Capítulo 51

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— Hollie Kavinsky?


Assim que ouço meu nome aperto a bolsa com mais força no ombro. Caminho devagar até a recepcionista, que prontamente me acompanha até a direção. Respiro fundo. Puxo a cadeira me sentando atrás da longa mesa fria a minha frente. Aguardo enquanto o Sr. Denver encerra uma ligação.


— Srta. Kavinsky! Que prazer recebe-la!


Sorrio educadamente.


— Obrigada Sr.


Suspirando Sr. Denver lança um reconhecimento sincero.


— Antes de qualquer coisa Srta. Kavinsky... Gostaria de transmitir meus sinceros sentimentos á você e toda sua família por esse momento tão difícil que todos vocês têm enfrentado. Gostaria de deixar claro que estamos inteiramente dispostos a ajudar no que for necessário, seus pais sempre foram motivo de orgulho para essa instituição.


Assinto em reconhecimento por cada palavra.


— Obrigada Sr. Denver. Na verdade, é exatamente por isso que estou aqui hoje. Como o Sr. bem sabe mamãe ainda está na mesma situação de semanas atrás, seu quadro não demonstra alterações, infelizmente nem melhoras — fungo — Papai está passando por esse processo á sua maneira, ele se fechou e não posso culpa-lo por isso.


Sinto o nó em minha garganta.


— Sinto muito se estou falando demais Sr. Denver... Eu só não sei o que fazer, parece que estar na Universidade não cabe mais para mim agora. Minha família precisa de mim.


— Hollie, é perfeitamente compreensível! Por favor não se cobre tanto. Vamos fazer assim, pedirei auxílio aos seus professores e montaremos um programa de ensino exclusivamente para você. Trabalharemos em conjunto e com horários flexíveis para que você não tenha que renunciar a nada!


Não percebi que havia lágrimas até o Sr. Denver gentilmente tocar em minhas mãos em forma de conforto.


— Sinto como seu diretor, e realmente sinto ainda mais como amigo da sua família! Hollie, você e eu sabemos que sua mãe não apoiaria vê-la desistindo de algo tão importante para o seu futuro.


Sim, tenho certeza que ela odiaria.


— Tudo ficará bem. Você vai ver! Guarde minhas palavras.


É o que faço, é o que tenho feito... guardado essas mesmas palavras.


E assim, assino todos os papéis com as novas modificações. Sei que não é um adeus, mais é inevitável não sentir a sensação de estar perdendo algo.

 Caminho em direção ao estacionamento da UVA, com as novas grades do curso não poderei estar aqui presencialmente com tanta frequência... Pensar assim me faz dar um último olhar para trás!


— Isso não é um adeus.




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Abro a porta cuidadosamente. A casa está completamente em silêncio.


Coloco minha bolsa, jaqueta e sapatos na entrada da porta e me direciono até a cozinha, como ainda é bem cedo decido preparar o café da manhã para todos.

Sorrio.


Essa é uma das muitas especialidades da minha mãe, nos mimar com comida!


Mais uma tarefa que precisei assumir na sua ausência... 


Temporária, temporária...


Engulo o nó na garganta e começo minha tarefa.


Não muito tempo depois ouço passos descendo a escada. Estou terminando de colocar a mesa quando Tommy caminha lentamente em minha direção. 


Olho para ele e faço muito esforço para não chorar.


Meu irmão alegre e despreocupado, ganhou um novo semblante cansado com fortes olheiras evidenciadas por baixo dos olhos, a única coisa que sobrou do seu sorriso sacana, é a marca dele em suas bochechas.


Antes de vir até mim, ele para e olha por todos os lados como se tivesse procurando alguém. Assim que conclui que estou só, Tommy vem até mim e me abraça forte.


Sinto tudo nesse abraço. Cada palavra não dita. Seus medos e angustias. O aperto com força e retribuo. Não apenas Tommy, eu também precisava desse abraço. Estamos aqui, assim. Nenhuma palavra dita. Sinto suas lágrimas molharem meu pescoço, enquanto o abraço forte, levo minha mão ao seu cabelo afagando, tentando transmitir o máximo de conforto á ele.


A verdade é que Tommy se tornou meu braço direito e esquerdo nessa casa. Ele praticamente assumiu a responsabilidade do meu pai, cuidando do Kyle. O tempo todo ele tem se mostrado forte e confiante, garantindo o nosso conforto e passando segurança ao nosso Pai, então vê-lo assim se permitindo quebrar diante de mim me desmonta mais um pouquinho.


Não sei quanto tempo ficamos assim, lágrimas misturadas. Levo minhas mãos ao seu rosto e seco todas elas. 


Tommy me puxa para si, colocando meus braços á sua volta, colo meu rosto no seu peito. Sinto sua camisa molhada sob a pele do meu rosto e suas mãos que acariciam confortavelmente o meu cabelo.


É reconfortante saber que temos algo só nosso, sempre teremos um ao outro.


Agradeço á Deus por tê-lo.


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Heey Babys *-*

Peço desculpas, em meu nome e em nome da Gaby pelo atraso com o capitulo. Como já justificado, aconteceu muitas coisas por esses dias. 

Sobre o capitulo... Não nos mate, Ok?! kkk

Sim! É uma fase delicada para a familia Kavinsky. Mais qual família já não passou por momentos assim não é mesmo?

 Um lar não é baseado somente em dias felizes. Uma Casa se torna um Lar quando vivenciamos tudo, seja experiências boas ou ruins. E são nas experiências que nos fortalecemos como família.

Agradeço mais uma vez a Gaby pela confiança. Amiga, amo a nossa amizade! Obrigada.

Obrigada meninas!

See you *-*






O novo começo Where stories live. Discover now