Capítulo 5

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Roma, Itália

Juliana Almeida

A forma intensa como o senhor Bernardi me olha e toca meu rosto com sua mão ferida me sufoca e assusta a ponto de me dar ânsia

Pela proximidade, consigo sentir seu perfume marcante e masculino, que para mim ficou registrado em minha mente como o aroma do medo e pavor

Dou dois passos para atrás saindo do seu toque, ele parece não gostar da minha atitude porque fechou a cara, mas logo em seguida começa a se reaproximar de mim em passos lentos e calmos com seus olhos flamejantes

Meu coração está batendo de uma forma tão forte que posso ouvi-lo

Eu vou andando mais e mais para trás até parar na parede, ficando sem saída, corro até a porta e tento abri-lá, mas está trancada

Sinto a presença dele atrás de mim, bem próximo, consigo sentir sua respiração perto do meu ombro então deduzo que ele abaixou a cabeça até próximo ao meu pescoço

_ diga, Juliana, algum homem já lhe tocou? - ele murmura na minha orelha

Sinto tanta vontade de chorar de medo, que nao me contenho e deixo uma lágrimas, o que esse homem quer de mim?

_ nao sei onde o senhor quer chegar - gaguejo com a voz embargada

_ shhhh, olhe para mim - ordena

Me viro devagar ficando a sua frente, minhas perna estou tremendo

_ já disse que não precisa ter medo, meu anjo - fala suave e seca minha lágrima

O que ele diz não me acalma nem um pouco

_ o que quer de mim? - tomo coragem e pergunto

_ por enquanto, só quero que responda minha pergunta, Juliana, algum homem já a tocou? - repete a pergunta e levanta a mão ferida para tocar a pele do meu braço - algum filho da puta já ousou tocar sua pele? - rosna com raiva - responda! - ordena me assustando quando percebe que estou demorando para dizer algo

Estou assustada demais para dizer logo entao só balanço a cabeça em negação, ele sorri pela primeira vez, mas é um sorriso amedrontador

_ espero que esteja dizendo a verdade e não somente o que quero ouvir - murmura baixo e frio como se fosse um aviso para mim

_ por que o senhor estar perguntando isso? E falando essas coisas? Eu não tenho o porquê mentir

_ hum, bom - fala parecendo satisfeito pela minha resposta - de qualquer forma eu saberei

_ me deixe sair - falo não aguentando mais, estou com falta de ar, ele apenas me olha - por favor - suplico

_ você é linda - fala ignorando meu pedido e encarando meu rosto com uma expressão perturbadora

_ por favor, Senhor Heitor, abra a porta - peço novamente com muito medo

Ele continua a me ignorar e só encara meu rosto novamente com admiração, sinto um calafrio quando seu olhar desce até minha boca

Doente Por VocêWhere stories live. Discover now