02 - Quando coisas dão errado

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Nada saiu como planejado quando Seonghwa e Hongjoong se encontraram para estudar e estabelecer um cronograma pela primeira vez, na terça.

Hongjoong não conseguia se concentrar em explicar o conteúdo para o mais velho. Sua preocupação com San o deixava inquieto e nervoso, se enrolando com as palavras e ao longo das frases.

Ele não sabia dizer o que era, mas algo no fundo de sua mente lhe dizia para se preocupar depois da ligação da noite anterior, quando tudo o que o mais velho ouviu do Choi foram soluços baixos e murmúrios ininteligíveis sobre erros e saudades.

O Kim não era estúpido, ele sabia muito bem que o namoro de San não era saudável. Desde o início, ele sabia, apesar do mais novo sempre colocar um sorriso no rosto e dizer que as limitações impostas pelo namorado não eram nada demais.

"Desculpa, Wooyoungie" ele ouviu uma vez, quando Wooyoung ligou para o melhor amigo para convidá-lo para se juntar à comemoração de aniversário de um ano de namoro do Jung com Yeosang. "KinHwan disse que eu não posso ir. Eu vou te compensar, eu prometo" e San simplesmente desligou, sem mais explicações. Naquele dia, Yeosang ficou o tempo todo grudado em Wooyoung, tentando distraí-lo. Era o dia deles afinal de contas.

–Me desculpe. Eu preciso fazer uma ligação – o Kim não esperou uma resposta antes de se levantar e caminhar com pressa para o banheiro, já procurando o contato do amigo em sua agenda – Atenda, vamos – murmurava consigo mesmo, sentindo a ansiedade lhe corroer por dentro lentamente. Depois de duas tentativas, alguém finalmente atendeu e Hongjoong soltou o ar que nem sabia estar segurando.

–Hyung... – a voz chorosa de San quebrou o coração de Hongjoong e lhe tirou o ar novamente, mas a emoção se tornou raiva logo depois, quando ouviu gritos ao fundo e o som do alto-falante se chocando contra algo duro antes da linha cair. O desespero agora era incontrolável. O platinado correu para a mesa, onde Seonghwa o esperava com seu meio copo de café latte, e juntou seu material, enfiando de qualquer jeito na mochila.

–Me desculpe, eu preciso ir – antes que pudesse dar um passo sequer, o Park segurou o mais novo pelo braço e tomou a chave do carro de sua mão.

–Você, definitivamente, não pode dirigir nesse estado. Enlouqueceu? – brandou, guardando o próprio material e colocando a mochila nas costas – Vamos, eu dirijo.

Passaram o caminho todo em silêncio, apenas trocando direções enquanto Hongjoong insistia em continuar tentando ligar para San. Suas mãos tremiam mais conforme as chamadas caíam na secretaria eletrônica e o medo do pior o deixava tonto de ansiedade.

–Chegamos – anunciou Seonghwa, assim que estacionaram em frente ao prédio. O Kim nem mesmo esperou pelo outro para descer do carro e correr em direção à portaria. O porteiro imediatamente reconheceu o rapaz e lhe concedeu passagem, o que ganhou tempo para que Seonghwa alcançasse o platinado – Hongjoong! Devagar! – pediu, segurando no braço do Kim e impedindo que ele batesse de frente com uma criança que corria pela pequena escadaria que dava acesso aos apartamentos do andar de baixo.

–E se alguma coisa aconteceu? E se eles estiverem brigando? E se... – o menor não conseguiu completar sua sentença, pois um corpo se chocou contra o seu com soluços violentos e se agarrou em seu peito como se temesse o pior.

–Hyung? – San parecia miúdo, apesar de ser poucos centímetros maior que o mais Kim. Seu cabelo lhe cobria o rosto, mas as lágrimas molhavam a camisa de Hongjoong.

–Choi San! – uma voz grave se fez ouvir logo depois, quando um rapaz corpulento dobrou a esquina que separava os blocos, caminhando em direção aos três com passos pesados. Seonghwa, sendo o mais alto, se colocou em frente aos mais novos, levantando o queixo para encarar um Cha enfurecido.

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