Untitled Part 1

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–Srta. Edwards — disse a recepcionista. — O Sr. Malik a receberá agora. Levantei-me, questionando pela 25 vez o que eu estava fazendo e fui para a porta aberta que levava à sala que me fizera atravessar a cidade. Do outro lado estava minha fantasia mais sombria e, ao entrar, eu a tornava realidade.

Estava orgulhosa de minhas mãos por elas não tremerem enquanto a porta se abria e eu entrava na sala dele.

Primeiro passo: feito.

Zayn Malik estava sentado a uma grande mesa de mogno, digitando num computador. Não levantou a cabeça, nem reduziu os toques no teclado. Eu podia muito bem nem ter entrado, mas baixei os olhos, por precaução.

Fiquei parada e esperei. Com o rosto virado para o chão, as mãos ao lado do corpo, os pés separados na extensão exata de meus ombros. Lá fora o sol se punha, mas a luminária na mesa de Zayn emitia uma luz branda.

Passaram-se dez minutos? Vinte?

Ele ainda digitava.

Contei minha respiração. Meu coração finalmente reduziu a velocidade de foguete em que estivera disparado antes de entrar na sala.

Mais dez minutos se passaram.

Ou talvez trinta.

Ele parou de digitar.

— Perrie Edwards — disse.

Eu me assustei um pouco, mas mantive a cabeça baixa.

Segundo passo: feito.

Eu o ouvi pegar um maço de papéis e empilhá-los. Ridículo. Pelo que eu sabia de Zayn Malik, eles já estavam numa pilha arrumada. Era outro teste. Ele empurrou a cadeira para trás, e as rodas girando no piso de madeira eram o único som na sala silenciosa. Veio a mim com passos estudados e calmos até que eu o senti às minhas costas.

A mão afastou meu cabelo da nuca e o hálito quente fez cócegas na minha orelha.

— Você não tem referências.

Não, eu não tinha. Só uma fantasia louca. Devo contar a ele? Não. Devo ficar em silêncio. Meu coração bateu mais rápido.

— Eu teria informado — continuou ele — que não estou interessado em treinar uma submissa. Minhas submissas sempre foram plenamente treinadas.

Louca. Eu era louca de estar ali. Mas era o que eu queria. Ser controlada por um homem.

Não. Não por qualquer homem. Controlada por este homem.

— Tem certeza de que é isto que você quer, Perrie? — Ele enrolou meu cabelo no punho e deu um leve puxão. — Você precisa ter certeza.

Minha garganta estava seca e eu tinha certeza absoluta de que ele ouvia meu coração bater, mas fiquei onde estava.

Ele riu e voltou à sua mesa.

— Olhe para mim, Perrie.

Eu já vira a foto dele. Todo mundo conhecia Zayn Malik, proprietário e diretor- executivo da Malik Industries.

As fotos não faziam justiça ao homem. Sua pele era ligeiramente bronzeada e destacava o âmbar dos olhos. O cabelo preto e espesso pedia por meus dedos. Para agarrá-lo e puxar sua boca à minha.

Seus dedos batiam ritmadamente na mesa. Dedos longos e fortes. Senti os joelhos enfraquecerem só de pensar no que aqueles dedos podiam fazer.

Na minha frente, Zayn abriu o mais fraco dos sorrisos e eu me obriguei a me lembrar de onde estava. E por quê.

Ele voltou a falar.

— Não estou interessado no motivo pelo qual você decidiu se candidatar. Se eu a escolher e você concordar com meus termos, seu passado não importa. — Ele pegou os papéis que eu reconhecia como minha inscrição e os folheou. — Sei do que você precisa.

Lembrei-me de preencher o formulário — o questionário, os exames de sangue que ele pedira, a confirmação dos anticoncepcionais que eu tomava. Da mesma forma, antes da reunião de hoje, ele havia me mandado as próprias informações para análise. Eu sabia seu tipo sanguíneo, os resultados dos exames, seus poucos limites e as coisas que gostava de fazer com e nas parceiras de jogo.

Ficamos em silêncio por vários longos minutos.

— Você não tem treinamento — disse ele. — Mas é muito boa.

Silêncio novamente enquanto ele se levantava e ia até a vidraça atrás de sua mesa. Estava completamente escuro e vi seu reflexo no vidro. Nossos olhos se encontraram e então baixei a cabeça.

— Gosto mesmo de você, Perrie Edwards. Mas não me lembro de ter dito para virar o rosto.

Eu torcia para não ter estragado irremediavelmente tudo e levantei a cabeça.

— Sim, acho que seria adequado fazermos um teste de fim de semana. — Ele se virou da janela e afrouxou a gravata. — Se você concordar, irá à minha casa de campo nesta sexta-feira à noite, exatamente às seis da tarde. Mandarei um carro buscá-la. Jantaremos e começaremos a partir dali.

Ele colocou a gravata no sofá à sua direita e abriu o primeiro botão da camisa.

— Tenho algumas expectativas de minhas submissas. Você deve ter pelo menos oito horas de sono diariamente do domingo até quinta-feira à noite. Terá uma dieta balanceada... Mandarei por e-mail um plano de refeições. Você também deverá correr 2 quilômetros, três vezes por semana. Duas vezes por semana fará um treinamento de força e resistência em minha academia. Passará a ser sócia amanhã. Tem alguma preocupação relacionada com isso?

Outro teste. Eu não disse nada.

Ele sorriu.

— Pode falar com franqueza.

Enfim. Lambi os lábios.

— Eu não sou muito... atlética, Sr. Malik. Não sou muito de correr.

— Precisa aprender a não se deixar dominar por seus pontos fracos, Perrie. — Ele foi à mesa e escreveu alguma coisa. — Três vezes por semana, você também fará aulas de ioga. São ministradas na academia. Mais alguma coisa?

Meneei a cabeça.

— Muito bem. Verei você na sexta à noite. — Ele me estendeu alguns papéis. — Aqui está tudo que precisa saber.

Peguei os papéis. E esperei.

Ele sorriu novamente.

— Está dispensada. 

The Submissive [Zerrie]Where stories live. Discover now