Entre marés de confições

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As férias estavam chegando ao fim, e isso estava incomodando Baekhyun. Durante todos os dias, o Byun havia tido apenas um único e mísero momento de adrenalina. Ou dois, se contarmos o dia em que ele foi na montanha russa infantil do parque de diversões, porque a maior quase o fez desmaiar só de olhar. O outro momento fora quando ele e Kyungsoo encontraram uma casa abandonada próxima à um pântano, na cidade em que moravam.

Apesar de estar coberta de folhagem, musgo e fungos, tinha muita beleza se olhassem da maneira certa. E por muito pouco não obrigou o Do a fazer um sessão de fotos dele por lá.

Contudo, os dias monótonos e repletos de tédio estavam prestes a dar uma trégua. A noite que Baekhyun acreditava que seria apenas mais uma comum entre seus colegas, jamais passara pela sua cabeça que nela ele conheceria seu futuro namorado.

Em comemoração a volta às aulas, como Minseok deixou bem claro na mensagem que transmitiu para os colegas, ele havia oferecido a própria casa para fazer uma festinha. Os pais do garoto trabalhavam com eventos noturnos, então conseguir a casa vazia não era uma tarefa difícil para o Kim.

"Poucas pessoas foram convidadas" foi a desculpa fajuta que o Byun usou para conseguir convencer Kyungsoo a ir, mas conhecendo a índole do melhor amigo, o Do fez questão de recusar horas antes.

Baekhyun estava sozinho naquela aventura, mas não por muito tempo. Jongdae, acompanhado de mais alguns colegas do clube de teatro, havia se aproximado de si e o convidado para tomarem algumas das bebidas estranhas que Minseok havia comprado, fora as que tinha ganho de algumas pessoas, como agradecimento por tê-los chamado para a festa.

Ele não conhecia a maioria delas, somente foi pegando e bebendo o que ofereciam, e torcia para não acabar passando mal. O álcool acabou deixando o Byun um pouco mais corajoso, e também completamente sem vergonha. Não foram poucas as vezes que ele quis se trancar no quarto com alguém para dar uns amassos, ou simplesmente correr pelado por aí. É claro que ele não fez nada disso, mas foram coisas que passaram pela cabeça dele e, pareceram ótimas ideias.

Devido ao alto teor alcoólico, muitos dos convidados já estavam se sentindo zonzos o suficiente para voltarem para suas casas com a ajuda dos amigos - quase - sóbrios que havia levado para fazer companhia. Baekhyun, por outro lado, ainda não estava se sentindo totalmente satisfeito. Precisava de algo mais para se sentir "completo", voltar para a casa e tentar a sorte para pular a janela do quarto sem que ninguém visse.

Com poucas pessoas na sala, Minseok, como o bom anfitrião da festa, sugeriu que todos os presentes se juntassem e formassem uma roda em volta da mesa de centro, para que eles brincassem de esconde esconde, mas de uma forma completamente diferente.

- As regras são bem simples, vamos apagar todas as luzes da casa - começou o Kim, olhando para cada um ao seu redor. - E em vez de você encontrar alguém e gritar pelo nome dela, você deve dar um selinho nela.

Houveram objeções de algumas pessoas, mas no fim, todos toparam. Todavia, um dos participantes fez uma pergunta que chamou a atenção de Baekhyun.

- E se eu encontrar um garoto? Eu beijo ele também? - Um dos jogadores do time de vôlei questionou.

Até então, ele não estava muito atento sobre quem estava na roda, por conta do álcool correndo em seu sangue. Somente quando aquele jogador fez essa pergunta intrigante, Baekhyun o avaliou de cima a baixo.

- Se for um cara - Jongdae respondeu com uma certa expressão de desgosto. - Você pode dar um abraço, ou só um tapinha nas costas.

Todos os convidados apenas balançaram a cabeça concordando e, depois de uma rodada de par ou ímpar para ver quem iria contar, todos correram para se esconder.

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