1. PILOTO

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REBEKAH JONES

O vento frio soprou sobre nós, me fazendo puxar mais o agasalho para me proteger do frio que fazia em Londres. Eu e Mary havíamos acabado de finalmente chegar na cidade para começar nosso intercâmbio. A de cabelos curtos pulava animada enquanto registrava as fotos do lugar. Sempre foi nosso sonho fazer intercâmbio fora do país, e finalmente estamos aqui na terra dos ingleses. 
Malory, a mulher que cuidava do intercâmbio desceu do carro que havia acabado de chegar e fez um sinal para que entrassemos. Seu marido que estava ali, juntou nossas malas e colocou no porta-malas enquanto entrávamos. 

— Iremos ficar em um host Family, certo? — questionei animada e a mulher assentiu com um sorriso, e logo começou a explicar como tudo funcionaria, que nossos pais nos mandariam dinheiro. 

Eu e Mary observamos a paisagem que passava rapidamente pelos nossos olhos. Não é como se fosse muito diferente do Texas, na verdade, até é diferente só por não estarmos ali.
Infelizmente, acabamos pegando um trânsito para nossa ansiedade. Continuei olhando os carros e motos ali parados, até reparar que estávamos em frente à uma estação de trem.

— Ei, olhe aquele leão — Mary me cutucou, e me assustei achando que era um leão de verdade andando na sua. Seria um tanto que inusitado. 

— A onde? — olhei desesperada. Na verdade, era uma estátua de um leão na entrada da estação. É muito bonito, e por algum motivo me chamou muita atenção. 

Mary também parecia deslumbrada. Quem olhasse de fora, pensaria — duas americanas bobas que ficam igual otarias só por ver uma estátua em outro país. Isso até a minha querida amiga soltar um grito que assustou nós três no carro.

— MARY! — a repreendi assustada. 

— Me desculpe — disse ao casal que assentiu ainda com olhares estranhos. 

— O que foi isso? — sussurrei para ela lhe dando um beliscão e resmungou esfregando o braço.

— Foi mal aí, é que eu...deixa pra lá. 
Lhe dei um olhar de "Fala, ou vou dar um jeito de descobrir".

— Eu juro que vi aquele leão se mexer — sussurrou no meu ouvido para que apenas eu ouvisse e ri.

— Espere para ficar louca quando vermos os britânicos da nossa escola — pisquei e ela pareceu ter esquecido disso rápido. 

Não demorou muito para que chegássemos na casa em que ficaríamos. Uma mulher e uma menina que aparenta ter nossa idade estavam paradas na porta. Ambas são muito parecidas com a pele bem pálida, olhos verdes e cabelos em um marrom chocolate. 

— Sra. Wright, senhorita — Malory cumprimentou as duas e acenamos. 

— Que meninas mais lindas — elogiou com aquele sotaque carregado, e sorrimos — Sou Amy Wright, e essa é a minha filha Louise. Vocês irão estudar na mesma escola. 

A menina sorriu gentilmente ao lado da mãe. 

— Irei apresentar a casa a vocês, por favor — fez um sinal para que a seguissemos e fomos — Eu sou do segundo ano do ensino médio, e vocês?
— Somos do último ano — Mary respondeu.

—  É um prazer tê-las aqui, espero que aproveitem a estadia na Inglaterra. 
Louise apresentou cada canto da casa, não é tão grande e não é muito difícil de se perder. No outro dia já iríamos para a escola, e pela tarde ela nos apresentaria a cidade, assim poderíamos andar com as próprias pernas. 

Nossas malas foram levadas a um quarto que nos duas iríamos dividir. O quarto era pintado em uma cor nude com decorações brancas, havia um guarda-roupa no canto e ao lado uma penteadeira e gavetas de roupa. Uma porta que entrava para o banheiro, e em frente do outro lado a duas camas que iremos dormir. 

— Se precisarem de algo, é só chamar — Louise fechou a porta e se afastou.

Mary foi até a janela e ficou observando dali, enquanto eu tirava minhas botas e me deitava na cama quente. 

— Eu irei dormir um pouco, tô morrendo de cansaço — avisei Mary que assentiu e continuou na janela. 
Fechei os olhos e o casanço me dominou, não demorou muito para que eu dormisse. 

Era uma floresta decorada com as mais belas flores cheirosas, as árvores se mexiam, dançando em um ritmo melódico que sussurava no meu ouvido. Vi pétalas de rosas formarem uma mulher que acenou para mim, e acenei de volta sem entender. Ela saiu dançando por todos os lados, e a segui. 

Ela parecia que realmente quisesse que eu fizesse isso, a seguisse. As árvores pareciam se abrir enquanto eu passava, e só reparei que as minhas vestes mudaram para algo medieval quando olhei para baixo. 

Minhas mãos desceram pelo vestido rosa de seda e rodada, até subir pelo meu cabelo e sentir a trança, e por cima dela havia uma...coroa, parecia ser uma coroa. 

Havia um lago não muito longe dali, e fui até ele, olhando meu reflexo. Eu estava vestida como uma....rainha. 

Aos poucos que a água se mexia, eu me transformei em outra mulher. Suas bochechas redondas  e rosadas, a pele branca e pálida, olhos verdes e a boca cheia e vermelha, e os lindos cabelos castanhos. 

Vi uma sombra atrás de mim, e quando vi no reflexo da água, arregalei os olhos ao ver um leão ao meu lado.

— Susana Pevensie, 1928 — sua voz era grave mas com um toque suave. 
Espera...O Leão falou?

Antes que eu me virasse para olha-lo, ele soltou um rugido e tudo desapareceu. 

Levantei rapidamente  com a respiração ofegante devido aquele sonho estranho. Mary não estava no quarto, e nem faço ideia da onde ela se meteu.

— Mas quem raios é Susana Pevensie?







• As personagens Malory, Amy e Louise não foram colocadas no cast pois não serão personagens recorrentes.

Relevem erros de escrita que irei revisar o capítulo.

Espero que tenham gostado, até o próximo ♡

𝗡𝗶𝗴𝗵𝘁𝗖𝗮𝗹𝗹 || 𝙉𝙖́𝙧𝙣𝙞𝙖 Where stories live. Discover now