Ciência acima de tudo

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​Não fazia ideia de como estava novamente dentro de seu carro. O cinto de segurança afivelado. Ele dirigia em alta velocidade, o motor do carro gritava de tal forma que parecia que iria estourar. Estava em choque com tudo que estava acontecendo. Eu prometi que seria forte. Eu prometi! Engoliu em seco. Sentiu que a influência, do que estava ao seu lado, havia diminuído. Tentou manter a calma, mesmo quando a situação a fazia querer gritar, abrir a porta do carro e pular dali, torcendo para que a queda não a matasse. Mas será que as chances são melhores dentro desse carro? Nem sei se esse é realmente o David, ou se é apenas alguém me influenciando a acreditar que é ele. Lembrou das palavras de Ivan:
​"Seu esposo está morto doutora"

​- Para onde você está me levando?

- Preciso tirar você daqui!

- Quem é você? - Sua voz ainda tremula de espanto.

O homem, cuja face perfeitamente era a de David, franziu a testa.

​- Como "quem sou eu"? Você sabe quem eu sou.

​- Não, eu não sei - pontuou - você apenas parece muito, com alguém que conheço, mas não é você. - A pressão da influência que sentia esvaiu-se completamente. A fazendo se espremer em sua porta, buscando distância.

​- Você está confusa agora, eu sei - seus olhos tinham toda a atenção na pista. Ele costurava o transito ignorando os sinais - mas você entenderá tudo. Sou eu. Apenas fique calma.

​- NÃO! - Gritou. Mantinha a distância que conseguia. Segurou a alavanca da porta. A essa velocidade você vai morrer, pensou - Não é. Você não é! O meu David não mataria alguém daquela forma! - Prometeu que seria forte, mas não pode evitar as lagrimas que se acumulavam em seus olhos.

​- Ângela, eu não matei aquele homem! - Ele tinha um tom calmo, frio demais para a situação.

​- Maxmilian? - Perguntou, ignorando sua afirmação.

​- Oque?

​- Você... - engoliu seco - é Maxmilian?

​- De onde você tirou isso? - Ele não a olhava, focado na direção.

​- Ivan disse para que eu não confiasse em meus sentimentos. David nunca me fez sentir as sensações esquisitas que Maxmilian me fez sentir. E você me fez sentir as mesmas coisas - ela franziu a testa e encolheu brevemente os ombros - Como se eu não agisse por mim mesma. Fez isso em meu apartamento ontem, me fazendo crer que era David. Achou mesmo que eu acreditaria naquela história ridícula? Fez o mesmo comigo agora. Nem sei como vim parar no banco carona do meu próprio carro.

​- Eu já disse! Sou eu - Usou um tom mais agudo, tentando ser convincente.

​- É você, Maxmilian! - Ela lançou um olhar desafiador, ainda que ele não a olhasse - não sei como você faz o que faz, mas não me enganará mais.

​- Ângela, eu...

​- O que você quer comigo? - A respiração voltava a ficar ofegante - Para onde está me levando? Vai me matar, como fez com Ivan? - Estranhamente o confrontava sem sentir medo. Será que esse sentimento é meu, ou é ele? Já não confiava em seus próprios sentimentos.

​- Você sabe que eu jamais te machucaria.

​- David jamais me machucaria! Mas você não é ele, e sabe por que? Obviamente porque ele não podia fazer o que você faz. E sabe o que mais? - Seu calcanhar direito batia freneticamente no assoalho - Ele jamais me chamaria diversas vezes usando o meu nome.

​- Meu amor...

​- Ah, por favor - o interrompeu com uma rizada forçada - não me venha com esse clichê. Eu já disse. Você pode até controlar minhas emoções, mas não me enganará mais, Maxmilian Griffen! - Ela praticamente cuspiu o nome.

Antares, O Coração Do EscorpiãoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz