2- Destino

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Ei babys, cheguei com mais um capítulo novinho pra vocês.
Me digam o que estão achando da história, estão gostando? Tem alguma sugestão?  Deixe seus comentários, curtidas e não esqueçam  de indicar pro coleguinha.

No mais vamos ao capítulo e vejo vocês sexta feira que vem.

Beijinhos...

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Enfim sábado, o dia que eu posso dormir até tarde, mas estou acordada às oito horas da manhã. Devido ao costume de acordar cedo durante a semana, raramente consigo dormir até tarde aos fins de semana, tirando os dias que chego em casa com o dia já amanhecendo.
Levantei e fiz minha higiene matinal, rumando logo em seguida até a cozinha, Manu não deveria demorar a acordar e decidir mimar a baixinha um pouco, preparei tudo que ela gostava de comer de manhã, panquecas, suco, frutas, torrada, queijos e várias outras coisinhas, quando coloquei a última vasilha em cima da mesa Manoela desceu as escadas com carinha de sono ainda.
- Bom dia amiga.–Eu disse a ela assim que desceu o último degrau.
- Quem é você e o que fez com a Rafaella? –Ela perguntou ao ver a mesa posta.
- Hahaha, nunca mais faço esse tipo de gracinha pra você. -Eu disse fingindo raiva. – Perdeu a chance de ficar calada.
- Você tem que concordar comigo que não é nada normal você está acordada às nove horas da manhã de um sábado em ótimo humor. – Ela disse passando por mim e seguindo para a mesa. –Não sei que bicho te mordeu, mas que ele faça isso mais vezes. - Revirei os olhos e fui me juntar a ela.
- Os meninos vão passar aqui ou encontraram com a gente lá? – Perguntei mudando de assunto.
- Acho que o Danilo vai direto e o Rhelden deve encontrar a gente aqui. – Ela disse de boca cheia. – Já olhou com seu namorado se ele vai.
- Ele não é meu namorado. – Retruquei no mesmo instante.
- Estão juntos há meses Rafa, não é possível que não sinta vontade de namorar ele. – Ela sabia que era um assunto que me irritava e fazia de propósito.
- Estamos bem assim, não tenho cabeça pra ter um relacionamento agora, como você mesma diz eu só tenho olhos para o trabalho.
- Eu não entendo Rafa, se não gosta dele porque insistir?
- Eu gosto dele Manu, é um cara legal.
- E você fica empurrando isso com a barriga por medo de ficar sozinha ou porque ele é um cara legal? - Olhei pra ela.
- Eu não sei Manu. – Confessei. – Não tenho grandes expectativas no amor, não espero que alguém chegue montado em um cavalo branco e me resgate, e o Daniel é legal então acabo juntando isso tudo e vou levando.
- E se ele gostar de você Rafa? -Ela dizia de forma seria. – Cadê a sua responsabilidade emocional?
- A gente já conversou sobre isso Manu.
- Em minha opinião, se você não tem pretensão de ter um futuro ao lado dele, não tem o porquê está com ele.  -Ela finalizou e me deixou pensativa.
O resto do café da manhã seguiu no absoluto silêncio, apenas com o barulho dos talheres e copos.
- Uma velha amiga minha se mudou pra cidade. - Manu disse quebrando o silêncio. – Encontrei com ela ontem por acaso e ela me disse que havia se mudado, então a chamei para ir também. Algum problema pra você?
- Não. – Me limitei a dizer, as palavras dela ainda rodavam em minha mente.
- Olha Rafa, não quero que fique brava comigo. O que eu disse é porque eu te amo e quero o seu bem. Talvez você esteja apenas se privando de conhecer alguém que realmente te interesse por estar com alguém que você não tem nenhum tipo de expectativa.
- Eu sei que não foi pra me machucar amiga, mas me fez pensar. É só isso.
Levantamos-nos e ela ficou responsável por tirar a mesa e lavar a louça, eu segui para meu quarto. Precisava enviar uns e-mails e fazer umas ligações e tentaria dormir mais um pouco.
...
Já se passavam das oito horas quando a campainha tocou, provavelmente era Rhelden que havia chegado. Ouvi a voz do mesmo assim que Manoela abriu a porta, que ia aumentando cada vez que chegavam mais próximo a minha porta.
