Todo Prazer

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Dia 27 de novembro, no final da madrugada.

De acordo com o dicionário a definição de prazer seria uma sensação ou emoção agradável, ligada à satisfação de uma vontade, uma necessidade, alegria, contentamento, júbilo, satisfação... Já de acordo com os seres humanos o prazer é geralmente ligado a uma conquista, deleite de desejos, satisfação de necessidades. Algo carnal e uma bela definição para o ato sexual em sua maneira mais pura.

Claro que nem todo prazer poderia ver unicamente de uma simples gozada, não... As pessoas estão certas em dizerem que a mulher não sente prazer unicamente com a penetração, ela precisa de mais estímulos, contato, talvez até mesmo um oral bem feito antes da trepada... Elas são visuais, querem ver a pessoa que está com elas realmente querendo levá-las ao orgasmo, são auditivas e querem ouvir o quanto está gostoso e uma bela putaria ao ouvido, são tácteis e querem sentir os toques de tudo em seu corpo, são vocais porque querem realmente poder gemer sem amarras e, por fim, são olfativas já que o cheiro desperta o tesão ou o inibe de vez.

É obvio que nenhuma mulher está errada em querer e desejar tudo isso, seja ela quem tem experiências com qualquer outro gênero... Também há muitos homens que são da mesma maneira, estes obrigados por um mundo machista a acreditar que o sexo é criado para satisfazê-los e que nada mais é importante além do que ele mesmo acredita que seja a definição de uma boa gozada.

Foi por momentos como estes que Bianca Andrade decidiu que era hora de abrir uma empresa, disfarçada pelo meio de um bairro famoso da grande cidade de São Paulo, uma mansão estava de pé e trazia consigo todo o requinte de uma antiga construção que havia conseguido passar por tudo e manter-se em pé com uma bravura infame. A garota, sob um pseudônimo de Boca Rosa, começou a oferecer serviços que - no início - foram vistos como controversos.

Por todos ela tinha começado como uma meretriz e assim morreria.

O fato é que o que acontecia lá dentro nunca saía, apesar de todos os ótimos comentários que sempre eram ditos pelos que frequentavam a Mansão dos Prazeres... Políticos, as pessoas mais influentes do País, viajantes de fora, pessoas que davam tudo que tinham e mais um pouco só para tentar aproveitar uma noite ali dentro. Era doce o sabor e a sensação de aproveitar-se de cada um dos detalhes que sabia sobre todas aquelas pessoas e, ainda assim, realizar cada desejo delas.

Ela fazia sua fama enquanto sustentava consigo uma equipe de pessoas muito bem pagas, contratos sólidos com várias cláusulas de silêncio para todos que por ali passavam e também um nome muito bem quisto na boca do povo.

Não, Boca Rosa não era uma meretriz ou sequer cuidava de prostitutas, ela era a gerente de sucesso de todo um império que dava às pessoas o que elas mais desejavam no íntimo de seus seres.

Se a coisa que mais desse prazer - fosse esse deleite da forma como fosse, dentro dos padrões aceitáveis de uma sociedade -, ela conseguiria para você. Se você sente prazer em jogar jogos de video-game, em ler livros em algum local diferenciado, cuidar de plantas dos mais diversos tipos, experimentar tipos diferentes de charutos... Todo tipo de prazer tem seu preço e ela era capaz de acessar todos eles para oferecer com a garantia que nenhum de seus prazeres nunca mais sairia do local.

A mansão era uma fortaleza onde qualquer um podia ser ele mesmo.

Claro que, como era algo destinado a trazer para as pessoas o regozijar emocional necessário, ela também fazia uso de artimanhas sexuais. Geralmente unia o útil ao agradável e seus clientes eram colocados juntos ou com pessoas ainda mais bem pagas e profissionais para que fossem realizados, garantindo sempre que tudo que acontecesse lá dentro deveria ser consensual e ela não permitiria de outra forma. Claro, além do cuidado com ocasionais doenças.

Mansão dos Prazeres - RabiaWhere stories live. Discover now