Mansão dos Prazeres - Rabia

O poder do prazer

Dia 04 de Dezembro, início da manhã.

Qual é o significado de Poder? Você ter uma total noção, em completas faculdades mentais, de que você tem a capacidade e é favorecido pelas leis para sua ação? Sua total convicção da própria força física e habilidade para exercer um ato? A forma como a capacidade de impor, de mandar e de submeter os outros à própria vontade, se torna uma de suas armas? As recompensas que pode oferecer a alguém que lhe favoreça? Quem sabe a influência que você possui entre seus dedos e em sociedade?

Para Bianca Andrade todas aquelas características eram o sinônimo do que ela sentia enquanto estava protegida pelos muros que cercavam sua morada. Claro que a Mansão dos Prazeres também trazia a falsa sensação de que outras pessoas possuíam tal poder e isso nunca a irritou, pelo contrário, ela sabia que era o Desejo de muitos ser exatamente como ela.

A pessoa mais poderosa dentro de São Paulo.

Ter cada uma das pessoas que possuíam melhores rendas, mais cobiçados e altos cargos, das mais diversas empresas e empreendimentos, ou até mesmo da política... Cada um deles presos em torno de seus dedos, da mesma forma que os anéis que adornavam os mesmos.

O sabor de tomar café da manhã todos os dias sabendo exatamente o que iria fazer, com quem e a forma... Oh, aquele Poder quase ninguém no mundo tinha. A tranquilidade de dormir e acordar envolta na mais doce pilha de segredos dos outros, que não eram de sua obrigação moral manter, mas sim da que lhe trazia outro tipo de Satisfação.

Só havia um problema e este lhe incomodava profundamente com o passar daquela única semana. Tal empecilho acabava por ter nome, sobrenome e também uma longa lista de Desejos não resolvidos, que rondavam o corpo e mente da empresária.

Como ela conseguia sentir tanta culpa por ter seguido os caprichos do Desejo e acabar sucumbindo ao momento de Tesão que a fez dar para aquela mulher, estirada no capô de um carro, no meio de um lugar qualquer? Não havia obtido sucesso em afastar tais momentos da mente, quizás conseguiria tirar de seu corpo que lhe implorava constantemente por mais aventuras como aquela.

Apesar de tal fato rondar sua mente, já teve sua decisão tomada. Não cederia novamente à vontade de se deitar ao lado da morena que lhe tirou o fôlego, ela era superior a isso de diversas maneiras.

- Miss Boca Rosa? - Questionou a mesma voz que lhe tomou a mente em todas as outras noites, a garota com outra mini-saia tinha novamente um pirulito entre os lábios e as mãos posicionadas atrás de seu corpo. Aquela visão tão juvenil sempre lhe causava um certo... Deleite. - Pediram para avisar que estamos tendo um problema na área zero um.

- Obrigada... - Respondeu já entendendo o que ela queria dizer, mas ao cogitar se virar e afastar-se da garota, outra coisa retumbou em sua mente. - Babygirl?

- Sim, mommy? - Ela parou seu saltitar para retornar a posição de criança que está aprontando algo, aquilo fez as palmas das mãos de Bianca coçarem para puní-la. - Eu fiz algo errado?

- Não, baby... Estava me questionando a razão de sempre ser você quem mandam para me avisar de tudo. - Uma risadinha infantil soou pelo local e ela caminhou até ter os dedos brincando com algum detalhe que havia passado despercebido aos demais, na roupa de sua chefe.

- Todos têm muito respeito, mas muito medo de você, Mistress. - As mãos da empresária foram até a cintura de sua pequena e a puxaram para ficar contra o seu corpo, as mãos espalmadas sobre o peito enquanto ela mostrava toda a aura de poder que poderia exercer em um único contato. - E sabem que você nunca faria nada com a sua babygirl.

- Você está merecendo boas palmadas por me testar assim, pequena. - Enquanto um de seus braço ainda se mantinha ao redor da fina cintura, a outra mão se afastou e depois bateu espalmada em sua bunda, a fazendo ficar na ponta dos pés e soltar um breve gemido. - Vá, ainda tem mais compromissos hoje e seu daddy não gostaria nada de vê-la assim, comigo.