- Rafaella como sempre acha que vai casar, está a horas se arrumando e longe de estar pronta. – Manoela dizia. – Só irei iniciar quando ela já estiver quase no fim, odeio ficar esperando. – Mostrei língua para ela que retribuiu.
- É lindo como vocês duas parecem crianças quando faz isso. – Rhelden riu.
Rhelden era estilista na By RK, nos conhecemos há cinco anos que foi quando o contratei para trabalhar comigo. Continuei me arrumando e Manu seguiu para o quarto dela e foi fazer o mesmo. Quando já era nove e quinze entramos no carro que solicitamos pelo aplicativo e seguimos para a tal boate.
O local estava cheio, a fila de entrada estava enorme, mas Manoela de algum modo conseguiu nos colocar na lista vip, mesmo que de última hora, então apenas chegamos ao local, demos nosso nome e entramos recebendo olhares nada satisfeitos das pessoas que estavam na fila.
- Danilo já chegou. – Falou Rhelden guardando o celular que tinha acabado de ler a mensagem.
Seguimos até a área vip que tinha sido reservado a nós e encontramos Danilo já com seu costumeiro copo de gin na mão.
- Achei que não viriam mais. – Ele disse nos cumprimentando com dois beijos.
- Sabe como é a madame aqui para sair né. – Manoela disse apontando para mim.
- Me erra Manoela. –Eu disse revirando os olhos.
- Olha quem está chegando. -Danilo apontou para a entrada do espaço.
- O namorado da Rafa. - Manu disse e todos riram menos eu. Daniel se aproximou com o seu habitual sorriso no rosto.
- Oi gente. – Ele cumprimentou a todos e depois veio até mim me dando um selinho no qual me senti totalmente desconfortável. – Oi Rafinha.
-Oi Dani. – Respondi meio sem graça sendo seguida por um oi dos meus outros amigos.
- Já que estamos todos aqui já podemos acompanhar o Danilo e beber? – Rhelden perguntou.
- Se não me engano tem uma amiga da Manu pra chegar, mas não vejo problema em começar os trabalhos. – Eu disse me encaminhando para uma das mesas ali.
- Então vou lá buscar as nossas bebidas, vem comigo Danilo? -Manu se levantou puxando o amigo.
Estávamos jogando conversa fora, Rhelden falava animado das idéias que estava tendo pra próxima coleção e Daniel não largava o celular, eu estava alheia aos dois. Minha cabeça viajava para a conversa com Manu mais cedo e em como eu podia ver agora que ela estava coberta de razão, porém sabia que esse não era o momento de conversar com Daniel sobre isso. Curtiria essa noite e deixaria para resolver as coisas amanhã. Olhei para a porta e tive a sensação de ver alguém conhecido se misturar ao grupo não tão pequeno de pessoas que ocupavam o espaço que estávamos, encarei por mais um momento o local e não vi ninguém.
- Gente... – Manu se aproximou carregando as bebidas.
- O barman é lindo. – Danilo completou chegando logo atrás de Manu.
- Um gato Rhelden, pena que é gay. – Ela fez cara triste, mas Danilo não escondeu o sorriso no rosto com a informação.
Manoela fixou o olhar em um ponto contrário do que ela tinha vindo e saiu sem dizer uma palavra, voltando alguns minutos depois, para a minha surpresa, puxando Gizelly pela mão.
- Gente essa é Gizelly, uma amiga minha que acabou se mudar para São Paulo. Gizelly esses são Rhelden, Danilo, Daniel e...
- Rafaella? – A morena cortou Manu que olhou de uma para a outra sem entender. -Disse que nos esbarraríamos por aí. – Todos na mesa estavam sem entender.
- Gizelly foi à mulher que encontrou meu celular. – Expliquei para os quatro que me encaravam, rezando para que ninguém fizesse nenhuma piadinha.
- Caraca, que coincidência. – Manu estava com sua cara de surpresa. – São Paulo é um ovo mesmo.
- Você é linda, chocada. - Danilo dizia se aproximando da mulher e abraçando a mesma. Rhelden também se levantou para cumprimentá-la e Daniel o seguiu.
- Ei você. – Eu disse sendo a última a levantar e cumprimentá-la com dois beijos no rosto.
