d i l e m a
substantivo masculino
1.
necessidade de escolher entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias.
|AMBW|
"Ele, o homem que me arrebatou conquistando meu amor para depois me partir ao meio. Dentro de mim já não havia mais p...
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O fim de tarde calmo trazia consigo uma brisa fresca, enquanto os últimos raios de sol se esticavam pelo céu. Um fim de sábado, eu bebia uma taça de vinho ainda vestindo o roupão após o banho. O dia havia sido cansativo, tive tanto para fazer no trabalho e apenas gostaria de relaxar, ficar em paz aproveitando que Leon ainda não tinha chegado do trabalho. No entanto, existia uma coisa que não deixava de me incomodar desde o meio do dia; meu pai.
Ele tinha me ligado para saber como estavam as coisas, mas não apenas para isto. Novamente voltou a insistir para que eu fosse até sua casa para um "jantar em família" e eu permanecia resistente negando. Não porque não sentia falta do meu pai, era aquela mulher. Por causa dela preferia manter distância. Contudo, pensava se talvez não fosse hora de baixar a guarda, talvez uma chance. Não precisa agir como se ela tivesse culpa de qualquer coisa, afinal não tinha sido escolha dela se apaixonar pelo Papi.
Me encostei no pequeno sofá na área de descanso, deixando a taça vazia sobre a mesinha. Eram em momentos como aquele que eu ligaria para minha amiga para choramingar e pedir conselhos. Porém, não queria incomodar como havia feito em boa parte da minha vida cheia de problemas. Uma questão que também me chateava, o fato de quase nunca ter conseguido andar na linha sem ser a mais problemática.
Suspirei pesadamente, pegando meu celular. Tinha uma mensagem de Hoseok que não respondi e uma hora inteira havia passado. Então acabei por digitar "Posso te ligar?".
A resposta não demorou, foi ele quem acabou me ligando.
- Oi pretinha. - sua voz soou arrastada.
- Oi cariño, como está?
- Estou bem, obrigado por perguntar. Mas e você? Queria falar comigo?
- Bom saber. Uh, pode falar agora?
- Sim, claro. Cheguei em casa faz um tempinho, estou fazendo alguma coisa para comer.
- Que bom, precisa comer bem direitinho. Anda trabalhando tanto.
- Oh, é fofa preocupada comigo, mas fica tranquila porque estou me cuidando. Agora pode dizer o que queria, minha atenção é sua.
- Quero te incomodar pedindo um conselho. - falei.
- Vou cobrar meus honorários, Sra. Moore.
- Eu pago.
- É... acho bom. Os juros são altos. Enfim, não vou te distrair.
- Então... uh, eu acho que não lhe contei sobre minha família. Na verdade meu pai em especial.
- É. Não contou.
Eu contei a Hoseok sobre a perda da minha mãe, o drama do segundo casamento do meu pai e minha falta de empatia com a madrasta.
- Eu não sei se estou pronta, mas gostaria de tentar ir no jantar hoje. Papi disse que vai esperar por mim.
