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Os olhos dele me dava medo, transmitia frieza, me causava arrepios só de olhar para aqueles olhos. Naquele momento eu não sabia oque responder, eu não podia arriscar a minha vida nem a da minha mãe que por mais que naquele momento não estivesse sendo uma boa mãe, estivesse pensando apenas no marido dela, ela ainda assim era minha mãe e eu não queria perde-la.

- Estou esperando a sua resposta, princesa.- Falou grosso como sempre era, nesse momento me perguntava oque deu na minha cabeça para eu ter me envolvido com alguém como ele, frio.

- Eu não quero me infiltrar em morro desconhecido.- Respondi olhando para baixo, eu realmente não queria entrar em um morro desconhecido e me infiltrar lá, pra matar não só o meu padrasto como também o dono dele.

- Você prefere morrer então?- Perguntou olhando nos meus olhos me fazendo desviar, eu não conseguia passar mais de um segundo olhando para aqueles olhos.

- Eu prefiro não me envolver em nenhum tipo de assassinato.- Rebati

- Você não vai matar ninguém Alana, quem fara isso sou eu, você vai apenas me passar as informações necessárias.- aquelas palavras dele me causava arrepios, eu sabia que ele era assassino, mas ouvir uma confissão assim me deixou surpresa.

- Mas eu já esperava que você não fosse aceitar, fraca do jeito que é.- Falou com um sorriso de deboche no rosto, tosco!

- Eu não sou fraca, só não quero carregar esse peso na consciência pro resto da vida.- Falei, eu tinha nojo dele, da pessoa que estava na minha frente, nem parecia o cara que eu fiquei na noite do baile.

- Você é sim, mas eu tenho uma outra proposta.- Falou novamente olhando nos meus olhos, ele gostava daquela situação, mas eu não gostava nem um pouco, me sentia incomodada com o olhar dele. Fiquei esperando ele dar continuidade na outra proposta.

- Tenho um carregamento pra buscar em São Paulo, mas a policia tá em cima de mim e de alguns dos meus caras, não posso dar as caras no asfalto e nem quero arriscar perder esse carregamento.

- Por quê não manda algum dos caras que a policia não suspeita, um cara com a ficha limpa?- perguntei já sabendo oque ele  queria.

- Por que uma mulher, com esse rostinho de menina mimada é muito mais fácil de despistar, são apenas 5 horas de carro, vamos super 2 dias de viagem, pois você vai ter que dormir por lá, uns caras meu vão ter que abastecer o carro e isso demora, vou fornece tudo que você vai precisar, carro, hospedagem, dinheiro pra comida e em troca você trás o carregamento e quando você chegar, você e sua mãe estão livres.

Eu ouvi  toda aquela informação e ainda assim não sabia oque fazer, iria virar uma traficante? oque era melhor do que uma assassina, mas eu não queria ser uma criminosa, mas também não queria morrer, fora que eu faria tudo para salvar a minha mãe.

- Tudo bem, eu aceito.- Falei

- Você sai nessa madrugada, a mina do menor vai com você, vou mandar um dos meus caras trazer seus documentos, a chave do carro e um celular onde vai te indicar pra onde você deve ir pelo Gps, vacila não, odiaria ter que pipocar esse seu rostinho lindo.- Falou, passando aquelas mãos imundas no meu rosto

- A vou mandar um dos meus caras vim te buscar, pra te levar pra casa de Felipe você precisa de um banho, tá podre.- Falou aquilo e se retirou do quarto me deixando ali sozinha com meu medo e meus calafrios, estava com medo de como seria aquela viagem, tinha medo do que poderia acontecer.

De algo dar errado e eu ir presa e passar o resto da minha vida na cadeia, com sonhos e uma vida inteira estragada por erro dos outros. 

(***)

Nesse momento já estava na casa de Felipe, estava no quarto de hospede, tomei banho e vesti uma roupa, Felipe e Lorena fez o favor de pegar algumas roupas minha na minha casa. Queria tanto meu celular naquele momento, queria saber como estava a minha mãe e se nesse momento ela estava preocupada comigo. Escuto uma batidas na porta do quarto, deve ser o Lipe, querendo saber se estou bem.

- Entra.- Gritei, logo a porta foi aberta, mas quem passou por ela não foi o Felipe e sim uma senhora, muito bonita por sinal.

- Oi, o Felipe me contou tudo, eu sinto muito minha querida.- Falou se aproximando e colocando a bandeja que estava em suas mãos em cima da mesinha que tinha perto da cama. Apenas abaixei a cabeça, eu não sabia oque falar, eu tinha vergonha de estar passando por essa situação.

- Nem me apresentei, eu sou Lucia a mãe do Felipe, você deve ser Alana, Felipe fala muito de você.- Falou sorrindo gentilmente.

- Espero que seja coisas boas.- Respondi brincando

- Mãe, falei para não incomoda-la.- Felipe falou entrando no quarto

- Ela não está me incomodando.- falei olhando para Felipe

- Eu vim trazer um lanche pra ela, imagino que esteja com fome.- Falou pegando a bandeja que estava do meu lado e colocando na minha frente, onde tinha um sanduiche e um suco de laranja mais uma maçã, só de ver aquilo minha barriga roncou.

- Isso ai não vai encher esse monstro não minha mãe, a senhora deveria ter trago um patrão de feijão.- Felipe falou me deixando sem graça

- Felipe, está deixando a menina sem graça.- Dona Lucia o repreende.

- Como você está?- Felipe perguntou olhando pra mim com uma certa pena.

Oque eu mais odeio é ser digna de pena, por isso nunca falei oque acontecia dentro de casa com ninguém, pro isso sempre fui uma criança sozinha, mas naquele momento eu só queria chorar e dizer que não estava nada bem que tudo que eu queria era sumir, ficar longe de tudo e todos, que eu não queria ir  nessa viagem, que eu não queria está naquele morro.







Continua...

Meu larWhere stories live. Discover now