-Ei você. – Ela respondeu sorrindo. – Quando disse que a gente se via por aí não imaginei que fosse tão rápido. – O humor presente em sua voz.
- Tá reclamando? – Eu disse do mesmo jeito.
- De forma alguma, pelo menos não esbarrou em mim de novo. – Revirei os olhos com seu comentário.
- Quem diria heim Rafa, que a estranha que conseguiu fazer a proeza de te fazer almoçar com ela foi justamente a Titchela. – Manu disse se aproximando e nos tirando da bolha que entramos sem perceber. Sorri sem graça.
- Em tese não éramos totalmente estranhas já que era a segunda vez que nos víamos e nos falávamos. – Ela disse passando o braço aí redor do pescoço da menor. – Não é mesmo Rafaella. – Algo na maneira em que ela pronunciou meu nome me fez sorrir.
- Exatamente. – Manu me encarou esperando que eu falasse algo a mais.
Senti duas mãos rodearem minha cintura e olhei para trás encontrando um par de olhos puxados e um sorriso branco.
- Vamos dançar Rafinha? – Daniel disse próximo a minha orelha. Notei que Gizelly se afastou.
- Não tô muito afim, desculpa, mas vai com os meninos. – Vi o sorriso dele sumir.
- Certo. – Todos estavam se encaminhando pra pista de dança no andar de baixo.
- Você não vem. – A morena se aproximou de mim com um sorriso no rosto.
- Tô bem cansada, então prefiro ficar por aqui mesmo.
- Vai deixar o seu namorado sozinho na pista? Isso é que é confiança.
- Ele não é meu namorado! -Afirmei.
- Desculpa, é que me pareceu. – Ela disse sem graça. – Então irei te fazer companhia se não se importar.
- Pode ir se preferir, não me importo em ficar sozinha.
- Tá dispensando minha agradável companhia? – Sorriu com a língua entre os dentes.
- Não seria louca de fazer isso. – Eu disse retribuindo o sorriso.
Voltamos à mesa que a pouco estava sentada, dessa vez apenas nós duas ocupavam os vários lugares vagos por ali.
- Que coincidência né? – Ela puxou assunto. –Em meio a tanta gente você é amiga da minha única amiga em São Paulo.
- Coisa de louco, se fosse contado a mim eu não acreditaria em tamanha coincidência.
- Confesso que fiquei intrigada após nosso almoço. – Ela me encarou e eu mantive meus olhos nos dela.
- Intrigada? – Disse levantando uma sobrancelha.
- Sim, eu disse com tanta convicção que nos esbarraríamos por aí, mas nem ao menos tinha seu número. – Continuamos nos encarando.- Já estava me questionando se teria que ir todos os dias a cafeteria dos pais de Manu para tentar encontrá-la. – Rapidamente desviei o olhar, não sei ao certo o que aquela revelação me causou, mas estava com vergonha de olhá-la novamente.
- Na verdade achei que estava dizendo aquilo apenas por dizer, não acreditei realmente que tinha a pretensão de me encontrar novamente. – Confessei.
- Em outras ocasiões provavelmente teria sido apenas da boca pra fora, mas algo naquele almoço me deixou curiosa sobre você. – Olhei rapidamente pra ela que me olhava. –Vi ali uma grande oportunidade de ter outra amiga na cidade sem ser a Manu, já que tenho certeza que em breve ela estará tão estourada que nem terá mais tempo pra mim.
- De onde vocês se conhecem? – Eu tentava a todo custo não olhar para ela, mas algo sempre me puxava, como se houvesse dois imãs atraindo nossos olhares.
- Eu e um grupo de amigos fomos passar a virada de ano em Fernando de Noronha há uns sete anos atrás, Manoela estava lá também com um grupo de amigos e seu ex namorado. Certa noite todos estávamos no mesmo bar e acabamos juntando os grupos, foi amor a primeira vista pela tampinha. – Seu enorme sorriso e o carinho com que falava sobre Manoela deixava transparecer os sentimentos pela menor. – Então trocamos telefone e ela foi me visitar algumas vezes no Espírito Santo.
- Ela é incrível né? – Minha reação ao falar de minha melhor amiga não podia ser outra, eu amava aquele ser.
