LOVE-MALÉVOLA E DIAVAL

Capítulo 35

Diaval

O plano de Maynon estava saindo exatamente como idealizado.Após Daisy retornar com todas as informações que precisávamos para tentar atacar e com a descoberta da entrada para a ilha,nós marchamos para o local,com centenas de ajudantes extras escondidos por trás.

Philip se dispôs mesmo a nos ajudar nisso tudo,e eu ficava muito feliz com sua prontidão.

Trazer Aurora havia sido a mais difícil das tarefas,mas com Maynon e meu genro,as coisas ficaram mais simples,e após uma boa conversa,ela percebeu que estava errada.Fora uma dor de cabeça tão grande convencê-la que nem compensava lembrar no momento.Por hora,me bastava saber que nosso plano estava sendo bem encaminhado.

Malévola parecera já entender tudo que estávamos armando.E isso era ótimo.

Borra caíra perfeitamente na cilada,e deixara eu,Sophie e Aurora sozinhos para ir tomar minha noiva em suas mãos,embaixo da montanha.Malévola só precisava conseguir escapar dele,e vir até aqui.E eu sabia como ajudá-la nisso.

-Pai! -Aurora me chamou,enquanto eu tentava pegar as facas que Borra deixara aos meus pés,que outrora ameaçavam as vidas de minhas filhas.Eu as usaria para nos soltarmos,enquanto o fada macho não notava nossa movimentação.Torcia para que ninguém da ilha o avisasse.

-O que foi,filha? -eu indaguei para minha primogênita,ainda concentrado em pegar os instrumentos que nos livrariam.Já tinha conseguido um,e em um rápido movimento,joguei por detrás de mim,e o apunhalei com minha mão presa.

-Pai,e agora?O que vai acontecer? -a voz da garota parecia aflita -Ele pegou a mãe,e nós não sabemos se ela está compactuando com nosso plano ou dando a sua vida em troca da nossa!

Hesitei,parando de desfiar as cordas que me prendiam, com a faca agora em minhas mãos.Não tinha pensado por esse lado.

Será que Malévola entendera que eu pedira para que ela se entregasse,mas não no pé da letra?Será que ela estava entendendo que isso significava nossa liberdade em troca da vida dela?

Fixei Aurora e paralisei por alguns instantes,atônito.Olhei para Sophie que estava com o lenço em sua boca,e a pele cada vez mais pálida,e voltei a me desamarrar.Nós íamos dar um jeito,independente de qualquer coisa.Mas no momento,eu devia soltar a mim e as garotas.

Borra ainda falava,muito entretido com seu "brinquedinho" em seus braços sujos.Ele segurava minha noiva pelo pescoço como se ela fosse algum tipo de prêmio ou objeto,e eu fervilhei ao observar aquela cena.O fada sentia-se vitorioso,dono do mundo,e tudo que eu esperava era que Malévola conseguisse se sair dele logo e correr para nós.

Soltei Aurora,e Sophie.

Minha primogênita deu um suspiro de alívio ao se ver livre de todas aquelas cordas que acorrentavam e prendiam seu corpo.Ela esticou-se,e pude ouvir alguns de seus ossos estalarem um pouco.Já com a Sophie,foi diferente.Quando eu a soltei,ela não suspirou,não esticou-se,nem ao menos olhou para mim com seus belos olhos castanhos para dizer obrigada.

Ela apenas correu.

Correu para debaixo de nós.

Correu em direção a sua mãe.

Arregalei meus olhos e gritei o nome da garota o mais alto que era capaz.Aquilo não fazia,de forma alguma,parte do plano.E tudo poderia ser posto em risco.

Com meu berro,atraí a atenção de Borra,que se virou na minha direção,ainda com Malévola encurralada em seus braços.Olhei para ela,mas seu rosto não tinha expressões.Minha ama parecia estranhamente amarelada,sua pele já pálida com ainda menos cor,e eu senti como se ela estivesse com dor.Suas asas,por mais que estivessem imprensadas contra o corpo de Borra,notei,estavam baixas.Ela não fazia questão de reagir.