» Capítulo 25

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any gabrielly

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any gabrielly


Estou com medo.

Pelo menos isso é claro. Estou aterrorizada.

Aliás, não devo ser a única assim. Faz um tempão que o médico e o residente saíram. Eles só estiveram presentes no início, na parte médica. Tenho vontade de dizer "para a parte elétrica", porque, francamente, desligar todos os meus aparelhos é algo que até uma criança de seis anos poderia fazer.

Agora, três pessoas estão aqui comigo. Chegamos a ser nove, contando comigo, neste quartinho. Estava bastante lotado. Lamar, Joalin e Bailey saíram há pouco. Acho que entendi que foram esperar lá embaixo. Tenho ânsia de vômito só de pensar nisso. Meus amigos esperando que eu... Que horror. Se eu estivesse no lugar deles, teria logo ido almoçar e fugido para o lugar mais distante possível. Mas eles foram se esconder apenas cinco andares abaixo. Isso impõe certa distância, mas eles continuam nos limites do hospital.

Meus pais e minha irmã estão aqui; eles também estão esperando. Tenho vontade de dizer a eles para caírem fora. Não quero seu amor, ainda menos seu pesar. Eles não acreditaram em mim, o que é simplesmente repugnante. Mas, talvez, no fundo, eles tenham razão. O que é uma vida na qual só posso receber sem dar nada em troca? Se é para passar o resto dos meus dias apenas ouvindo e sentindo, eu me pergunto se não é melhor...

A porta se abre. Passos rápidos, respiração descompassada. Meus pais parecem surpresos; pelo ritmo choroso, não deve ser o médico que mudou de opinião.

– Bom dia – diz minha mãe numa voz infinitamente triste. – O senhor está aqui para...

– Mamãe – interrompe minha irmã –, você acha que ele veio por causa de quem? Vamos, vamos deixá-lo tranquilo dois minutos. Já faz uma hora e meia que estamos aqui, ela não vai partir imediatamente.

O tom de minha irmã, entre firmeza e pena sem medida, me aniquila.

– Por que vocês estão fazendo isso?

Meu coração dá um pulo no peito, provocando uma curta alteração em meu pulso fraquejante, mas ninguém presta atenção a isso.

Meu arco-íris.

Eu não reconheci seu andar nem seu modo de respirar, mesmo que, sem o barulho do respirador, o quarto esteja tão silencioso. Talvez esteja começando mesmo a faltar oxigênio em meu cérebro, faz mais de uma hora que estou respirando por mim mesma, ou pelo menos estou tentando. Meu cérebro sabe que é difícil, mas estou tentando aguentar o tranco. Mas agora que ouvi a voz de Noah, é como se meu organismo quisesse se agarrar a uma última esperança.

Minha mãe começa a balbuciar um simulacro de frase.

– Como assim por que...

– Mamãe, você é inacreditável! Por que vamos desligá-la? Hein? É isso o que ele quer saber! Não é isso? Não é o que você quer saber?

I'm hereOnde histórias criam vida. Descubra agora