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O cheiro de café entrou pelas minhas narinas assim que eu apanhei o copo do atendente da cafeteria.

Não troco por nada no mundo um copo de café quente logo pela manhã antes de chegar no distrito  policial. Preciso de energia de sobra.

Quando chego no trabalho, dou bom dia a todos ali e me encaminho diretamente à minha mesa.

Ser membro da Unidade de Inteligência é uma tarefa árdua que exige extrema dedicação. Resolver assassinatos, realizar interrogatórios, cada dia é um novo aprendizado.

Como detetive há quatro anos já resolvi inúmeros casos ao lado dos meus colegas sobre o comando do sargento Kim Namjoon, responsável por esta unidade.

Nosso trabalho já foi reconhecido pelo governo e pela prefeitura, além de claro, pela própria população.

E esse trabalho é fruto de um sonho que carrego dentro de mim desde a adolescência. Meu pai, oficial da polícia, me fez seguir meu sonho até aqui e graças a ele, faço da cidade um lugar mais seguro.

Ele morreu em ação assim que completei quatorze anos de idade então eu sei bem como foi me formar e não tê-lo por perto em um dos momentos mais importantes da minha vida, mas sei que de longe ele olha por mim, minha família me assegura, bem como meus amigos. Com isso, sei que estou bem.

Mal sento na minha mesa quando a porta da sala do sargento é aberta. Namjoon sorri vindo na minha direção. Seus cabelos pretos curtos estavam bem aparados e sua roupa, estilosa. Ele vestia uma blusa preta de manga comprida e gola alta, uma calça jeans justa e um par de botas preta que estavam surradas.

— Bom dia Yoongi! Preciso de você na rua junto com Jimin. Houve um roubo em um prédio na frente do Hotel Somang, quero imagens da câmera de segurança do local, qualquer estabelecimento da rua pode ajudar, é um caso simples, tudo bem? — Assenti.

— Bom dia! Claro, já estou indo lá! A patrulha está no local? — Namjoon negou.

— Acabou de sair, só verificou se houve vítimas, mas aparentemente não houve nada além do roubo. — Houveram muitos desses roubos nos últimos meses e não parava de acontecer a cada dia. É muito comum e sempre resolvemos casos assim, como qualquer outro seria moleza.

Peguei meu celular e as chaves do carro e chamei Park Jimin que estava conversando com os dois oficiais da patrulha, Kim Seokjin e Kim Taehyung.

— Bom dia galera! Jimin, Namjoon disse pra gente procurar câmeras pra resolver um crime de roubo, já, já a gente volta, ok? — Jimin vira seu rosto na minha direção e sorri. Seu cabelo preto, ajeitado com uma franja o deixa ainda mais jovem. Seu estilo também é confortável. Ele usa uma jaqueta jeans e um calça skinny preta. Já Seokjin e Taehyung, ao seu lado, usam a farda da polícia.

— Oi Yoon! Bora! Seu café está cheirando maravilhosamente bem, por favor, na volta vamos parar na cafeteria! — Ri com o comentário do meu amigo.

Terminando o meu café, me despeço dos oficiais e me encaminho junto de Jimin até o carro.

— O que se sabe até agora sobre esse caso? — Jimin questionou.

— Aparentemente a patrulha já rondou para ver se encontravam os suspeitos e até mesmo se tinha vítimas e não há nada, então precisamos descobrir alguma dica, sei lá, algum rosto para resolvermos isso. A perda do prédio comercial foi totalmente material, pelos detalhes que o Namjoon me mandou aqui no celular, foi em maioria, dinheiro mesmo. — Jimin assentiu.

— Típico, aqui tá direto esses bandidos roubando. Parece um caso simples. Tem mandato? — Neguei com a cabeça.

— Não precisa, só em último caso. — Jimin assentiu.

— Tranquilo então, Yoon! Vamos lá prender esses bobocas. — Dei risada.

O prédio comercial era bem perto do nosso departamento então chegamos em sete minutos.

— Foi aqui! — Anunciei quando chegamos na frente do prédio.

— Ótimo!

— Vou no hotel pedir imagens da câmera, ok? — Jimin olhou para mim.

— Vou no estabelecimento ali do lado, tá? — Assinto depois de Jimin apontar em direção ao prédio ao lado do que fora roubado.

— Ok! Qualquer novidade me manda mensagem. — Disse e fui diretamente ao hotel.

O local era luxuoso, assim como tudo naquela rua, por isso houve o roubo, creio eu. O Hotel Somang é cinco estrelas e seu dono era ninguém mais, ninguém menos do que o empresário e filantropo Jung Hoseok. O homem de negócios era uma figura pública conhecida localmente por seu apoio em ONGs e doações importantes para os mais necessitados. Certa vez já colaborou com a polícia em um evento da comunidade, aparentava ser alguém legal, apesar de nunca ter o conhecido.

Aproximo-me da recepção do hotel, observando cada detalhe do local. Todos os cantos eram feitos em mármore,  havia seguranças, um em cada entrada, aos quais mostrei meu distintivo.

Quando finalmente pude ser atendido, conversei com uma das recepcionistas.

— Olá! Polícia de Seul, — mostro o distintivo a mulher — queria fazer algumas perguntas e se possível, obter as imagens das câmeras de vigilância do lado de fora do hotel. Estamos investigando um roubo que aconteceu na última madrugada. Soube de alguma coisa? Viu alguma coisa?

— Não,  mas sobre as imagens, só um minuto, isso é com a gerência. Já vou chamá-los. — Assinto.

— Agradeço.

Após alguns minutos no telefone a atendente mencionou que estariam concedendo as imagens em um arquivo. Agradeci.

Aguardando mais um pouco, observei o dono do hotel chegar na porta da entrada, a qual atravessei minutos antes. Jung Hoseok é um homem muito bonito. Seu cabelo preto estava  jogado para trás, sua roupa larga o fazia estiloso, um estilo diferente de um homem de negócios.

— Moço? — A recepcionista me chamou e eu voltei minha atenção a ela.

— Ah! Oi! — Ela me entregou um pendrive.

— Aqui está toda a gravação dessa madrugada, espero ajudar. — Assenti.

— Com certeza! — Guardei o pendrive no bolso da minha jaqueta e me aproximei da porta do hotel, quando observei quatro pessoas encapuzadas e de máscara entrando no local dando coronhadas nos seguranças. Por impulso, gritei:

— Todo mundo pro chão! Corram!!! Se escondam! — Disse, desesperado. Uma das pessoas sacou uma arma do cós da calça que vestia e mirou em direção a Hoseok. Envolvi meus braços em volta de seu corpo e o deixei sentado no chão quando o tiro foi disparado. Ele respirava ofegante depois que o peguei de supetão e o atirei no chão, junto comigo.

— O que está acontecendo? — Ele me questionou, desesperado.

— Vamos descobrir. — Respondi, olhando fundo, dentro de seus olhos. Meu coração estava disparado. Preciso de Jimin. Agora.

Revenge | [Yoonseok]Where stories live. Discover now