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🌺Ludmilla Oliveira🌺

Chego exausta do meu último plantão, ao abrir a porta eu me deparo com Dona Maria sentada no sofá e cabisbaixa. Suspiro e fecho a porta a fazendo saltar do sofá rapidamente.

- Oh Dona Ludmilla, desculpe. - me olha assustada e passa a mão sobre a bochecha, então eu percebo que ela estava chorando.

- O que aconteceu? - pergunto colocando as chaves em uma caixa cheia de chaves - Aconteceu algo? - me aproximo dela e ela sorri.

- Não é nada, eu já vou terminar de arrumar aqui e...

- Dona Maria, você não me engana. - seguro suas mãos - Sente-se aqui e me diga, o que está te afligindo? - a puxo para o sofá enquanto começava a me sentar.

- Não é nada de mais. - pausa se sentando no meu lado - O preço do aluguel de onde eu moro aumentou e eu vou precisar me mudar ou trabalhar ainda mais horas por semana mas isso não é algo para contar para você. - diz sem jeito.

- Trabalhar mais horas? - ela afirma com a cabeça - Você mora sozinha? - a senhora afirma com a cabeça e eu sorrio - Certo, venha morar comigo. - sugiro e ela me olha surpresa.

- Dona Ludmilla...

- Nada de Dona Ludmilla. - sorrio acariciando sua mão - Você deixa os seus outros empregos, trabalha aqui em tempo integral e pode escolher um dos quartos para ficar. - reprimo um bocejo - E também, esse apartamento é muito grande para apenas uma pessoa, não acha?

- Você tem certeza disso? - pergunta desacreditada e eu afirmo com a cabeça.

- Você pode ficar com aquela suíte ao lado do meu quarto, ela precisa ser decorada mas nós damos um jeito mês que vem... - antes que eu termine de falar, Maria me puxa para um abraço apertado e eu retribuo na mesma intensidade sentindo aquele sentimento maternal que eu sentia a cada abraço com ela.

- Muito obrigada menina Ludmilla, muito obrigada. - diz repetidas vezes com a voz embargada e eu sorrio.

- Ei, sem choro. - finjo estar brava e me afasto dela para poder ver seus olhos cheios de lágrimas de alívio - Vamos fazer assim, eu vou dormir um pouco porque estou morta de cansaço e depois nós vamos lá no bairro onde você mora para pegar as suas coisas. - seguro seu rosto e enxugo as lágrimas que haviam escorrido por sua bochecha com meu polegar - Enquanto eu durmo, você pode começar a colocar a mobília do quarto da forma que você desejar. - Maria volta a me abraçar e eu rio quando ela me balança de um lado para o outro.

- Você é um anjo enviado do Senhor para mim. - fala demonstrando sua gratidão e eu sorrio olhando naqueles belos olhos castanhos escuros que beirava o preto.

- Que isso, Dona Maria. - rio coçando meus olhos - Bom, eu vou ir dormir um pouco. Daqui algumas horas vamos para lá, ok? - me levanto e Maria afirma com a cabeça.

[…]

Maria e eu terminamos de subir com suas malas, ajudo a mulher a guardar suas roupas enquanto ela me agradecia diversas vezes por estar fazendo aquilo por ela. De fato eu estava pensando em a contratar em tempo integral para ficar aqui em casa já que ela sempre reclamava que era muito sozinha já que seus filhos haviam ido para outro estado, seu marido havia falecido e ela tinha ficado sozinha. Eu também ficava bastante sozinha no tempo que ficava no meu apartamento. Então pensei, por quê não?

Nesse momento eu estava trancada dentro do meu quarto fazem algumas ligações para alguns médicos pediátricos que eu conhecia. Havia chegado uma criança no hospital hoje com sintomas de síndrome de Tourette, eu já havia atendido algumas crianças com essa doença mas nada tão avançado quanto a dessa criança de hoje.

Termino as diversas ligações e então respiro fundo antes de pegar meu notebook que estava na cabeceira da cama, começo a iniciar um pequeno estudo sobre outro caso complexo de uma adolescente.

