𝑪𝑶𝑳𝑳𝑰𝑫𝑬.
⸻ As marcas que o Soldado Invernal havia deixado para trás ainda eram recentes na vida de todas as vítimas, inclusive na de Bucky Barnes, que continuava lutando contra os seus demônios internos.
Na busca pela paz, Bucky vive em meio...
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O MÊS DE FEVEREIRO CHEGOU COM UMA FORTE FRENTE FRIA E MUITA CHUVA. As poças de água ensopavam as calçadas e as marquises gotejavam sobre os guarda chuvas abertos.
Apesar do tempo feio, o Mercado da Tine funcionava normalmente. Os estandes com frutas, que ficavam expostos na calçada, foram transferidos para o interior, protegido da chuva e do vento forte.
Clientes entravam e saíam pelas portas de vidro, fazendo o sino tilintar estridente, e o chão ensopar de água e lama. A garota suspirou, examinando pelas janelas de vidro, as pessoas lá fora e os carros jogando água na calçada.
— Girassol, poderia ficar aqui para mim? — A voz de vovô Jacob atraiu a atenção de Naomi, que olhou sobre os ombros e sorriu.
Ela enfiou as mãos nos bolsos do avental amarelo e foi até o caixa, sentando-se na cadeira giratória e amarrando o cabelo em um rabo de cavalo alto.
— Você vai sair com aquele seu amigo hoje?
— Jason? — questionou ela, mordiscando a unha do polegar. Jacob concordou, ajeitando as revistas nas prateleiras. — Não sei.
— Jason... — murmurou Jacob, sorrindo. — Ele parece ser um cara legal.
— Ai, não começa você também, Jay-Jay. — Naomi riu, girando na cadeira. O mais velho riu, jogando um chiclete na neta.
— Não ia dizer nada, menina.
— Aham, sei — falou.
— É que eu vi aquela tela que você pintou... — cantarolou, olhando para tudo menos Naomi. — Eu não estava bisbilhotando, isso é coisa da sua irmã.
— Eu estou aqui! — gritou Aimee, da padaria.
— É ele, não é? — perguntou Jacob, erguendo uma sobrancelha. — O rapaz que você pintou. É o seu amigo, né?
Naomi apoiou o queixo sobre os braços, que estavam cruzados no balcão do caixa. Ela sacudiu os ombros, revirando os olhos e sorrindo, sem graça.
— Não... — disse, apenas. — É um cara qualquer...
— Uma menina tão bonita como você contando mentiras... Que feio, Naomi.
O sininho sob a porta tilintou, anunciando a chegada de mais um cliente. Naomi não fez questão de checar quem era, ela nem ao menos se moveu. No entanto, Jacob Barbu reconheceu a pessoa, o sorriso em seus lábios aumentando.
