03| Desafio

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MARIANA|

— Ei! Mari! - chamo ela, que parece estar em outro planeta.

— Ah, oi! - sorri, vendo o meu irmão sentar a minha frente, colocando minhas pernas em cima das suas.

— Estava pensando em quê? - pergunta.

— Estava lembrando de algumas coisas da nossa infância e adolescência. - comento.

—  Passa um filme na cabeça, né? - pergunta, e concordo.

— Sim, nossos avós e o seu Edson e a dona Maria são muito importantes durante toda essa trajetória. - ri, baixinho.

— Nossa, demais! Serei eternamente grato por tudo que fizeram por nós. Lembra do que prometemos para a mãe antes dela ir para Goiânia? - me olha desconfiado, achando que não iria lembrar.

— Sim, um cuidaríamos um do outro. - relembro a tão temida frase.

— É assim até hoje. - ele diz, fazendo um carinho em minha perna.

—  Sempre será! - sorri para ele, que faz o mesmo.

— Mudando de assunto, você já pensou se vai morar no Rio de Janeiro? - pergunta.

— Não quero sair daqui e não tem necessidade. - digo.

— Concordo com você. Hoje temos condições de dar uma vida melhor aos nossos pais e eles, a nós. - ele lembra.

— Acho mais fácil eles virem para cá. Se não tiver como, eles ficam lá.

— O pai falou isso, ontem. - ele comenta sobre uma ligação com o nosso pai.

— Agora, eu não vou para lá. Estou acabando a minha faculdade e tenho o meu trabalho aqui. - digo. — Cadê o José?

— Está dormindo. - ele diz, se deitando na rede também.

— Você também não vai dormir um pouco não? - pergunto, fazendo um carinho em seu braço.

— Acho que sim! - rimos. — Os meninos vem para cá?

— Juliano falou que sim. - respondo, rápido.

— Hoje, vou jogar com o meu cunhado. Vou ganhar dele, anota aí. - aponto para o celular dela.

— Você e Henrique se acham os feras no sinuca. Nada mudou. E olhe que não jogam quase nada. - falo, de propósito e comecei a rir com a reação do meu irmão.

—  Olha quem está falando. - ele cruza os braços.

— Nem vem, não jogo sinuca. - me defendo rapidamente.

—  Ainda bem! - dou um leve tapa na perna dele.

— Não duvide da minha capacidade. - digo.

— Quero ver hoje. - me desafia.

— Bora! - respondo, firme. Ele vai se arrepender de me desafiar.

— Fechado! - fala, pegando em minha mão.

ISSO É AMOR | RICELLY HENRIQUEWhere stories live. Discover now