja recebendo o que eu mereço

Mas não vou permanecer para uma reprise

O que está feito está feito


Já passa das 20 horas quando fecho meu notebook na mesa do café que virou meu lugar favorito da cidade

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Já passa das 20 horas quando fecho meu notebook na mesa do café que virou meu lugar favorito da cidade. Não faço ideia de quanto tempo fiquei aqui, imersa no trabalho ou quantos cafés tomei, só sei que sou a última cliente no local já que vejo o pessoal limpando e organizando o lugar para fechar.

É assim quase todos os dias desde que me mudei para o centro de São Paulo. O Sweet Coffee é o meu lugar na terra, calmo, rústico, com um andar todo com pufes, mesas de estudos e prateleiras cheias de livros, para todos os gostos. Foi um achado, descobri o local duas semanas depois que me mudei e talvez eu fique mais aqui do que na minha casa. Tanto que as vezes saio junto com os funcionários, tarde da noite, já que o estabelecimento fica aberto até tarde.

– Trabalhou o dia todo, menina? – Matias, o gerente/faz tudo do café pergunta.

Matias é um senhor na casa dos 60 que trabalha aqui desde sempre, amigo da família, o braço direito. Pelo que entendi, o casal dono do café faleceu em um acidente a pouco mais de dois anos, então ele assumiu a frente enquanto o único herdeiro estudava para que pudesse assumir o negócio dos pais. Nunca o vi aqui, então acredito que ele confie mesmo em Matias que se tornou um grande amigo, quase um pai para mim. Se não for ele para me lembrar de comer, eu esqueceria totalmente.

– O dia todo, todo dia!

Ele ri da careta que faço enquanto junto minhas coisas para ir para casa.

– Você precisa de férias, já pensou nisso?

Olho-o em deboche.

– Você tá mesmo falando isso para mim? Você quem precisa de férias. Aposentadoria talvez.

Ele ri mais uma vez e me entrega uma caixinha que sei ser pão de queijo recheado que ele separou para mim.

– Você é o melhor Mati.

Ressignificando o amorWhere stories live. Discover now