Querido Chefe - Série Poderosos e Irresistíveis 1

Capítulo 34

Olho estagnada a cena a minha frente. Um homem grandalhão sentado no chão brincando de carrinho e ainda sorrindo.

Depois de um beijo lento e cheio de promessas demorou segundos para o elevador ser aberto o que foi estranho e posso jurar que o italiano loiro tem algo haver com isso. Então o convidei para o jantar e disse que meu pequeno perguntou por ele, o que não foi mentira.

Agora sentada na minha sala escuto os dois e ele entra no mundo de Sam conversando sobre seus assuntos como se fosse a coisa mais importante.

- Filho, vai lavar as mãos. - Peço e ele corre pro lavabo.

Ajeito o último prato a mesa e pego um vinho para nos acompanhar com um suco de uva pra Sam. Ele gosta de sentir que faz parte então assim ele fica por dentro.

- Mamãe, hoje eu fiquei com a  Aurora. - Diz se sentando enquanto começamos a comer e sinto o olhar de David.

- É mesmo, e o que fizeram? - Indago.

- Brincamos no parque e ela segurou minha mão. - Noto ele ficar rubro e sorriu.

- E você gosta quando ela segura sua mão? - Ele só balança a cabeça olhando pra comida. - Vocês são amigos, isso é normal.

- Ela disse que vamos ser melhores amigos pra sempre, mesmo eu achando conversa de menina. - Noto o brilho no seu olhar em meio a careta.

- Vão sim pequeno.

Em poucos minutos sabemos de todo o seu dia e meu convidado brinca com ele em alguns momentos até eu o ver quase caindo em cima do prato para se manter na conversa.

- Acho que tem alguém com sono.

Ele despertar na mesma hora que David fala.

- Sobe filho, escova os dentes, troca de roupa e cama, daqui a pouco vou te ver.

- Dave pode ir me ver também? - Indaga esperançoso e olho pro meu convidado que nem me deixa falar.

- Claro campeão, daqui a pouco subimos.

Ele me ajudou a retirar a mesa porém deixei o vinho com nossas taças pois acho que a noite será longa e minutos depois subimos ajeitando Sam e dando boa noite.

Me jogo no sofá bebericando meu vinho e apoio a taça na mesa de centro.

- É assim todas as noites? - Indaga ao meu lado e eu afirmo.

- Ele tem se tornado mais falante então todos os dias conversamos muito quando eu chego.

- Quanto mais cresce mais fica parecido com você. - O vejo me fitar transmitindo muitas coisas com o olhar.

- Precisamos conversar. - Jogo o assunto.

Não é por que o chamei pra jantar na minha casa que tudo voltou a mil maravilhas.

- Precisamos, mas primeiro, vamos recuperar o tempo perdido, quero saber da sua vida.

Me permiti contar a ele tudo que aconteceu desde que sai daqui, minha ida a Itália, a família que encontrei por lá, contei momentos da bad e outros que foram bons, e também deixei claro que aproveitei sim com os italianos.

- Você e o Lucca .. - Ele coça a nuca descontente.

- Sim, nós transamos. - Ele bufa. - Ele esteve do meu lado não somente como chefe e sim amigo e tomou minhas dores, me deixou chorar bêbada e se tornou meu apoio. Tivemos sim um lance, porém não passou de sexo pra nós dois. - Pego minha taça e brinco a rodando. - Sabe, Lucca é incrível, já passou muita coisa e ele merece alguém que o ame, assim como sua filha, não que eu não ame os dois, eu amo, mas nós entendemos que o que sentimos é mais fraternal sabe, é até estranho lembrar que transamos.

- Eu percebi como são ligados. - Sorrio.

- Somos sim, na verdade os Ricci me acolheram em Roma e sempre estava com Lucca, Adam e a mãe deles. Foi bom não se sentir sozinha. - Dou de ombros.

- Fico feliz que tenha tido alguém para te apoiar. - Pelo menos ele não encrencou com o detalhe sobre o Lucca se não não iria dar certo.

Descobri que David fez muita merda depois que percebeu que eu realmente fui embora. Bebeu muito e esteve com muitas mulheres, em suas palavras estava se afundando. Depois focou no trabalho que tinha deixado de lado e acordou pra vida.

- Passei os últimos meses tentando te encontrar, mesmo ninguém me dando noticias, meu foco estava todo voltado nisso e no trabalho.

- Soube que não é mais frequentador da Open Life. - Indago como quem não quer nada e ele dá de ombros.

- Como falei, meu foco era te encontrar.

- E a Claire? - Pergunto sem conseguir encara-lo.

- Não a vejo a muito tempo, acho que percebeu que eu não era o príncipe encantado. - Consigo rir.

- De príncipe não tem nada .. mas então seus últimos meses foram isso? Trabalho e querer saber onde eu estava?

Esse não parece mesmo o David Connor que conheci que não perdia uma noitada.

- Sei o que está perguntando e não, não estive com ninguém nos meses antes de você chegar e nem depois que voltou.

Engulo em seco por não esperar isso e sem ter resposta bebo todo o líquido da taça e escuto ele rir.

- Eu tentei mudar, foquei em mim, e levar mulheres pra cama não me ajudaria a entender o por que eu ter feito aquilo e .. acho que foi pela minha mãe sabe. - Seu olhar está baixo fixo na taça.

Nunca conversamos a fundo sobre isso, ele nunca se sentiu bem ao falar sobre a mãe, Ben sempre disse que eram muito ligados a ela.

- Meu pai sofreu muito quando ela morreu, acho que tive medo de um dia poder sofrer assim e não enfrentei o que estava sentindo, não entrei de cabeça como eu queria, ao contrário disso meu medo me fez fazer merda que nem eu mesmo entendia por que não era por prazer Hayley, na verdade desde que te conheci todas as outras perderam a graça ao ponto de eu imaginar você pra ter algum prazer. - Ele vira a cabeça e me fita. - Então sim, estou em um maldito celibato, e sim, eu mudei, ainda posso errar, sou humano, mas não vou fazer merda como antes.

- Quero acreditar em você Dave, mas preciso que me mostre isso pra eu conseguir entrar de cabeça. - Suspiro.

- Eu entendo. - Sua mão pousa em minha nuca. - Vou ter sua confiança de volta. - Um leve beijo é depositado em meus lábios. - Senti falta de escutar me chamando de Dave. - Sussurra contra minha boca e sorriu.

- Também senti falta disso.

- Posso voltar a te mandar mensagens e passar aqui durante as noites? Pra conversarmos, nos conhecermos novamente, eu vou no seu tempo.

- Pode sim, precisamos disso. Mas pede pros meus amigos pararem de ser traidores e seus cupidos nessa história. - Ele gargalha e continuamos a nossa noite tranquila do jeito que jamais imaginava que teríamos, apenas conversando e escutando coisas sobre ele que nem sabia.