23 - Eu Juro Que Te Amo

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Noah Urrea

Andava de um lado para o outro na sala de espera da clínica, me sentia culpado e nervoso.

Vê-la desmaiar em meus braços foi muito doloroso. Eu não devia ter correspondido ao beijo daquela garota, droga.

Tudo o que está acontecendo é culpa minha.

-familiares da senhorita Any.

O médico chama e o vou até ele apressado.

-como ela está, aconteceu algo?

Ele m lança um sorriso calmo e tomo aquilo como um bom sinal, está tudo bem.

-ela sofreu uma queda de pressão devido ao nervosismo que passou, aconselho que cuide bem dela, ela está grávida de três semanas e precisa de descanso, a gravidez é de risco.

O que eu tanto queria estava acontecendo, mas eu não me sentia tão feliz, eu a trai, a machuquei.

-eu posso vê-la?

Ele faz que sim e o acompanho até o quarto que ela está. Quando entro, Any olhava fixamente pra janela e algumas lágrimas caiam por seu rosto. Ela me olha rapidamente e enxuga as lágrimas com força.

-eu não quero ver você.

As palavras dela me machucam, porém ignoro e puxo a cadeira pra sentar perto da cama.

-Any, eu juro que te amo.

-não ama, você estava beijando outra...

A expressão de sofrimento em seu rosto me faz querer me matar. Toco sua mão e ela puxa pra longe.

-o médico me disse...

Ela me interrompe e me olha duramente.

-não importa o que ele disse, o bebê é meu, só meu, ele não tem pai, pois o pai dele é um merda, um idiota, grosso e sem noção.

Se ela queria me esfaquear, ela tinha conseguido. Levanto da cadeira e a olho antes de sair do quarto.

-estarei aqui fora.

Any Gabrielly

Depois que Noah saiu do quarto, eu me recusei a voltar a vê-lo. Meu coração estava despedaçado. A única coisa que me alegrava era saber que eu estava carregando um serzinho dentro do meu ventre.

Depois de meses de tratamento, eu finalmente estava melhor.

O médico ja tinha me dado alta, e era nessas horas que eu odiava não ter meu próprio carro, eu teria que voltar pra casa com ele.

Quando chego na recepção, Noah estava cochilando numa cadeira. O olho por uns minutos e fico me perguntando onde foi que eu errei.

Digo, sempre dei amor, doei tudo de mim e ele me traiu.

Suspiro pesadamente e toco o ombro dele, ele abre os olhos e sorri, ignoro o ato dele e saio de perto indo pra fora do hospital.

O caminho de casa foi feito num completo silêncio, o único som vinha do rádio que tocava uma música um tanto triste.

Era estranho estar naquela situação, sempre tivemos discussões, mas sempre terminava na cama. Agora eu tenho certeza que isso aqui não vai acabar em nada, não passa na minha cabeça perdoar o que ele fez.

Já no apartamento, arrumo uma bolsa com algumas coisas minha e vou pro quarto de hóspedes.

-o que está fazendo?

Ele surge na porta do quarto e observa tudo o que eu trouxe.

-você é cego agora?

Pergunto sendo bruta e ele se escora na soleira.

-não tem pra quê isso, você não tem que sair do nosso quarto.

-Noah, eu faço o que eu quiser, vai a merda e me deixa em paz.

-Any, Você está exagerando...

-EXAGERANDO UMA MERDA, VOCÊ ME TRAIU, FICOU COM OUTRA PESSOA, QUEM EXAGEROU AQUI FOI VOCÊ, QUANDO BEIJOU AQUELA IMBÉCIL, EU...

Paro de gritar correndo pro banheiro e enfio a cabeça no vazo. Tudo o que eu comi hoje vai parar no vazo e sinto lágrimas em meus olhos. Sinto as mãos do Noah em meus cabelos.

Vomito mais alguns jatos e o gosto ruim se estrala pela minha boca. Sento no chão do banheiro e respiro fundo.

Ele senta perto de mim e o olho. Eu podia ver a dor em seus olhos castanhos, podia ver o arrependimento, a culpa e o medo.

-não me deixa...

A voz dele soa derrotada e evito o olhar. Sei que se eu fizer, acabarei cedendo.

-eu preciso de um tempo, só respeita o meu espaço.

Digo com convicção e ele assente. Depois de fazer minha higiene, saio do banheiro e volto para o quarto.

Tinha arrumado minhas coisas na penteadeira e ainda podia sentir um pouco do meu estômago revirando. Suspiro me sentando na cama e um cheiro doce invade o quarto, não tenho certeza se era doce, mas era um cheiro muito bom e fez meu estômago roncar.

Saio do quarto e caminho pelo corredor até chegar na cozinha. Fico quieta perto da parede e vejo Noah preparando o chocolate quente, ele sempre tomava de noite junto de um pão doce.

O desejo corre por minhas veias, mas não vou pedir nada a ele. Posso fazer eu mesma, porém sei que não vai ter o mesmo sabor.
Volto pro quarto e me deito agarrada no travesseiro.

-Any...

Levanto a cabeça e me surpreendo quando Noah entra com uma bandeja. Ele põe sobre a minha cama e pega uma xícara.

-come, você tem que se cuidar, vou pro quarto.

Ele sai carregando uma xícara e nem consigo agradecer. Ele não fez só pra ele, fez pra nós dois.

Olho pra bandeja e tinha suco, uma xícara com chocolate quente e um sanduíche de presunto... Eu queria o pão doce.

Começo a comer e o chocolate estava divino. Eu prefiro quando nós dois tomamos juntos, mas eu não vou ceder!

Meu Professor | NoanyWhere stories live. Discover now