2. SALA

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REBEKAH JONES

SONHOS costumam ser estranhos e não conter algum significado, e muitos acabam sendo algo trazido de algo que você pensava antes de dormir, mas aquele sonho havia me perturbado mais que qualquer outro. Minha pele se arrepiava ao lembrar da voz estrondosa do Leão da juba tão brilhante, e aquele nome que ele havia dito não saia da minha cabeça. Quem é Susana Pevensie?

O Leão dizia seu nome e repetia o ano 1928, pelas contas que fiz ela teria exatos 92 anos se ainda estiver viva. E ainda me pergunto como lembro exatamente dele falando isso, do nome e do ano. Normalmente, era pra que eu já tivesse esquecido.

— Uma palavra — Mary fez o número em sua mão — Louca — falou pausadamente.

Talvez mentalmente eu havia concordado.

— Ainda estou intrigada, Mary.

E se essa mulher um dia foi uma pessoa tão importante se realmente existiu?

— Não acha que é coincidência demais você ver aquela estátua de leão se mover e eu sonhar? — questionei para ao menos tenta-la fazer raciocinar comigo, mas apenas arranquei um suspiro dela.

— Eu posso ter tido uma impressão, Rebekah. Sabia que não deveria ter falado nada a você, mas na hora fiquei assustada que nem pensei. Isso não é nada demais.

— Ao menos podemos tentar descobrir quem é Susana Pevensie? — fiz minha melhor carinha convencente.

— Tudo bem, mas se não descobrirmos sobre essa tal mulher, essa história morre aqui. Estamos em um intercâmbio em Londres, sempre foi nosso sonho, temos que aproveitar.

— Certo, não se preocupe — lhe dei um soco fraco no ombro e ela me puxou para um abraço rápido.

Retirei meu casaco da mala e o vesti adequadamente e saímos para tomar o café da manhã.

— Meninas, bom dia — Amy saudou enquanto arrumava a mesa. Louise vira e mexe roubava alguns pedacinhos de bolo e a mãe lhe deu um olhar bravo — O que eu disse sobre as visitantes primeiro?

— Tudo bem, sra. Wright. Não precisa de tudo isso — Mary amenizou balançando as mãos.

Me sentei ao lado de Louise que sorriu para mim e retribui. Arrumei meu prato com bolos que a senhora havia dito que são de laranja, e algumas uvas. Me alimentei com calma com Mary conversando com Amy sobre como é a vida em Londres.

— Eu devo admitir que amo o sotaque de vocês — Mary olhou para o nada com um sorriso sonhador. Ela e seu forte pros britânicos...

Amy riu junto com Louise como se pensassem 'americanos'.

— O assunto está ótimo, mas preciso levar vocês a escola. Vamos, meninas.

Nos levantamos e pegamos nossos materiais. A senhora Amy fechou a casa e entramos no seu carro. Eu e Mary ficamos atrás e as britânicas na frente.

— A escola tem uma história um tanto interesse — começou — Foi a única escola que se manteve de pé na segunda guerra mundial por aqui. Assim que a guerra acabou, abrigou muitos alunos sem casa além das aulas. É uma referência. Muitos dizem que é como se fosse um local sagrado.

Prestei atenção em cada palavra dela que ativou meu modo curiosa, quem teria exatamente estudado naquela escola? Alguém importante?

— E mais sagrado por só ter garotos lindos — Louise comentou e Mary soltou uma risadinha.

— Por que está tão calada, Rebekah? — Amy desviou o olhar para mim por alguns segundos antes de desviar de volta pra estrada.

— Nada — sorri fraco — Aposto que os garotos lá devem ser muito bonitos.

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⏰ Last updated: Dec 13, 2022 ⏰

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