- E qual a sua história com ela? – Estávamos em um papo confortável, como no almoço a conversa fluía sem precisar forçar nada.
Resumi minha história com Manu, minha chegada em São Paulo, o que me fez mudar de cidade, quando assustei já estava falando sobre minha família, amigos que deixei pra trás, sobre a empresa e a dificuldade de se destacar no ramo que escolhi, ela ouvia tudo atentamente vidrada, como se fosse à história mais interessante que já havia ouvido na vida, vez ou outra soltava um comentário, uma risada ou uma exclamação. Não notamos o tempo passar, novamente estávamos dentro de uma bolha a qual nem notamos que havíamos criado, era um momento tão nosso que nos esquecemos de onde estávamos e sobre as pessoas que estavam conosco, até o momento que ouvimos vozes próximas a mesa que estavam chamando nosso nome.
- Em que mundo vocês estavam? – Danilo falou assim que voltamos nossa atenção para o grupo.
- Desculpa, começamos a falar sobre trabalho e vocês sabem como sou. – Eles sabiam exatamente como eu era, o tipo de pessoa que não gosta de conversar com estranhos, que para se soltar e falar desenfreadamente precisava ter o mínimo de intimidade com a pessoa.
- Sabemos. – Disse Manu me encarando com uma sobrancelha levantada e um olhar sugestivo. – Rafa, será que poderia ir ao banheiro comigo? – Sabia que atrás daquele pedido tinha uma intenção, mas mesmo assim concordei.
Nos encaminhamos para o banheiro que havia uma pequena fila de espera, evitava cruzar meu olhar com a menor, mas sentia a todo instante seus olhos em mim.
- O que deu em você? – Ela questionou assim que paramos atrás da última pessoa da fila.
- Não entendi a pergunta. – Me fiz de desentendida mesmo sabendo perfeitamente sobre o que ela questionava.
- Primeiro você almoça com uma estranha, depois chama o Daniel para sair e da zero atenção pra ele e você sabe minha opinião sobre isso, se recusa a dançar e se abre sobre sua vida para uma pessoa que acabou de conhecer. – Ela listava os acontecimentos dos últimos dois dias. – Eu conheço a Gi e sei como ela consegue nos deixar totalmente à vontade e eu poderia esperar isso de qualquer pessoa, mas também te conheço o suficiente pra saber que você não é qualquer pessoa.
- Não sei Manu, só é fácil conversar com ela. – Confessei mais pra mim do que pra ela. – Quando vejo já estou falando as coisas.
- Eu posso jurar que vi um brilho diferente no olhar das duas quando se encontraram. –A capacidade que ela tinha de passar de uma conversa séria para uma sugestiva em questão de segundos.
- Não viaja Manoela. – Revirei os olhos. – Foi só surpresa em como o mundo é pequeno.
- Rafa. – Ela disse ficando séria novamente. – A Titchela é uma pessoa incrível, ela tem um coração enorme e se machuca fácil, então caso eu não esteja viajando. Tome cuidado, nós sabemos que esse coraçãozinho de pedra não está aberto para permitir que outra pessoa o ocupe.
- Manu, não sei realmente do que está falando. –Eu sabia que havia algo em Gizelly diferente, mas Manu não poderia estar mais errada. Certeza que estava nascendo apenas uma grande amizade. – Como você mesma disse ela conseguiu me deixar a vontade e apenas isso, tenho plena certeza que seremos grandes amigas, nada mais que isso.
Ficamos tão perdidas em nossas conversas que não percebemos o exato momento que chegou a nossa vez de entrar no banheiro. Manu entrou em um das cabines enquanto eu apenas me olhava no espelho me questionando se havia alguma verdade nas coisas que Manu tinha acabado de insinuar, a liberdade que sentia ao lado da morena era incomum pra mim, mas não passava disso certo? Por hora decidir acreditar que sim. Voltamos à mesa e ouvimos comentários sobre nossa demora, o olhar da advogada estava sobre mim e eu tratei logo de desviar.
- Onde está o Daniel? – Perguntei discretamente ao Rhelden.
- Ele simplesmente levantou e se despediu sem dizer nada.
- Amanhã converso com ele, por hora quero apenas aproveitar o resto da noite.

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