Só percebi que fazia horas e horas que estava ali quando meu celular vibrou indicando que uma mensagem havia chego. Quando pego o aparelho, sorrio ao ver uma mensagem de Brunna depois de quase uma semana sem notícia dela.

Brunna: Boa noite. Desculpe estar mandando mensagem esse horário mas eu só tive tempo de pegar o celular agora. Eu estava pensando, você não quer vir jantar aqui em casa na sexta? Vou fazer strogonoff de frango :)

Ludmilla: Boa noite Brunna! Pode me mandar mensagem qualquer hora, não tem problema. Olha, eu acho que na sexta eu vou estar trabalhando mas posso pedir para alguém trocar de turno comigo.

Brunna: Oh, não precisa trocar, nós podemos mudar o dia...

Ludmilla: Claro que não, eu amo strogonoff hahaha

Ludmilla: Creio que alguém poderá pegar o meu turno de bom agrado, mas eu posso confirmar com você amanhã?

Brunna: Claro.

Ludmilla: E como estão Jasmine e você? Estou com saudades dessa princesa hahaha

Brunna: Estamos bem, obrigada. Agora ela aprendeu a chutar e estou me sentindo uma bola de futebol sempre que deito com ela na cama :(

Ludmilla: Meu Deus! Pode esperar que agora vai até os dois anos hahaha

Brunna: Oh Deus, vou mudar meu nome para Brunna Ball.

Ludmilla: Posso te ligar? Não estou podendo ficar escrevendo mas posso falar :)

Brunna: Claro, pode ligar.

Em segundos a foto de Brunna com Jasmine já aparecia na tela do meu celular mostrando que a ligação estava sendo completada. Eu coloco em viva voz e deixo o aparelho ao lado do notebook que estava sobre meu colo.

"Olá, está muito ocupada?" Sua voz angelical sai pelo auto falante do aparelho.

"Hey Brunna." Sorrio "Não, só estou anotando algumas coisas sobre uma pesquisa que estou fazendo. Por isso não posso ficar digitando muito." me explico.

"Entendi... E como você está? Não nós falamos a uns dias"

"Cinco dias para ser mais exata." Falo a fazendo rir. "Mas estou bem, um pouco cansada dos meus plantões mais frequentes por conta que uma pediatra se demitiu, mas bem."

"Imagino... Mas caso você não poder vir sexta, podemos marcar para o dia que você estiver de folga."

"Não se preocupe. Eu estou ansiosa para ver vocês novamente então não adianta tentar me fazer de boba, Senhora Gonçalves." Brinco e Brunna ri novamente, só que dessa vez mais baixo.

"Eu só não quero te atrapalhar."

"Fique tranquila que sempre tenho um tempo na minha agenda para vocês duas." Falo e só então percebo. "Quer dizer, você virou a minha amiga e eu sou apaixonada pela Jasmine e..." Tento concertar e novamente Brunna ri.

"Nós também gostamos muito de você." Brunna diz por fim arrancando um sorriso meu.

"Mas que horário eu posso chegar na sua casa?"

"Por volta das seis?" Responde em tom de dúvida. "Não sei... Pode chegar entre seis e sete."

"Chegarei às seis e meia então."

"Marcado..." Ouço um choro no fundo e então um suspiro de Brunna. "O dever me chama Ludmilla."

"Tenha uma boa noite Brunna , de um beijo em Jasmine por mim."

"Darei." Percebo que ela sorria e então o choro da bebê fica mais alto.

A ligação se encerra e eu permaneço com um sorriso bobo nós lábios até o momento que eu deito em minha cama para dormir.

Brunna chega a minha mente como um soco no estômago fazendo o sorriso bobo permanecer por ainda mais tempo em meus lábios até que me lembro dos meus lábios tocando sua pele macia, passo minha língua sobre meus lábios para os umedecer e posso jurar que os sentia formigando pela lembrança agradável.

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Ficarei 2 dias off, pois irei pôr meus deveres em dia🤦🏽‍♀️✌🏽

E quando eu voltar faço uma maratona dessa fic, como me pediram😉💗

Se cuidem 🤝❣️

Adorável Jasmine ✔ 🐝Onde histórias criam vida. Descubra agora