Capítulo 7° - Parte II;

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As aulas que se passaram foram entediantes, não temos muitas opções em só 'escutar' atentas uma aula, era obrigação da universidade dar outras aulas a mais, do que você quer cursar. Achava isso uma injustiça -olha eu falando de injustiça, sendo que não queria cursar advocacia-, as pessoas pagarem o que queriam se tornar no futuro para depois terem aulas tipo; química, e por assim ia. Só achava um caos ter que ficar horas à mais escutando a voz fina da professoea Matilde. Na verdade, você não é obrigado a ficar nas aulas que eles dão, você fica se quiser. Achei isso tão sem sentido e estranho, mas a faculdade de Manchester tinha que sempre ser assim? Quando eu era do ensino médio, eles davam aulas nos sábados. Comemoravam sempre um feriado que estava por vim. Era um transtorno ser um pessoa problemática da vida e ainda ter que frequentar o colégio aos sábados e não poder ir a festas. Mas é claro que eu ia, pois tinha que acompanhar o Victor nas festas que ele sempre tinha que arrumar dizendo que ia. Bom, por um lado era bom, porque tinha um garoto da nona série que eu gostava. Ah, ele já nem morava mais aqui. Para que vou querer voltar em um passado horrível. Prefiro esquecer tudo que passei com aquele cara. Respirei fundo.

Ia para a relva do campus junto com Bette e Lola que iam ao encontro dos meninos. Eu insisti que não queria ir, pois não conhecia-os direito e não ficava confortável com a presença deles.

E por um acaso, Dylan estava lá sentado conversando com os rapazes, junto da tal Alessandra jogando seus apliques loiros no ar e outra garota morena com cabelo encaracolados se jogando discretamente para cima do Dylan, e ele nem estava ligando, apenas rejeitando-a. Esse garoto era tão estúpido, gostoso, absurdamente lindo... Do que estou a falar? Ele era um idiota isso sim. Mas não posso negar que aquela blusa da Polo branca caiu perfeitamente nele, marcando seus músculos e realçando seus brilhantes e olhos azuis penetrantes. Sorri, quase a babar olhando ele. Tanto que nem percebi que já tinha chegado perto deles e todos me olhavam com cara de 'wtf'. Balancei a cabeça devagar tirando os devaneios afirmativos sobre ele da mente, e sorrindo fraco ficando cada vez mais corada.

Lola sacou para onde meus olhos pairavam e sorriu maliciosa para mim, apenas olhei-a imortalmente por tal pensamento obsceno por parte dela. Alessandra -acho que é esse o nome da indivídua-, me olhava com o ar de nojo. E a outra morena me olhava com se fosse me perfurar a alma. Dei de ombros sentando-me em um dos bancos vazios. Era só ignorar que elas iriam parar de ser tão esnobes aos outros. Pelo menos era isso o que eu achava, até a morena perguntar:

- Quem é você? - A morena da pele parda perguntou me olhando de cima abaixo. Sério. Não estava afim de aguentar ela e mais ninguém que viesse me perguntar sobre quem sou. Visto que sou uma invisível nesse campus.

- Allyssa. - Disse despreocupadamente sem tirar os olhos do meu sanduíche.

- Hm... - Agora a desconfiança era marcada nos seus olhos. Continuei a dar de ombros. Era só ignorar. Apenas isso.

Terminando meu lanche, fui para a sala de música junto com Bette e Lola que falavam o tempo todo, dizendo como seria perfeito um dueto. Uma pessoa nova na universidade cantando. Rolava os olhos a cada palavra dita, era conturbador ter que participar, imaginem ouvir elas comentarem de segundo em segundo sobre o concurso. O pior era as pessoas dizendo tudo ao mesmo tempo. Meus tímpanos daqui a pouco não iriam aguentar com tanta pessoa falando tudo junto. A gripe já não fazia mais importância, respirando um ar natural, acho que melhorou um pouco meu humor ou pelo menos meu semblante cansado.

Chegamos a sala de música e tinha algumas pessoas ensaiando acordes, a voz e a cantarem em forma ritmada.

- Vamos ensaiar? - Bette perguntou ou pelos menos tentou perguntar, entusiasmada. Essa animação delas era sinal de problemas para mim. Sendo que não sou muito festeira, ou sequer fui as algumas festas. As regras dos meus pais era chegar meia noite em ponto em casa, senão chegasse no horário em que eles falaram, eu levaria bronca no dia seguinte. Qual é? Eu não era nenhuma Cinderela não. Era rebelde, como mamãe dizia.

Ainda estava em dúvida constante se cantaria música de algum cantor ou pegaria uma das minhas quando criança. Mas achei que elas eram tão cute-cute que não colaria bem na idade que estou. Ainda mais a música da borboleta que inventei de uma hora para outra. Digamos que eu ria de tudo que fazia quando pequena, era aterrorizante pensar daquela forma e jeito.

- Terra chamando Allyssa. - Lola estalou seus dedos na minha frente, me fazendo despertar em um segundo do transe.

- Ahn... desculpe, não te ouvi. - Sorri sem graça. Costumava me fechar na pequena caixa de pensamento da Allyssa e ficar trancada lá dentro por minutos que acabava esquecendo do mundo real que me esperava do lado de fora.

- Você gosta do Dylan? - Perguntou impaciente. Olhei para os lados, me certificando para ver se Bette estaria ali, pois se ela ouvisse o que Lola me perguntou, surtaria e com todas certeza, ficaria em festinhas com a pergunta dela.

- Claro que não. - Fiz careta. - Está louca?! - Afirmei, especificando para ela que a mesma estava ficando maluca.

- Eu vi vocês trocando olhares na hora do lanche e inclusive, você fissurada nele. - Sorriu como se estivesse imaginando algo obsceno.

- Não! - Disse inconformada com sua resposta. - Não! - Voltei a repetir o famoso 'não'. - Claro que não estou. Ele é um gato, confesso, mas é muito galanteador. - Suspirei. - E o ruim é que ele mora no prédio, ao meu lado. Isso é louco. - Ela abriu a boca, digamos que perplexa pelo que ouviu.

- DEUS!!!! - Ela começou a gritar. - ELE MORA AO SEU LADO E VOCÊ AINDA NÃO PEGOU ELE? - Ela continuou a gritar igual louca. Olhei para alguns lados, especialmente na Bette que tocava seu violão com um sorriso na face.

- Para de gritar. - Murmurei perto dela. - Ele mora ao meu lado, é uma tentação para mim, mas tenho que lidar com os fatos. Não gosto dele e nem ele de mim. - Como eu queria que ele gostasse. - Então...

- Menina, para se beijar, e depois trepar, não precisa gostar um do outro. - Seu semblante era de "Você ficou louca?". Bufei, porque estou a ter essa conversa com Lola? Ela nunca vai entender meu lado mesmo, era melhor deixar isso para trás.

- Okay. Agora vamos para perto da Bette, antes que ela perceba nosso sumiço. - Desconversei. Ela assentiu me lançando um olhar de "Você não me engana". As palavras que usei anteriormente foram totalmente verdade, não enganaria qualquer um com aquelas palavras que saíram da minha boca, nem mesmo à mim. Dylan era bonito, tina um corpo sarado que dava um calor debaixo da calcinha, mas não rolaria comigo, mesmo querendo me aprofundar mais de perto em seus olhos azuis, seria um missão impossível, assim digamos. O que eu poderia fazer era, deixar isso para lá, não tocaria no assunto tão cedo, e achava melhor Lola fazer o mesmo.



Capítulo revisado (16/08/16)

A Aposta - Volume 1 (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora