Capítulo 6

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Hermione acordou-se disposta. Hoje começariam as aulas e a primeira era transfiguração, e ela achava fascinante a habilidade de transformar uma coisa em outra.

Tomou um banho rápido e pulou o café da manhã. Queria ir direto para a sala da professora McGonagall para chegar mais cedo, já que queria pedir algumas dicas, talvez aulas extras.

Caminhou por longos corredores abarrotados de quadros, desceu por escadas bonitas e até parou um tempo em frente a uma janela para apreciar a vista.

Chegando na sala ela escutou vozes conversando. Ela ficou em silêncio e observou pela fresta.

Malfoy estava conversando com a professora Minerva.

—Você tem certeza? — perguntou ele.

—Absoluta, senhor Malfoy. —respondeu a ele, olhando por cima dos óculos de armação quadrada.

—Mas... — ele sentou-se na cadeira à frente da escrivaninha. — Mas ela me disse que a mãe dela era da Corvinal, e por isso ela queria ir para a Corvinal também.

—Isso não é verdade. Ela é filha de trouxas.

Hermione sentiu seu coração disparar. Eles estavam falando dela, e agora Malfoy sabia que ela havia mentido.

Ela se escorou no batente da porta, aproximando ainda mais seu ouvido, prestando atenção.

—Não acredito que ela mentiu pra mim. — disse ele para a professora, num tom magoado. Minerva suspirou.

—O que pretende fazer quanto a isso, senhor Malfoy? perguntou ela.

—Acho que tenho que conversar com ela e esclarecer as coisas. Não podemos ser amigos, meu pai jamais permitiria. Já bastava que fosse Grifinória. Nascida trouxa então...— Malfoy levantou-se para sair da sala.

Hermione correu para esconder-se atrás de uma coluna. Estava envergonhada de ter sido pega na mentira. Ela não escutou quando a professora Minerva deu um último conselho ao garoto:

—Senhor Malfoy. — chamou, e ele, quase na porta, virou-se para ela. — Seu pai não precisa saber de tudo.

Hermione esperou o som dos passos de Malfoy se distanciarem e quando já não podia ouvi-los, saiu de trás da grossa coluna de mármore.

Foi surpreendida por professor Dumbledore, parado de frente para a coluna, sorrindo para ela com serenidade. Segurava as mãos à frente de uma belíssima túnica roxa. Hermione sentiu as bochechas esquentarem, e soube que elas estavam vermelhas.

—Ah! — ele exclamou. — Deve ser por isso que dizem que as paredes tem ouvidos. — ele sorriu para ela.

—Me desculpe por isso, não foi minha intenção. — ela se explicou de modo nervoso. —Eu só queria falar com a professora McGonagall, mas ela estava ocupada, eu não quis interromper.

—Não se preocupe. — ele respondeu compreensivo. — Ainda faltam quarenta minutos para a sua aula. — Ele consultava um relógio de bolso com a corrente dourada, os ponteiro eram planetas e não tinha números, e Hermione se perguntou como ele conseguia ver as horas nesse relógio. — Acredito que temos tempo para uma caminhada, sim?

Hermione acenou que sim com a cabeça.

—Estes livros estão pesados, não estão? — ele apontou para os livros nos braços de Hermione. Ela riu sem jeito.

—Um pouco. — respondeu dando de ombros.

—Então, permita-me. — ele acenou com a varinha, e os livros começaram a flutuar ao lado deles.

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