Number One

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Finalmente essa porcaria de avião pousou! Não sou pássaro pra ficar voando por ai, não sou fã de altura. Toronto tem um ar estranho, mas parece divertido, pelo menos espero.

Saio do avião e começo a andar pelo aeroporto, sinto olhares sobre mim, oque particularmente não gosto, afinal, não sou bonita, então a única opção para estarem olhando para mim é pavor, ou tem algo na minha cara ou minha roupa é terrível.

Respiro fundo e me forço a pensar que eles estão me encarando por minha beleza extravagante, oque foi conselho da minha terapeuta. Ela também me disse para "esvaziar a cabeça" e não pode ser com drogas ou qualquer ilegal, então me mandou viajar. Porém, como sempre, meus pais estão ocupados demais, por isso, nesse exato momento, estou meio perdida no aeroporto de Toronto.  Enfim, agora que já contei toda a minha nada empolgante história, me chamo Alana.

Entrei na fila do Chek-in, onde, pelo que eu saiba, vão perguntar os motivos da minha viagem, pegar meus documentos para análise e ver minhas malas. Conforme a fila anda, começo a pensar se coloquei drogas, bebida alcoólica ou armas dentro da minha mochila sem querer.... Ou se alguém colocou para me incriminar.. E se eu for presa sendo inocente?

- Moça? Garota?? - O policial na minha frente chamou a minha atenção estalando os dedos na minha cara, oque me faz sair dos meus pensamentos.

- Desculpe. - Falo envergonhada olhando para o chão.

- Sem problemas, está tudo bem? - Ele perguntou pegando meus documentos da minha mão.

- Está sim... - Levantei a cabeça e entrei em desespero; mal cheguei em Toronto e já passei vergonha e tem um bônus de ter sido com um policial gato.

- Pode passar. - Ele fala me deixando entrar oficialmente na cidade.

Obviamente corri. Corri o mais rápido e discreto possível, assim, as chances de alongar o momento vergonhoso são menores.
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Me joguei na cama do hotel vestindo meu belíssimo pijama de verão verde escuro, depois de um tempo encarando o teto, me estiquei e peguei o controle da TV na cômoda ao lado da cama, liguei e comecei a procurar algum filme para ver; Nada.

Desisti, não sou uma pessoa de insistir nas coisas, só se for nos erros, mas nesse caso, estava apenas desistindo de procurar um filme. Peguei meu celular e pesquisei " lugares turísticos em Toronto", logo, fiz uma lista para não acabar me perdendo nos pensamentos.

Lugares
- CN Tower (uma porcaria de prédio alto)
- Distillery District (fábrica antiga de whiskey (interessante?))
- Scotiabank Arena (onde o povo joga hóquei no gelo)
- Casa Loma (um castelo)- Cataratas do Niágara (morrer afogada, UAU já quero ir)

Não achei nada muito interessante, até lembrar que os estúdios onde as séries da Netflix são gravadas é exatamente em Toronto. Decidi ir atrás de mais informações, nunca que eu iria deixar passar uma oportunidade dessas! Olhei em tudo quanto foi site, para achar somente uma empresa que faz turismo para lá, que é a própria Netflix.

Comprei o ingresso sem olhar direito o preço, sei que se parasse para analisar e converter para Reais, iria desistir de realizar um sonho. Acho que qualquer ser humano que faça teatro, já quis ir na Netflix em algum momento da vida.

Eu, já fiz dez anos de aulas de Teatro, com um professor chamado Diego, foi com ele e com a minha turma incrível, que parando para analisar, seriam facilmente confundidos com drogados, loucos ou psicopatas. Mas não vem ao caso. Foi com eles que minha vontade de ser atriz cresceu.
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Tomei um susto quando o telefone tocou, atendi rapidamente, mesmo estranhando estarem me ligando no telefone do quarto do hotel.

- Alô? - Perguntei.

- É do quarto 504? - O garoto na outra linha perguntou.

- Não. Aqui é o 423. - Respondi.

- Ah, desculpe garota. Eu sou novo nisso tudo de recepcionista de Hotel e tals... Me confundi. Mas, hmm, aproveitando que eu errei. Você tem quantos anos?

Não acredito que o recepcionista do Hotel está tentando dar em cima de mim. Sério. O tamanho da minha sorte é tanta, que eu estou lidando com um jovem aprendiz de recepção de Hotel.

- Tenho dezessete. - Estou entediada e sei lá, é uma oportunidade de pegar um canadense.

- Ah, eu tenho dezessete também! Qual seu nome?

-Alana, sou brasileira. - Respondi fingindo alegria.

- Brasileira? Ah.... - Ele desligou.

Deixa eu ver se entendi, o Jovem aprendiz xenofóbico do Hotel deu em cima de mim. E teve a ousadia de desligar na minha cara quando descobriu que sou brasileira.... Ele mexeu com a nação errada.

Apaguei as luzes, estou com sono, então amanhã resolvo um jeito de mostrar para o Jovem Aprendiz que brasileiras são demais. Em pouco tempo já peguei no sono.

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Por trás das câmeras // Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora