VINTE - Adapte-me

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A insegurança se solidificava no medo, Ayana havia aprendido rapidamente a não o sentir, por que demônios podiam farejá-lo e era um sabor que eles percorreriam quilômetros para consumir.

Arcanja. Demônio. Caída.

Ayana tinha sido muitas coisas, mas ser a caça era a primeira vez. O mundo mortal era para ser um recomeço, uma nova vida longe do reino dos Céus e dos Anéis do Inferno. Não mais angelical, mas ainda presa em forma demoníaca. Mas era um fardo que ela aceitava bem. Mas o passado tinha um jeito cármico de voltar, principalmente se você tentava colocar um muro de tijolos entre você e ele, sem resolvê-lo.

– Você já foi melhor Calazar!

Completou segurando a flecha alojada no seu ombro com firmeza para arrancá-la de uma só fez. Ela tinha tido sorte, não pelo local que atingirá, mas sim por não está envenenada. Calazar estava ficando realmente ruim no que fazia.

O processo de cura não se iniciou instantaneamente, mas não houve sangramento excessivo. Por ora ela só poderia se concentrar na coagulação e poupar energia. Três dias na estrada, fugindo e lutando estava esgotando suas forças. Principalmente por que ela não se alimentava desde a última trindade que tinha estado, uma semana antes. Ela sabia que não deveria ter esperado tanto, mas precisava entrar em hibernação para se recuperar dos últimos ferimentos que tinha tido. Agora estava quase exausta.

Olhou para baixo, procurando Calazar em algum lugar no terreno plano do bosque, mas não o achou. Ele era como um rato, mas habilidoso. E ainda havia mais alguns outros com quem se preocupar, como o arqueiro que a tinha atingindo antes dela conseguir escapar no labirinto de árvores.

Quantos?, se perguntou sentindo os aromas no ar. Havia muitos odores se misturando. As árvores do local tinham cheiros fortes, ela conseguia sentir pelo menos três odores demoníacos, mas pelos passos que tinha sentindo antes, na estrada, enquanto era perseguida, sabia que eram mais. Alguns deveriam estar se camuflando.

Sem armas apropriadas ela estava muito indefesa.

Só mais alguns quilômetros, pensou sabendo que a entrada para as ruínas estava próxima e ela podia se salvar se entrasse lá. Pelo menos por algumas horas. Estava na Áustria agora e não conhecia a trindade local e fazia menos ideia ainda de como se locomover nos corredores das ruínas naquele lugar, mas qualquer outro lugar era melhor, contanto que ela não esbarrasse com muitos bestiais pelo caminho. Seria melhor se ela conseguisse encontrar pelo menos algum humano, mas ao menos se fosse temporada de caça de alguma espécie ela estaria sem sorte. Coisa que era comum fazia semanas.

– Muito tempo no mesmo lugar.

Gritou uma voz feminina, caindo sobre ela, jogando ambas da árvore que Ayana se escondia até o chão, quebrando alguns galhos grossos enquanto caiam.

A mulher na verdade era quase uma criança. Pequena, mas bastante forte. Era incomum, mas angelicais poderiam nascer com a forma de crianças humanas, mas era extremante raro.

– Você eu não conheço.

– Nada pessoal.

Respondeu a caída com os cabelos trançados com ornamentos de cristais. Ayana reconheceu como traços de um clã.

– Me caçar pelos confins do reino mortal?

Perguntou olhando ao redor sem deixar perceber, os outros eles iriam vir atrás dela logo.

Véu dos Mundos, vol. II - Chamas InfernaisOnde histórias criam vida. Descubra agora