Cap 41

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- Seu desgraçado! - O encarei com raiva, mas tive uma grande surpresa ao ver o homem parado a minha frente. Quando meus olhos encararam os seus uma onda de sentimentos tomaram toda extensão do meu corpo - Você? - o homem forte, barbudo e de cabelos compridos começou a se aproximar

- O que você tem nessa cabeça para seguir esses caras? - Se seus olhos me fizeram duvidar de quem se tratava, sua voz fez o contrário e me deu a total certeza, eu reconheceria essa voz em qualquer lugar do mundo. Mas de repente minha vista escureceu, tudo ao meu redor girava e eu apaguei.

~''~

Despertei em uma cama que não era a minha, olhei em volta e estava em um quarto pequeno, mas bem arrumado. Me sentei na cama olhando em volta ainda um pouco confusa.

- Eu gostei do cabelo vermelho... - Uma voz masculina chamou minha atenção, o encarei sentado numa poltrona me observando com um enorme sorriso nos lábios

- Richie... - caminhei até ele e quando ele se levantou pulei em seus braços. Pablo me abraçou forte e eu apertei minhas mãos sobre seu corpo, talvez tentando conferir se era ele mesmo em carne e osso na minha frente, eu tremia e meus olhos já estavam inundados em lágrimas

- Eu esperei ansioso por esse momento, senti tanto a sua falta Dul - disse ainda me abraçando forte - Você está melhor? - Ele se afastou um pouco para me olhar nos olhos e eu assenti voltando a apoiar meu rosto em seu peito

Precisei ficar assim por um bom tempo, escutei seu coração batendo no peito e ainda assim eu duvidava que isso estivesse mesmo acontecendo. Pablo por um momento se emocionou e choramos juntos, mas felizes. Ele me pediu perdão por tudo que aconteceu, principalmente por Bernardo e quando achei que estávamos nos acalmando nós voltamos a chorar pensando no nosso menininho. Pablo se sentia muito culpado por tudo e eu tentei consola-lo.

- Como isso é possível? Eu estou sonhando? To maluca? - Comecei a me perguntar várias vezes e minha cabeça girava diante de tantos questionamentos e sentimentos, senti medo que aquilo não fosse real, raiva por não entender porque só agora ele apareceu, alegria por ter meu amor de volta...

Meu amor? Céus, e Christopher? Como ele vai reagir com isso? Como vamos lidar com tudo isso?

- Você não está maluca, estou aqui de verdade - mesmo não querendo, me afastei de seu abraço e caminhei até a janela para olhar a rua e talvez entender onde estávamos. Percebi que estava no andar alto de algum prédio antigo.Talvez um prédio de pequenos apartamentos

- Aonde você esteve esse tempo todo? - O observei e ele parecia nervoso, por mais que eu estivesse feliz, era inevitável querer saber o que se passou com ele nesses três, quase quatro anos, ninguém morre e volta assim do nada...

- Eu sabia que você me perguntaria isso - Ele caminhou até o guarda roupa no quarto, pegou alguns envelopes e me entregou. Abri um deles e tinha algum tipo de exame médico - por estar sem cinto fui lançado para fora do carro durante a queda, a correnteza do rio me levou pra longe e fui encontrado por um senhor na beira do rio. Quando me encontrou eu estava todo machucado, esse senhor me acolheu e cuidou de mim junto com a esposa, mas eu não me lembrava de nada, tinha apenas alguns flashes do acidente, mas nesses flashes você e Bernardo não apareciam, era como se eu estivesse sozinho naquele carro, acho que porque lembrava que tentaram me matar eu fiquei muito assustado e pedia a eles que não me entregassem. Eu juro meu amor, eu não sei porque eu tinha medo se não me lembrava nem quem eu era. Senhor Antonio por várias vezes quis me levar na polícia e me entregar para descobrir quem de fato eu era, mas eu tinha muito medo e sabia que ele também tinha, afinal eu era um estranho dentro da casa deles. Passei a ter medo da minha vida passada e acabei fugindo com receio que me entregassem. Fui um covarde por muito tempo... um dia peguei carona numa madrugada na estrada e saí sem rumo por aí e por todo esse tempo vivi em Chiapas...

Minha "Dulce" BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora