Senti uma presença me observando enquanto dormia, a terceira vez naquela semana. Abri meus olhos lentamente e não vi ninguém, tentei voltar a dormir mas tive a impressão de escutar algo.
- Você fica tão linda dormindo. - a voz conhecida sussurrou.
- Malachai Parker, eu sei que é você. - falei e um segundo depois ele apareceu.
Fazia alguns dias desde que não via Kai, nós éramos amigos e quando o contei que sentia algo por ele, ele simplesmente fugiu, me deixou falando sozinha e sem nenhuma explicação. Fui à casa dele no dia seguinte, para tentar resolver e pelo menos tentar voltar ao que éramos antes, mas ele nunca atendeu a porta, nem minhas ligações.
- Oi, S/n. - respondeu com um sorriso.
- O que você tá fazendo aqui?
- Precisava te ver.
- Invadindo minha casa, no meio da noite? Enquanto eu estava dormindo? - perguntei alterando o tom de voz.
Ele não respondeu nada, só ficou quieto, abaixando o olhar como se estivesse com vergonha.
- E nas outras noites? Era você também?
- Sim, me desculpe. Eu vou embora. - falou saindo do quarto.
- Kai! - o chamei enquanto ele descia as escadas. Ele parou mas não olhou para mim. - Por que veio me ver?
- Naquela noite eu fugi porque me desesperei, você me pegou de surpresa e....
- Eu sabia que você não sentia o mesmo, mas não precisava negar minha amizade. - o interrompi.
- Deixa eu terminar. Eu não me assustei com os seus sentimentos, me assustei com os meus.
- Como assim? - perguntei confusa.
- Eu também tenho sentimentos por você, S/n. E você é a primeira pessoa pela qual eu sinto algo além de ódio, a única pessoa que eu amo. - falou calmo.
Minha mente estava borbulhando, como assim Kai também gostava de mim? Não conseguia mover um músculo sequer, meu cérebro lutava para processar toda a informação.
- S/n? Eu ferrei tudo quando fui embora né? - perguntou me tirando do transe.
- Não, quer dizer sim. Mas eu entendo, sabe, não é fácil pra um sociopata sentir algo. - respondi.
Ele abriu um sorriso e subiu os degraus, parando em minha frente e envolvendo seus braços na minha cintura.
- Ainda mais amor. - completei, beijando-o suavemente.
- Sinto muito por ter sido um tolo, eu devia saber que você entenderia. Você é incrível! - falou e pude sentir meu rosto corar.
Kai voltou a me beijar e me pegou no colo, quase derrubando nós dois escada a baixo.
- Você é doido. - falei rindo.
- Doido por você! - respondeu encostando nosso lábios.
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