Capítulo 38

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- Você devia ter pedido o número dela.

Era quase fim de tarde de domingo, o clima outonal deixava o dia mais aprazível e proporcionava um límpido céu azul. Estávamos sentadas em um dos bancos do parque na vizinhança, conversando enquanto Sam brincava junto com as outras crianças no playground e Ben cochilava sereno no carrinho de bebê com a chupeta na boca.

- Eu pensei nisso na hora... - Dei mais uma mordida no Twizzler que eu estava comendo e vi Sam pronta para descer no escorregador. - Mas ela disse que tinha algo pendente para resolver antes de sairmos. - Sorri quando Sam acenou para mim e retribuí o gesto.

- Hmm.

- Eu não quero que ela se sinta pressionada de nenhuma forma, sabe? Quero tentar fazer tudo correto dessa vez.

- Okay, mas... - Olhou-me com a testa franzida. - O que exatamente você fez de errado na primeira vez, Sel?

- Eu fui egoísta. - Admiti. - Deus, eu a pedi em namoro no nosso primeiro encontro, tipo... - Suspirei compungida.

- Espera, eu pensava que isso fosse uma coisa normal para vocês.

Girei os olhos para o tom caçoador soltando um riso pelo nariz.

- Cala a boca. - Comi mais um pedaço da tirinha vermelha. - Eu quero dizer que... eu estava tão apaixonada e envolvida que ignorei o fato de que... Demi não estava realmente preparada.

- E agora? Você acha que ela está?

Respirei o ar fresco, reflexiva.

- Eu sinto que sim. E embora as coisas tenham ficado tipo... implícitas... eu posso sentir em meu coração que... queremos o mesmo.

- E a outra lá? Como fica?

Entortei a boca retraindo os ombros.

- Eu sinceramente não tenho a mínima ideia, mas Tay acha que Demi terminou com ela.

- Ohhh... então deve ser isso a coisa pendente, né? Ela quer estar livre e leve para poder voltar pra você! - Pressupôs sorridente me dando cutucadas no braço.

- Eu não sei. - Refreei o sorriso. - Não perguntei. Não sei bem o que pensar.

- Fala sério, Sel. É óbvio! Vocês vão reatar e isso é inevitável.

- Tay disse a mesma coisa ontem. - Falei me lembrando da longa conversa com Taylor que se recuperava da ressaca na noite de sábado.

- Viu? Todo mundo sabe disso! - Empurrou meu ombro com o dela.

Abaixei o olhar para o doce em minha mão com um sorriso esperançoso repuxando meus lábios.

- Eu só... preciso ouvir isso dela, sabe? - Olhei para Hay que assentiu.

- O que pretende fazer?

- Por ora vou esperá-la. Ela sabe onde me encontrar.

- Mamãe! - Berrou Sam correndo até nós. - Eu quero um picolé! - Falou esbofada ao parar em nossa frente.

- Sam, você acabou de sarar da tosse. Aqui... - Apanhou o pacote de Twizzlers em minha posse e ofereceu a Sam.

- Hey! - Puxei o pacote de volta expressando uma carranca.

- Eu não quero isso. - Sam emburrou. - Quero picolé! - Bateu o pé, e com os olhinhos pedintes, ela me olhou. - Tia...

- Você sabe que um picolé não vai fazer mal. - Tentei convencer Hay que mostrava severidade.

- E você precisa parar de dar tudo que ela te pede! - Retorquiu, mas logo cedeu a vontade de Sam que comemorou alegre. - Quero nem ver quando tiver seus próprios filhos.

Another Chance For LoveWhere stories live. Discover now