"Capítulo cinco: Dig Dug"

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Hawkins, Indiana

Após entrarmos na casa dos Byers, eu e Mike fomos ao quarto de Will, aliás estávamos ali por conta dele

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Após entrarmos na casa dos Byers, eu e Mike fomos ao quarto de Will, aliás estávamos ali por conta dele. A casa inteira estava com folhas desenhadas coladas no chão e em todas as extremidades. Will estava sentado em sua cama, olhando para o nada, com o olhar cansado.

— Oi — digo calma atraindo o olhar dele. Dou um sorriso de lado, com uma vontade de chorar ao vê-lo assim. Mike percebendo o clima, começa a puxar assunto com o garoto, não estava prestando tanta atenção, até ouvir eles entrando no assunto que eu queria saber

— É como se eu sentisse o que o Monstro das sombras sente, eu vejo o que ele vê — Will diz ainda olhando para o nada

— Isso no mundo invertido? — Mike pergunta

— Parte dele tá lá, mas parte dele tá aqui também

— aqui? Você quer dizer nessa casa? — pergunto pela primeira vez

— Aqui, nessa casa e em mim. É como se quisesse possuir Hawkins cada vez mais e quanto mais se alastra mais conectado eu me sinto a ele

— E mais você vê as memórias do agora — Mike se senta ao lado dele. Eu estava com medo de ficar perto do Will, de trocá-lo, de sentir tudo aquilo novamente, me sentia exausta pela noite mal dormida

— Primeiro eu só sentia, no fundo da mente. Nem percebia direito que estava lá — ele diz tocando na nuca — Era como, quando você sonha, não consegue lembrar direito se não pensar com vontade. Eram assim antes, mas agora é... Agora eu me lembro, eu me lembro o tempo inteiro — O choro embolado em sua garganta era evidente

— Talvez, talvez seja bom — Eu digo me aproximando

— Bom?

— Pensa assim, Will — Me sento ao seu lado — Você é tipo um espião agora. Um superespião, espionando o Monstro das sombras. Se você sabe o que ele vê e sente... talvez a gente consiga impedir, talvez tudo isso esteja acontecendo por um motivo — Eu dizia palavras reconfortantes, esperava que aquilo fosse verdade, mesmo que no fundo eu soubesse que não era

— Você acha mesmo? — ele me pergunta

— É claro que eu acho — o respondo com um sorriso de lado. O Byers olha para o desenho do Monstro das sombras em cima da mesa

— E se ele descobrir que estamos espionando? E se ele espionar de volta? — Will diz com a voz de choro evidente

— Ele não vai — Mike afirma com toda a certeza

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